Índia reduz limites de estoque de trigo para combater inflação de alimentos
Por Nidhi Verma
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia reduziu o limite de estoque de trigo que comerciantes e moinhos podem manter para aumentar a disponibilidade do grão e moderar os preços, disse um alto funcionário do Ministério de Alimentos indiano nesta sexta-feira.
As autoridades indianas estão preocupadas com a volatilidade dos preços dos alimentos antes das eleições gerais previstas para maio. Os preços dos alimentos representam quase metade da cesta de inflação no varejo e o governo está tomando medidas do lado da oferta para controlar a inflação dos alimentos.
O governo reduziu pela metade o limite dos estoques de trigo mantidos por comerciantes e atacadistas para 1.000 toneladas, ao mesmo tempo em que reduziu os limites de estoque para moinhos e varejistas, disse Sanjeev Chopra, secretário do Ministério de Assuntos do Consumidor, Alimentos e Distribuição Pública.
"A ideia é que não haja nenhuma escassez artificial... O que quer que as pessoas estejam segurando tem que sair no mercado, por isso demos a elas 30 dias para se adaptarem aos novos limites de estoque. A disponibilidade adicional terá um efeito de esfriar os preços"
Chopra também disse que o governo está preparado para liberar mais 2,5 milhões de toneladas de trigo no mercado, se necessário, para controlar os preços.
O Banco da Reserva da Índia manteve suas taxas pela quinta reunião consecutiva na sexta-feira, citando uma perspectiva incerta para a inflação devido ao fato de os aumentos dos preços dos alimentos permanecerem acima de 6%.
Após uma queda na produção, a Índia proibiu as exportações de trigo e arroz não-basmati. Nova Délhi limitou as exportações de açúcar este ano e, na quinta-feira, orientou as usinas de açúcar a não usarem cana para produzir etanol.
Em setembro, a Índia restringiu os limites dos estoques de trigo mantidos por moinhos, comerciantes e varejistas.
A Associação Indiana de Usinas de Açúcar estima que a produção de açúcar da Índia cairá 8%, para 33,7 milhões de toneladas, no ano comercial de 2023/24, uma vez que as chuvas mais fracas e inoportunas nos principais estados produtores prejudicaram a produção.
(Reportagem de Nidhi Verma)
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