Programa Salute é lançado para impulsionar safra 2025/26 com foco em biotecnologia e regeneração do solo
A Orgânica Agro, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lançou oficialmente o programa "Salute" para as safras 2025/2026. O projeto nasce com a proposta de integrar manejo biológico, regeneração de solos e monitoramento de indicadores de qualidade em diferentes regiões, com destaque para o Matopiba, mas também aberto a produtores de outros estados.
O programa visa oferecer um "sistema premium de regeneração do solo" focado no manejo biológico para enfrentar desafios críticos como os nematóides, especialmente o Pratylenchus, e doenças radiculares como a Macrophomina e o Fusarium.
O pesquisador Dr. Dirceu Kepler, da Embrapa Balsas, destacou que o programa vai entregar ao produtor ferramentas para avaliar indicadores de qualidade do solo, permitindo identificar riscos e adotar estratégias de manejo biológico mais precisas.
Entre os alvos prioritários estão os nematóides (como Pratylenchus), fungos de solo como fusarium e Macrophomina, e também doenças de final de ciclo. A ideia é oferecer parâmetros quantitativos que ajudem o produtor a tomar decisões embasadas, escolhendo o bioinsumo adequado para cada situação.
“Vamos indicar quais são os manejos mais eficientes e economicamente viáveis. A sustentabilidade vem tanto do ponto de vista ambiental quanto do ponto de vista financeiro e técnico”, reforçou Kepler.
Para o diretor da Orgânica Agro, Fábio Barro, o programa Salute consolida mais de uma década de experiência da empresa com bioinsumos, agora em parceria direta com a ciência da Embrapa:
“Desde 2008 viemos evoluindo na aplicação de bioinsumos. O que queremos agora é expandir, ajustar e consolidar manejos indicativos, impondo microorganismos de alta performance em escala de campo. O foco não é apenas em produtos, mas numa agricultura de processos, aproveitando o máximo da energia da lavoura e das ferramentas modernas que temos à disposição.”
O programa conta com a colaboração de diversos atores do agronegócio, incluindo a Embrapa, a Orgânica Agro, agricultores, consultores e técnicos de campo. Segundo Fábio Barro, Diretor da Orgânica Agro, o objetivo é compilar anos de conhecimento e experiência em bioinsumos e levá-lo para um número maior de propriedades, ajustando e aprimorando o uso dessas ferramentas.
Osvaldo Massal, da Fazenda Santa Luzia, compartilhou sua experiência de mais de 40 anos no campo e ressaltou que o projeto pode ter impacto semelhante ao da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que já transformou regiões inteiras.“Acredito que o Salute será mais uma chave para o sucesso da agricultura sustentável”, disse.
O programa contará ainda com acompanhamento técnico em todas as etapas, do plantio até a colheita. Para o agrônomo Anderson Silva, da Orgânica Agro, o diferencial está justamente no acompanhamento das consultorias particulares de cada agricultor e monitoramento constante permitirá aos agricultores tomada de decisões mais assertivas e aproveitar ao máximo os benefícios das biotecnologias.
Além dos especialistas, produtores como Fabiano Obem (Fazenda Brejão, em Riachão/MA) e Deone Sandre (Fazenda Reunidas) já participaram do programa e vão contribuir com relatos de campo, mostrando como as práticas do programa influenciam diretamente o manejo agrícola e a sustentabilidade das lavouras.
A tecnologia será um pilar fundamental, com o uso de um aplicativo próprio para monitoramento em campo, análises metagenômicas para identificar microrganismos e observações pontuais. O programa também prevê rodadas técnicas, lives interativas e um seminário ao final da safra para consolidar os resultados e direcionar os próximos passos.
A importância da pesquisa e da adoção de práticas regenerativas foi corroborada pelo produtor Osvaldo Massal, da Fazenda Santa Luzia, que é parceiro da Embrapa há 20 anos. "A braquiária foi o maior marco, a maior descoberta para a região do Cerrado. Agregou muito, principalmente para nós como sistema de pesquisa, porque observamos que ela realmente agregou na produtividade, na sustentabilidade e na parte ambiental”, declarou Osvaldo, destacando o ganho de matéria orgânica e a resiliência ao veranico.
Deon Sandre, da Fazenda Reunidas, e Anderson Silva, da Orgânica Agro, reforçaram a relevância da coleta de dados. “Tecnologia tem e só falta ser explorada. A coleta de dados e indicadores é fundamental para a tomada de decisão, nos deixando mais confiantes para as novas safras”, disse Deon. Anderson complementou, “o solo sempre foi tratado como um ambiente invisível, e ter esses parâmetros pode dar um norte para o produtor indicar quais bioinsumos realmente vão fazer a diferença”.
Com o lançamento do programa Salute, a Orgânica Agro e a Embrapa pretendem oferecer aos produtores uma aplicação efetiva de microrganismos de alta performance, com o objetivo de otimizar os recursos financeiros e elevar a sustentabilidade, a resiliência e a produtividade das lavouras a longo prazo.
Credibilidade científica e expansão nacional
A parceria com a Embrapa fortalece a base científica e a credibilidade do projeto, que prevê monitoramento constante, coleta de dados e análise comparativa entre áreas de alta produtividade e áreas de risco.
Segundo Fábio, os produtores interessados podem se inscrever no programa por meio de uma ficha disponibilizada pela Orgânica Agro, com a recomendação de que o consultor técnico da fazenda também participe.
“Não é um projeto restrito ao Matopiba. Embora a região seja o foco, produtores de outros estados também podem se inscrever e participar dessa construção coletiva”, destacou.
Produtores interessados em participar podem buscar informações com os consultores da Orgânica Agro ou da Embrapa.
Para saber mais detalhes, clique AQUI.
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