Bolsas asiáticas afundam com agravamento da crise nos EUA e Japão
O Federal Reserve (Fed, banco central) prevê que o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos deve evoluir em 2009 entre -0,2% e +1,1%, abaixo das estimativas anteriores. O país também está ameaçado por uma perigosa deflação.
Com este cenário, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão em forte queda de 6,89%, em um mercado nervoso com a nova baixa de Wall Street, a valorização do iene e o anúncio de dados muito ruins do comércio exterior do Japão.
O índice Nikkei 225 perdeu 570,18 pontos, a 7.703,04 unidades, abaixo da barreira psicológica dos 8.000 pontos pela primeira vez desde 28 de outubro.
Os investidores japoneses estavam desanimados com a alta do iene em relação à moeda americana (cotação de um dólar próxima de 95 ienes) e com a queda de quarta-feira em Wall Street.
A Bolsa de Nova York registrou na véspera o menor nível em mais de cinco anos: o Dow Jones perdeu 5,07% e a Nasdaq 6,53%.
Um pouco antes da abertura, os investidores receberam outra péssima notícia: o anúncio de um raro déficit comercial do Japão em outubro. As exportações registraram a maior queda em sete anos em conseqüência da redução da demanda nos Estados Unidos, União Européia e Ásia. As importações subiram com a alta dos preços das matérias-primas.
O Japão registrou em outubro um déficit comercial de 63,920 bilhões de ienes (510 milhões de euros), após sofrer um forte retrocesso nas exportações para Estados Unidos e União Européia, anunciou o governo.
É raro a segunda economia mundial, que depende muito de suas exportações, registrar déficit comercial. Em outubro do ano passado, o Japão teve um excedente de 999,440 bilhões de ienes.
O déficit surpreendeu os economistas e permite prever um futuro preocupante, já que o país registrou recessão no terceiro trimestre.
Os demais mercados asiáticos também registraram resultados ruins: Seul caiu 6,7%, Taipé 4,53% e Sydney 4,19%.
Hong Kong perdeu 4% e Xangai 1,67%.