Alta do IPCA-15 acelera em setembro sob impacto da gasolina
![]()
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O IPCA-15 acelerou a alta em setembro diante da pressão do aumento dos preços da gasolina, e a taxa em 12 meses chegou a 5,0% em meio ao processo de redução da taxa básica de juros pelo Banco Central.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,35% em setembro depois de alta de 0,28% em agosto, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do indicador considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,38%.
Com isso, o IPCA-15 passou a acumular nos 12 meses até setembro avanço de 5,0%, contra 4,24% no mês anterior e projeção de analistas de 5,01%.
Essa é a leitura mais alta desde março (+5,36%), ficando acima do teto da meta para a inflação deste ano, que é de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos medida pelo IPCA.
Analistas consideram que a inflação no Brasil já atingiu seu ponto mais fraco no ano e tende a aumentar até o final de 2023, em meio ainda a um mercado de trabalho aquecido que leva atenção principalmente à inflação de serviços.
O IPCA-15 reflete o impacto sobre a inflação do reajuste grande de combustíveis anunciado em meados de agosto pela Petrobras --aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras.
A alta de 5,18% da gasolina representou o maior impacto individual no resultado do IPCA-15 do mês, levando os custos do grupo Transportes a subir 2,02%.
Os combustíveis em geral tiveram alta de 4,85%, com avanços ainda nos preços do óleo diesel (17,93%) e gás veicular (0,05%). O etanol, por outro lado, registrou queda de 1,41%.
A alta de Transportes representou a maior variação entre os seis grupos que subiram em setembro, dos nove pesquisados. Habitação avançou 0,30%, uma vez que os custos da energia elétrica residencial subiram 0,66%.
Já Saúde e cuidados pessoais tiveram avanço de 0,17%, com destaque para a alta de 0,71% no item plano de saúde depois de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Por outro lado, Alimentação e bebidas, grupo com forte peso nos orçamentos das famílias, apresentou queda de 0,77% em setembro, com forte impacto da deflação de 1,25% da alimentação no domicílio.
Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-10,51%), da cebola (-9,51%), do feijão-carioca (-8,13%), do leite longa vida (-3,45%), das carnes (-2,73%) e do frango em pedaços (-1,99%).
Na semana passada, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic pela segunda vez seguida em 0,5 ponto percentual, a 12,75%, avaliando nesta terça, na ata dessa reunião, que a redução das expectativas para a inflação virá por meio de uma atuação firme.
O BC já avaliou ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, e a ata apontou uma divergência entre diretores da autoridade monetária em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços.
A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 4,86%, indo a 3,86% em 2024.
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde