Segundo produtor, custos logísticos atuais estão tirando muito preço da soja e momento é de aguardar para novos negócios
Confira conversa do Conexão Campo Cidade desta segunda-feira 24 de Fevereiro de 2025.
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O Conexão Campo Cidade desta semana contou com as participações especiais do produtor rural de Minas Gerais Julio Cesar, do presidente da Agrobiológica, Rafael Garcia, e do diretor do Notícias Agrícolas, Daniel Olivi.
Entre as discussões do programa esteve a rentabilidade da safra 2024/25. De acordo com o que afirmou Julio Cesar, neste período de colheita, a falta de caminhões e as filas nos portos estão gerando um custo logístico muito alto para o produtor. Com isso, a soja vendida agora perde muito valor. Por esse motivo, o agricultor acredita que agora é um momento de segurar as vendas e aguardar por novas oportunidades, sobretudo com o olhar voltado para a produção da Argentina.
Condição da safra na Argentina
Daniel Olivi percorreu lavouras argentinas nos últimos dias, em uma trajetória de mais de 3 mil quilômetros, no Crop Tour da Labhoro em parceria com o Notícias Agrícolas. Como ele relatou, foi possível perceber lavouras bem mais atrasadas na comparação com a última safra, porém ainda com boas condições.
Conforme explicou o diretor do Notícias Agrícolas, na parte leste da Argentina há sim uma condição pior das plantas de soja, onde foi possível perceber propriedades com baixo investimento, mas que ainda terão alguma produção. Diante disso, o Grupo Labhoro estima uma produção de 48 milhões de toneladas, tendo em vista que as próximas chuvas previstas realmente ocorram.
Uso de bioinsumos e ainda a incerteza do produtor rural
Como destacou Marcelo Prado, o seguimento de insumos biológicos vem de uma guinada com expressivos crescimentos anuais acima de 30%. Porém, em 2024, esse ritmo perdeu força e o número foi menor.
De acordo com Rafael Garcia, o mercado de bioinsumo é um mercado que, apesar da desaceleração no último ano, é pujante. A substituição de muitos insumos está ocorrendo no dia a dia, então o mercado deu uma desaquecida, mas foi um sintoma de todo agronegócio. Entretanto, a mudança cultural dos bioinsumos fica.
“Cada vez mais produtores estão adotando ferramentas biológicas e enxergando valor. Estão tendo ganhos de produtividade, segurança na aplicação, segurança para o consumidor, então é um círculo bastante virtuoso”, argumenta o presidente da Agrobiológica.
Para o produtor Julio Cesar, os bioinsumos vieram para ajudar, para compor o portfólio de insumos agrícolas. Porém ele acredita que ainda é muito cedo para falar em um uso em massa, principalmente quando se fala em custos menores e uso de produtos com os quais o agricultor ainda não tem completa certeza da eficácia.
Segundo ele, ainda é preciso haver muita pesquisa para que os produtores adotem tudo isso com a principal ferramenta do negócio dele. A gente ainda vai ter alguns avanços nesse sentido e, diante da necessidade de custos menores e novos estudos, essa tecnologia ganhará cada vez mais espaço.
Reflexos da aprovação da nova lei para produção de insumos on-farm
A nova lei para produção de insumos on-farm pacifica muita coisa. Existia uma insegurança do produtor em avançar em projeto on-farm no Brasil, mas agora já é possível sentir uma retomada de projetos robustos.
“Não só os produtores estão avançando, mas também sistemas associativos. Ou seja, grupos de produtores menores, que agora podem se reunir e fazer, juntos uma economia de qualidade, de controle de qualidade”, acrescentou.
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