Preços do açúcar oscilam de acordo com variação cambial e mercado segue atento para início da safra brasileira
Preços do açúcar oscilam de acordo com variação cambial e mercado segue atento para início da safra brasileira
Com o dólar mais fraco hoje, os preços do açúcar recuperam parte das últimas baixas. As cotações fecharam nesta terça-feira (25) com altas de até 1,30% em NY e 0,60% em Londres.
Em Nova Iorque, o contrato maio/25 fechou cotado em 19,51 cents/lbp, alta de 0,25 cents (1,30%). O julho/25 foi a 19,19 cents/lbp, após aumento de 0,23 cents (1,21%). O outubro/25 subiu 0,24 cents (1,26%) e foi a 19,32 cents/lbp. O março/26 ganhou 0,23 cents (1,18%), negociado em 19,65 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o maio/25 tem preço de US$ 544,70/tonelada, após alta de 230 pontos (0,42%). O agosto/25 subiu 320 pontos (0,60%) e chegou em US$ 533,80/tonelada. O outubro/25 fechou o dia cotado em US$ 528,80/tonelada, ganho de 270 pontos (0,51%). O dezembro/25 passou valer US$ 525,40/tonelada, avanço de 250 pontos (0,48%).
De acordo com o que explica Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, quanto mais desvalorizadas a moeda das origens produtores, Brasil, Índia e Tailândia, em relação ao dólar, maior a remuneração das usinas exportadoras.
No Brasil, como ele destaca, quanto mais desvalorizado o real diante do dólar, maior a remuneração para as usinas, porque as exportações são realizadas em dólar. Quando o valor é internalizado, o ganho é maior em real. Então, o movimento de desvalorização do real e alta da moeda norte-americana eleva a oferta no mercado externo, reduzindo os preços em Nova Iorque.
Agora, como acrescenta o analista, com o real mais forte, o ímpeto exportador das usinas se encontra reduzido, porque elas não têm ganhos cambiais tão elevados como quando a moeda norte-americana estava em torno do R$ 6,00. Por isso, o patamar atual leva à alta das cotações na Bolsa de Nova Iorque, pois não incentiva tanto as exportações.
Além do real mais forte incentivar as vendas para o mercado interno, Muruci aponta também que o etanol hidratado atualmente não tem uma desvantagem grande em relação ao açúcar, diferente do que acontecia no ano passado.
“Hoje a desvantagem do etanol hidratado em relação ao açúcar em Nova Iorque está na faixa de 19% a 20%, se a gente comparar isso com o ano passado, que foi de 35% a 40%. É um nível de desvantagem menor, e isso colabora para a decisão da usina a fabricar etanol hidratado para vender no mercado interno”, explica o analista.
Fundamentos de oferta
Outro ponto destacado por Muruci, que tem mantido os preços no mercado internacional com uma oscilação entre 18 cents/lbp e 19 cents/lbp, sem força para romper os 20 cents/lbp, são os fundamentos opostos de Índia e Brasil.
Na índia, as chuvas de moções em excesso levaram o desenvolvimento de um fungo chamado podridão vermelha. Com isso, a safra que na projeção inicial do USDA tinha uma previsão para chegar a 34,5 milhões de toneladas, agora está projetada em 26 milhões de toneladas, com as usinas desde de fevereiro paralisando a produção de forma antecipada.
Diante de um consumo de 29 milhões de toneladas, Muruci destaca um déficit no país. Entretanto, o tempo seco que no Brasil ajudava a elevar as cotações, agora há um novo cenário com a perspectiva de chuvas constantes, apesar de pouco volumosas, que devem ajudar no desenvolvimento dos canaviais. Assim, segundo o analista ao mesmo tempo em que há a perspectiva de quebra na Índia, há uma expectativa de melhora para a safra do Brasil.
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