Desatualização tecnológica: Alta taxa de juros prejudica crescimento do setor de máquinas agrícolas no Brasil
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"Não estamos aquecidos. Estamos muito longe do que fomos no passado", destacou José Velloso Dias Cardoso, presidente da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) durante coletiva virtual realizada nesta quarta-feira (02).
Dados divulgados pela Associação apontam que a receita líquida do setor de máquinas e equipamentos registrou alta em fevereiro de 2025, atingindo R$ 22,9 bilhões e recuperando assim parte da perda observada nos últimos anos. De acordo com o presidente, nos últimos 3 anos o setor vem enfrentando uma queda considerável de faturamento. "Neste início de 2025 começamos a ter uma boa recuperação no consumo de máquinas no Brasil. Porém, nos últimos 10 anos registramos uma baixa de 35% no faturamento total do nosso setor", completou.
Esse desempenho positivo no início de 2025 é reflexo de uma demanda interna ainda aquecida, apesar da política monetária contracionista. No mercado doméstico a receita ficou em R$ 17,9 bilhões, superando a observada no mesmo período em anos anteriores.
Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, o atual e grande problema do setor tem sido as altas taxas de juros e a suspensão do Plano Safra, “o crescimento nas vendas está sendo prejudicado pelas altas taxas de juros. Com quase 15% de taxa ao ano, dificilmente o produtor vai conseguir obter crédito para compra de máquinas”, explicou.
Sobre a questão do Plano Safra 2025/26, Estevão disse que a proposta de verba da Abimaq para governo federal com destino ao Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras) é de R$ 21 bilhões. O pedido foi feito em recente reunião com o Ministério da Agricultura, em Brasília.
Apesar deste cenário adverso, o departamento estima um crescimento de 8% em 2025, com um faturamento de R$ 65 bilhões. O otimismo vem diante das boas condições de safras e preços positivos de algumas commodities, como café, laranja, cana-de-açúcar e a expectativa de recuperação da cultura de grãos para essa temporada.
Exportações e importações refletem expectativas e dão continuidade a recuperação do setor
De acordo com dados divulgados pela Abimaq, os números obtidos neste primeiro bimestre estão alinhados às expectativas do setor, e confirmam a continuidade da recuperação.
As exportações do setor de máquinas e equipamentos iniciou 2025 com crescimento, mas ainda com desempenho abaixo da média de 2024, indicativo de que os desafios no mercado externo. As exportações totalizaram US$ 870 milhões em fevereiro, representando um crescimento de 7,0% em relação a janeiro e 6,6% na comparação interanual. Um destaque é que fevereiro de 2024 foi o pior mês do ano passado. Com relação aos destinos, os Estados Unidos contabilizou uma queda de 26,8% nas aquisição de máquinas brasileira neste inicio de ano, o México baixa de 30,6% e o Canadá um recuo de 13,1%. Com esses resultados a América do Sul voltou a ser o principal destino das máquinas nacionais, adquirindo 35,5% de todos máquinas e equipamentos exportados pelo Brasil.
Já as importações registraram uma baixa de 12,5% em fevereiro em relação a janeiro, mas mantiveram o patamar historicamente elevado, com uma verba de US$ 2,4bilhões, o valor mais alto para o mês de fevereiro da série iniciada em 1999.Dentre os mercados com maior crescimento na importação de máquinas o destaca foi o agrícola, que registrou expansão de 25,3% nas suas importações.
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