Com peso do dólar e das tensões comerciais, cotações do milho fecham segunda-feira recuando em Chicago

Publicado em 28/07/2025 16:42
B3 acompanha as quedas, enquanto físico se mantém sustentado

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A segunda-feira (28) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT). 

De acordo com a análise da Agrinvest, um dólar mais forte e a falta de acordo com relação a comercialização dos grãos dos Estados Unidos nos acordos que Donald Trump vem negociando com os países, acaba puxando o preço das commodities para baixo na CBOT. 

“Um clima favorável nos EUA também reforça a expectativa de safra cheia”, acrescentam os analistas da consultoria. 

O vencimento setembro/25 foi cotado a US$ 3,93 com desvalorização de 5,75 pontos, o dezembro/25 valeu US$ 4,14 com perda de 5 pontos, o março/26 foi negociado por US$ 4,31 com baixa de 5,25 pontos e o maio/26 teve valor de US$ 4,41 com queda de 5,25 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (25), de 1,44% para o setembro/25, de 1,19% para o dezembro/25, de 1,20% para o março/25 e de 1,18% para o maio/26. 

Mercado Externo 

Para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3), a segunda-feira também representou movimentações negativas. 

Segundo informações dos analistas da Agrinvest, com o milho recuando na CBOT, os futuros acabaram sofrendo desvalorizações também na B3. 

“No mercado físico os preços continuam firmes, mas os compradores já estão em uma postura de aquisições pontuais aguardando uma nova pressão sobre os preços devido a entrada da oferta do milho safrinha”, acrescenta a consultoria. 

As exportações brasileiras de milho em julho seguem com ritmo abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou apenas 1.522.714,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos 19 primeiros dias úteis do mês, o que corresponde a apenas 42,8% do volume exportado em julho de 2024, que foi de 3.553.865,8 toneladas.    

A média diária de embarques ficou em 80.142,9 toneladas, uma retração de 48,1% frente às 154.515,9 toneladas por dia útil registradas no ano passado.  Apesar de ainda abaixo do registrado em 2024, os embarques seguem ganhando ritmo. Até a última semana a média diária de embarques era de 64.297,6 toneladas e subiu mais de 24% nos últimos cinco dias.   

O analista de inteligência de mercado de milho da StoneX, Raphael Bulascoschi, destaca o começo lento do programa de exportação de milho do Brasil, mas acredita em uma evolução daqui para frente.  

“A gente tem visto exportações um pouco mais lentas. O começo do ano tende a ser mais fraco por questões sazonais, só que mesmo dentro da sazonalidade as exportações estavam mais fracas por um contexto de escassez de milho no mercado doméstico. Agora com a entrada da safrinha, a gente deve ver um repique nas exportações”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua semanal apontando que o Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas/SP, vem reagindo nos últimos dias, mas ainda acumula queda na parcial de julho.  

“Ao mesmo tempo em que vendedores limitam as ofertas em regiões onde a colheita está mais atrasada, como nas praças paulistas, sustentando os valores, noutras localidades, sobretudo do Centro-Oeste, o ritmo acelerado das atividades de campo eleva a disponibilidade, pressionando as cotações. Além disso, agentes consultados pelo Cepea relatam que o aumento nos fretes reforça o suporte sobre os preços”, dizem os pesquisadores do Cepea.  

"As boas expectativas quanto às produções brasileiras e mundiais continuam restringindo os negócios, visto que parte dos consumidores sinaliza estar estocada e aguarda o próximo mês – com o avanço da colheita –, para adquirir o cereal a patamares inferiores aos atuais”, ressaltam os pesquisadores. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

O vencimento setembro/25 foi cotado a R$ 65,01 com desvalorização de 0,97%, o novembro/25 valeu R$ 68,23 com perda de 0,58%, o janeiro/26 foi negociado por R$ 71,96 com baixa de 0,30% e o março/26 teve valor de R$ 74,85 com queda de 0,07%. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve altos e baixos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização em Sorriso/MT, Jataí/GO e Rio Verde/GO, já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC e Eldorado/MS. 

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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