Açúcar recua após altas recentes, com percepção de oferta global mais confortável
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O mercado do açúcar registra leve queda nesta quarta-feira (14), devolvendo parte dos ganhos obtidos no pregão anterior. Em Nova Iorque, o contrato julho/25 é negociado a 18,13 cents de dólar por libra-peso, com recuo de 0,49%, enquanto o vencimento de outubro/25 é cotado a 18,31 cents, queda de 0,54%. Nas últimas sessões, os preços haviam avançado impulsionados pela retomada das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com o anúncio da diminuição temporária de tarifas por 90 dias, o que trouxe otimismo aos mercados globais de commodities. Além disso, o comportamento das cotações segue influenciado pela variação cambial no Brasil, que se encontra em plena safra 2025/26. Apesar das boas condições climáticas recentes, a expectativa é de uma temporada menor e com produtividade reduzida, reflexo dos impactos de estiagem e queimadas registrados no ciclo anterior.
De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (14) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de abril no Centro-Sul do Brasil totalizou 17,73 milhões de toneladas, uma retração de 49,35% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa queda impactou diretamente a produção de açúcar, que caiu 53,79%, somando 856 mil toneladas, e a produção de etanol, que recuou 35,37%, atingindo 985 milhões de litros.
Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, as condições climáticas foram o principal entrave. Chuvas significativas nas regiões do oeste paulista, Mato Grosso do Sul e Paraná prejudicaram a operacionalização da colheita. O executivo destacou que o ritmo de moagem ficou "aquém dos volumes históricos" esperados para o período.
Apesar da redução esperada na moagem da safra 2025/26, a exportação de açúcar pelo Brasil deve se manter estável, segundo a JOB Economia e Planejamento. A projeção é de 35,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao da temporada anterior e que representa mais da metade das exportações globais da commodity. “O Brasil continuará sendo o principal formador de preços no mercado internacional”, destaca Julio Maria Borges, sócio-diretor da consultoria.
Na 13ª Conferência Anual de Açúcar e Etanol da StoneX, realizada nesta terça-feira em Nova York, a empresa divulgou sua primeira estimativa para o balanço global da temporada 2025/26, indicando um superávit de 3,7 milhões de toneladas. Esse será o terceiro superávit global em quatro ciclos, reforçando a percepção de um mercado bem abastecido.
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