Dólar se firma em alta ante real com disputa pela Ptax, na contramão do exterior
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista passou a apresentar ganhos firmes ante o real na manhã desta sexta-feira, apesar do recuo da moeda norte-americana ante as demais divisas emergentes no exterior, com as cotações no Brasil refletindo a disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar sobre o câmbio.
Às 10h02, o dólar à vista subia 0,67%, a 5,5452 reais na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro para agosto -- que nesta sexta passa a ser o mais líquido -- subia 0,70%, aos 5,5665 reais.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Nesta manhã, a disputa pela Ptax ajudava a manter o dólar no campo positivo, ainda que no exterior a moeda norte-americana caísse ante divisas como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Além da formação da Ptax, o mercado volta as atenções novamente para declarações de Lula, que nos últimos dias têm influenciado diretamente as cotações no Brasil.
Em entrevista à rádio FM O Tempo, durante visita a Minas Gerais, Lula disse que os recentes ganhos do dólar contra o real são consequência de especulação com derivativos, acrescentando que o Banco Central tem a obrigação de investigar a situação.
Ele também afirmou que o patamar atual da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é "irreal", defendendo que a inflação está "controlada".
Na quinta-feira, durante entrevista coletiva em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, havia afirmado que pronunciamentos recentes feitos por Lula têm impactado negativamente os preços de mercado.
No exterior, o principal dado do dia veio dentro do esperado. O Departamento do Comércio dos EUA informou que o índice de inflação PCE -- bastante observado pelo Federal Reserve -- ficou estável em maio, após ter subido 0,3% em abril. Nos 12 meses até maio o indicador subiu 2,6%, ante 2,7% nos 12 meses até abril.
Os resultados mensal e anual ficaram dentro do projetado por economistas ouvidos pela Reuters. O núcleo do PCE subiu 0,1% no mês passado, também em linha com o esperado.
Às 10h02, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,01%, a 105,880.
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