Ibovespa fecha em queda com bateria de balanços em foco; IRB(Re) desaba 18%

Publicado em 26/02/2025 18:57

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, abaixo dos 125 mil pontos, em meio a uma bateria de resultados corporativos, entre eles os números de IRB(Re), WEG e Ambev, enquanto o final do dia ainda reserva balanços de pesos pesados como Petrobras e Cosan.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,96%, a 124.768,71 pontos, tendo marcado 124.732,2 pontos na mínima e 126.562,53 pontos na máxima. O volume financeiro no pregão somou R$22,1 bilhões.

Investidores também repercutiram dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostrando que o Brasil abriu 137.303 vagas formais em janeiro, quase três vezes mais do que o esperado pelo mercado. Na segunda-feira, o ministro Luiz Marinho já havia antecipado que o dado superaria os 100 mil postos.

"Os números indicam que a desaceleração da atividade econômica será lenta e não linear", afirmaram economistas do Bradesco, em relatório a clientes.

Mesmo com a perspectiva de desaceleração da economia à frente em razão da política monetária restritiva, permanecem preocupações sobre o efeito do mercado de trabalho resiliente na trajetória da inflação, assim como medidas de estímulo à economia, que ainda adicionam dúvidas sobre as contas públicas.

Nesta quarta-feira, Marinho disse o governo publicará na sexta-feira medida provisória liberando o saque do saldo remanescente nas contas do FGTS aos trabalhadores que aderiram anteriormente ao saque-aniversário e que a MP do crédito consignado para o setor privado sairá na semana após o Carnaval.

E também reconheceu a possibilidade de elaboração de novas medidas de impulso à economia, mas disse que a análise delas não é de responsabilidade da sua pasta.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, no entanto, afirmou que o governo não irá editar qualquer medida excepcional com o objetivo de impulsionar a atividade econômica, aproveitando para mais uma vez destacar o compromisso do presidente com a responsabilidade fiscal. Mas não evitou o mau humor nos mercados.

No mercado de DI, as taxas subiram em uníssono, enquanto o dólar voltou a tocar R$5,80, com agentes também analisando os primeiros movimentos de uma aguardada reforma ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

DESTAQUES

- IRB(RE) ON desabou 18,26%, mesmo após mostrar lucro líquido de R$112 milhões no quarto trimestre, acima do esperado, e de o presidente-executivo da resseguradora aventar a possibilidade de distribuir dividendos em 2025. A queda nesta sessão ocorreu após os papéis acumularem até a véspera uma valorização de quase 30% no ano.

- WEG ON caiu 8,68%, tendo no radar lucro líquido de R$1,69 bilhão nos últimos três meses de 2024, queda de 2,9% sobre o desempenho de um ano antes, mesmo com avanço de cerca de 30% na receita e no Ebitda no período. O custo dos produtos vendidos subiu 27% e a margem bruta recuou 0,3 ponto percentual, para 33,4%.

- TELEFÔNICA BRASIL ON cedeu 7,05%, após a empresa de telecomunicações que opera com a marca Vivo reportar lucro líquido de R$1,76 bilhão no quarto trimestre de 2024, em linha com as previsões no mercado. A companhia também disse que prevê, até o momento, R$4,45 bilhões em remuneração a acionistas em 2025. O CEO acrescentou que a empresa segue avaliando potenciais alvos de aquisição de redes de fibra óptica e expansão em serviços financeiros, de saúde, educação e eletrônicos.

- AZUL PN recuou 7,8% em meio a ajustes após duas altas seguidas, sendo que apenas na véspera o papel saltou 8,5%. Acionistas da companhia aérea aprovaram na véspera aumento do capital social da empresa em R$30 bilhões, operação que faz parte da reestruturação financeira que trocou quase US$550 milhões em dívida em ações. O noticiário recente da companhia também inclui resultado divulgado na segunda-feira.

- AMBEV ON avançou 5,5%, refletindo a recepção positiva aos números do último trimestre do ano passado, com alta de 7,5% no lucro, para R$5 bilhões. Apesar da queda no volume vendido, a companhia mostrou alta na receita e crescimento orgânico na margem Ebitda. Para 2025, avaliou que a volatilidade continuará sendo uma realidade e disse que espera enfrentar maior pressão de custos do que em 2024.

- EMBRAER ON subiu 1,37%, no último pregão antes do balanço do quarto trimestre do ano passado, previsto para a quinta-feira antes da abertura da bolsa. A fabricante de aeronaves divulgou na véspera que seu conselho de administração aprovou uma pausa adicional de quatro anos no programa de desenvolvimento do jato E175-E2.

- VALE ON terminou com decréscimo de 0,61%, em linha com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em queda de 0,98%, encerrando em 812 iuanes (US$111,86) a tonelada. No início da sessão, o contrato atingiu 803 iuanes, nível mais baixo desde 18 de fevereiro.

- PETROBRAS PN fechou estável, em dia de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, com agentes na expectativa da divulgação do balanço da estatal após o fechamento do mercado, em especial anúncio sobre dividendos.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,24%, com o dia terminando mais negativo para os bancos do Ibovespa. SANTANDER BRASIL UNIT ainda encerrou em alta de 0,19%, mas BRADESCO PN recuou 1,95%, BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,57% e BTG PACTUAL UNIT fechou com declínio de 0,12%.

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Fonte:
Reuters

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