Dólar cai no dia após dados de inflação dos EUA, mas tem alta de 1,51% no mês
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista encerrou a última sessão de setembro em leve queda ante o real, numa sessão marcada pela disputa de investidores pela formação da Ptax de fim de mês e pela pressão de baixa sobre a moeda norte-americana ante as demais divisas, após novos dados de inflação nos EUA reduzirem as apostas de que o Federal Reserve ainda subirá os juros.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0273 reais na venda, em baixa de 0,25%. Apesar do recuo, a divisa dos EUA acumulou alta de 1,51% durante o mês de setembro.
Na B3, às 17:11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,58%, a 5,0075 reais.
Pela manhã, a disputa pela formação da Ptax de fim de mês e de trimestre intensificou a volatilidade no mercado de câmbio.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Apesar da briga pela Ptax, a moeda norte-americana se mantinha em território negativo, na esteira do exterior, onde o dólar perdeu força em função dos dados de inflação dos EUA.
O Departamento do Comércio dos EUA informou que o núcleo do índice de preços PCE -- que exclui alimentos e energia -- aumentou 0,1%, depois de alta de 0,2% no mês anterior. Na base anual, o núcleo do índice subiu 3,9% em agosto, após um aumento de 4,3% em julho.
O dado de núcleo, bastante observado pelo Fed, foi bem recebido pelo mercado. A avaliação foi de que, com o indicador mais favorável, diminuíram as chances de o Fed elevar mais os juros para conter a inflação.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 4,9883 reais (-1,03%) às 12h28, mas acabou se sustentando por pouco tempo abaixo dos 5 reais.
Operador ouvido pela Reuters pontuou que a marca de 5 reais, que durante semanas foi uma barreira técnica para o dólar, impedindo a moeda de subir mais, agora passou a ser um piso técnico. Na prática, quando o dólar se aproxima dos 5 reais, ordens de compra são disparadas e as cotações voltam a subir.
Durante a tarde, com a Ptax definida (5,0076 reais na venda), o dólar ficou mais livre para oscilar e se reaproximou da estabilidade em alguns momentos. Na máxima, às 15h46, a moeda à vista foi cotada em 5,0360 reais (-0,08%).
Apesar de recuperar parte do fôlego, o dólar ainda fechou em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda ante outras divisas de emergentes ou exportadores de commodities, como o peso chileno < CLPUSD=R> e o peso mexicano < MXNUSD=R>. O dólar estava perto da estabilidade ante as moedas fortes.
Às 17:11 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,02%, a 106,180.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.
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