Regiões já afetadas por trágicas cheias na Argentina devem receber mais chuvas neste final de semana
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Mais chuvas estão previstas para a Argentina, em especial para a província de Buenos Aires, neste final de semana, agravando ainda mais a situação do país depois das enchentes que acometeram o país nos últimos dias. Há incontáveis regiões produtoras ainda alagadas, com milho e soja debaixo d'água e os relatos dos produtores são de desalento, em especial em um ano em que se esperava uma safra melhor do que as últimas que quebraram em função de severas estiagens.
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De acordo com o SMN (Sistema Meteorológico Nacional), algumas localidades poderão receber chuvas de mais de 75 mm nos próximos dias, o que se agrega à chegada de uma frente fria, podendo causar temporais em regiões litorâneas já na madrugada deste sábado.
Nesta sexta-feira (23), a semana vai se encerrando com pancadas de chuvas no noroeste argentino, as quais podem se intensificar, durante a tarde, da região de Misiones até o leste de Formosa. O centro-sul do país amanheceu bastante frio, com temperaturas abaixo dos 10ºC. Para as próximas horas são aguardadas chuvas isoladas no centro de Buenos Aires e no sul de Santa Fé.
A notícia boa, se é que é possível enxergar alguma agora quando o assunto é o clima na Argentina, é que o risco da ocorrência de geadas é quase nulo agora, de acordo com o Informe Climático Semanal divulgado pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
IMPACTOS PARA O CAMPO
As preocupações entre os produtores argentinos é crescente porque regiões importantes já receberam, entre os últimos dias 15 e 17, precipitações que chegaram a superar 300 mm. A ocorrêcia se desdobrou em alagamentos, bloqueios de estradas, pausa na colheita de grãos, exigindo que os agricultores se movimentassem de uma propriedade para outro em barcos ou canoas.
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Somente na província de Buenos Aires, restam mais de 700 mil hectares de soja ainda a serem colhidos, fora o milho e demais culturas. Nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou que 74,3% da área de soja já havia sido colhida, registrando um avanço de 9,4 pontos percentuais na semana. Apesar do bom progresso, o ritmo ainda está atrás do mesmo período do ano passado e em relação à média dos últimos cinco anos.
"Apesar das fortes chuvas dos últimos dias, as áreas mais afetadas apresentaram bom progresso na colheita. Contudo, os rendimentos estão caindo a medida em que os grãos são retirados do campo. Na semana passada, a área declarada como perdida pela BCBA era de 660 mil hectares. No relatório atual, esse número chega a 887 mil, reforçando o quadro crítico de perdas por inundações em algumas regiões. Ainda assim, a BCBA manteve a produção estimada em 50 milhões de toneladas", traz a análise da Agrinvest Commodities.
Sobre o milho, a bolsa mostra que a colheita perdeu ritmo, uma vez que os produtores estão focados nos trabalhos de campo com a soja. "Ainda assim, o ritmo está acima da média de cinco anos. As chuvas também ocorreram sobre áreas de milho, complicanod as atividades no campo, mas os danos estão mais controlados. A expectativa de produção continua em 49 milhões de toneladas", complementa a consultoria.
Os estragos registrados nas estradas da província, principalmente nas estradas rurais, também causaram revolta entre os produtores rurais. "As estradas rurais não servem apenas para transportar gado ou caminhões de grãos; elas fazem parte do desenvolvimento do interior produtivo", disse Roberto Cittadini, coordenador da Comissão de Serviços da Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (CARBAP), ao jornal La Nacion.
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A publicação traz ainda números que mostram que a província de Buenos Aires conta com 105 mil quilômetros de estradas rurais, dos quais 25 mil são estradas provinciais que, embora dependam dos municípios, não recebem a manutenção necessária.
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"São estradas de terra que ligam cidades, estradas reais, e estão completamente deterioradas. Temos rodovias nacionais bloqueadas, trechos de terra na Rodovia 33, a Rota 3 em dificuldades, pontes destruídas e estradas provinciais intransitáveis. Tudo isso expõe a fragilidade do sistema e a falta de infraestrutura em todos os níveis. Não é fácil; há necessidades urgentes. Muitos tiveram que deixar seus grãos em silos-bolsas devido a problemas logísticos. Agora temos que ver se a qualidade se mantém ou se haverá perdas", complementa Roberto Cittadini.
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