CNA e entidades alertam sobre riscos fitossanitários de importação da banana do Equador
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na terça (30), de uma reunião de grupo de produtores de banana e entidades do setor com os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, sobre os riscos de importação da banana do Equador.
O encontro foi articulado pelas associações do setor Conaban, Abanorte, Abavar, Febanana e outras, para discutir a preocupação da cadeia produtiva com os riscos fitossanitários associados ao produto equatoriano, principalmente em relação ao Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça tropical 4, praga quarentenária ausente no Brasil.
Segundo informações apresentadas na audiência, a TR4, como também é conhecida a doença, representa uma ameaça severa aos cultivos de banana no país, especialmente as variedades do grupo Cavendish, como a banana nanica e a banana prata, que são as mais produzidas e consumidas no Brasil.
Os representantes da cadeia enfatizaram aos ministros a necessidade de participação ativa do setor produtivo e das instituições de pesquisa na condução das Análises de Risco de Pragas (ARP’s), considerando os riscos diretos, podendo ser o fruto uma fonte de inóculo, fato já demonstrado em estudos científicos e reconhecido internacionalmente, e indiretos, como a contaminação por meio de caixarias, pallets e demais embalagens.
A assessora técnica da CNA, Letícia Barony, destacou a relevância das ações de defesa fitossanitária e reconheceu o bom trabalho conduzido pelo Mapa em diversas cadeias e emergências fitossanitárias. No entanto, reforçou que diante da ameaça representada pela doença, as ações de prevenção e proteção devem ser ainda mais rigorosas.
“A gravidade da situação se intensifica diante da inexistência de materiais genéticos resistentes à TR4 e da falta de tratamentos eficazes. Trata-se de uma doença de solo que, uma vez presente, torna a área imprópria para o cultivo da fruta pela ausência de tratamento”, explicou.
A assessora ressaltou que a CNA enviou um ofício ao Mapa algumas semanas atrás abordando a preocupação do setor com a questão.
Na avaliação de Letícia, a estrutura da cadeia produtiva brasileira, composta por mais de 200 mil produtores distribuídos em todo o território nacional, sendo mais de 80% da agricultura familiar, torna inviável o controle da praga caso ela ingresse no país, “gerando um enorme desafio para o Ministério da Agricultura e grande insegurança para os produtores.”
Os ministros reafirmaram o compromisso do Brasil com a defesa sanitária, destacando a referência internacional do país. Garantiram que as análises de risco serão realizadas, e que contarão com apoio da Embrapa e participação do setor produtivo e reiteraram que, caso haja risco de ingresso de pragas quarentenárias, especialmente a TR4, o mercado não será aberto.
Também participaram da reunião o senador Jaime Bagatoli, os deputados Jorge Goetten e Nilto Tatto, além de prefeitos e vereadores.
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