Mercado reduz projeção da Selic em 2025 a 14,75% na semana do Copom, mostra Focus

Publicado em 05/05/2025 09:08 e atualizado em 05/05/2025 10:33

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SÃO PAULO (Reuters) - Na semana da decisão de política monetária do Banco Central, analistas consultados pela autarquia alteraram a projeção para o nível da taxa Selic ao fim deste ano pela primeira vez em 17 semanas, enquanto mantiveram a expectativa para 2026 e diminuíram mais uma vez a previsão da inflação em 2025, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das projeções para a Selic ao fim de 2025 agora é de 14,75%, após 16 semanas consecutivas em que a expectativa esteve em 15,00%, enquanto para 2026 a previsão continua sendo de que a taxa atingirá 12,50%. No momento, a Selic está em 14,25% ao ano.

Os membros do Comitê de Política Monetária voltam a se reunir na terça e quarta-feiras para a próxima decisão de juros, após sinalizarem na última reunião, em março, que devem elevar a Selic em uma magnitude menor do que os aumentos anteriores de 1 ponto percentual.

Segundo projeções dos analistas do Focus, o Copom elevará a taxa de juros em 0,5 ponto nesta semana, a 14,75%, prevendo ainda mais uma alta de 0,25 ponto em junho, a 15,00%. Em seguida, a expectativa é de que as autoridades façam um corte de 0,25 ponto na última reunião do ano, em dezembro, levando a taxa ao patamar de 14,75% ao fim do ano.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o IPCA terá alta de 5,53% ao fim deste ano, abaixo da projeção de avanço de 5,55% na pesquisa anterior, no que foi a 3ª semana consecutiva de redução da expectativa. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi de 4,51%, mesmo patamar da semana anterior.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em relação ao crescimento da economia brasileira, manteve-se a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,00% neste ano. Em 2026, a expectativa de crescimento ficou inalterada em 1,70%.

O resultado vem na esteira de mais uma semana marcada pelas preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, com leve otimismo nos mercados diante da aparente mudança de tom dos dois países, à medida que seguem reagindo ao anúncio de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA em 2 de abril, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana. Uma semana depois, Trump interrompeu as taxas para a maioria dos países, mantendo em vigor a tarifa universal de 10% e as taxas sobre a China.

Após trocas de retaliações Trump impôs taxa de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%. Na semana passada, entretanto, Pequim disse estar avaliando a proposta de Washington de iniciar negociações comerciais, levantando expectativas pelo fim do impasse.

No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$5,86, de R$5,90 anteriormente, e da projeção para 2026, a R$5,91, de R$5,95 na semana anterior.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 8,5% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

(Por Fernando Cardoso)

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Fonte:
Reuters

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