Possível isenção ou redução das tarifas americanas sobre o café brasileiro consolida novas baixas nas bolsas internacionais
![]()
Os preços do café fecham mais uma sessão em queda, presssionados pelos possíveis cortes de tarifas nos EUA. Na última quarta-feira (12), o Secretário do Tesouro, Bessent, afirmou que haveria "anúncios substanciais nos próximos dias" sobre culturas não cultivadas nos EUA, incluindo o café.
Boletim do Escritório Carvalhaes destaca que será bom, tanto para o Brasil como para os EUA, a retirada do tarifaço, mas os demais fundamentos de mercado continuarão os mesmos: incertezas climáticas, que seguem afetando a produção de café no Brasil e nos demais países produtores e os baixos estoques globais. "O Brasil é o maior produtor e exportador mundial (além de segundo maior consumidor), e está sem estoques remanescentes e colheu em 2025 uma safra menor do que a projetada inicialmente, frustrando os cálculos e análises do mercado. Além desse quadro, nossas regiões produtoras já sofreram com diversos problemas climáticos, que devem impactar a próxima produção em 2026", completa ainda o documento.
O mercado futuro mantém também a pressão sobre as primeiras previsões para safra/26. De acordo com o Rabobank, o mercado de café apresentará um excedente global substancial de 7 a 10 milhões de sacas na safra de 2026-2027, em comparação com o atual equilíbrio de oferta, impulsionado pela recuperação da produção de arábica no Brasil. Já para a StoneX, a safra do café brasileiro está estimada em uma produção de 70,7 milhões de sacas para 2026/27, total que representa um aumento de 13,5% em relação ao ciclo anterior (2025/26). Deste total, 47,2 milhões correspondem ao arábica, (um crescimento anual de 29,3%), enquanto 23,5 milhões de sacas são de robusta, com queda de 8,9%. Mas, apesar da recuperação esperada, o volume ainda permanece abaixo do potencial máximo que poderia ser alcançado sob condições climáticas ideais.
Em NY, o arábica fecha esta quinta-feira (13) com a queda de 195 pontos no valor de 401,70 cents/lbp no vencimento de dezembro/25, uma baixa de 240 pontos negociado por 374,25 cents/lbp no de março/26, e um recuo de 215 pontos no valor de 358,65 cents/lbp no de maio/26.
Já o robusta registra a perda de US$ 23 nos contratos de novembro/25 e janeiro/26 cotado por US$ 4,369/tonelada e US$ 4,343/tonelada, e uma desvalorização de US$ 39 no valor de US$ 4,246/tonelada no de março/26.
Mercado Interno
Os preços no mercado físico brasileiro acompanharam as baixas das bolsas internacionais, e o Café Arábica Tipo 6 registra queda de 2,16% em Poços de Caldas/MG no valor de R$ 2.260,00/saca, uma baixa de 1,67% em Machado/MG cotado por R$ 2.360,00/saca, e uma perda de 0,86% em Varginha/MG no valor de R$ 2.300,00/saca. O Cereja Descascado encerra com a desvalorização de 1,29% em Guaxupé/MG negociado por R$ 2.303,00/saca, e uma baixa de 1,93% em Poços de Caldas/MG no valor de R$ 2.540,00/saca.
Leia mais:
0 comentário
Falta de chuva no BR faz futuros do café arábica fecharem sessão desta 5ª feira (04) com ganhos de 2%
Preço médio das exportações de café não torrado dispara 46% em novembro/25 frente ao mesmo período do ano passado
Região da Alta Mogiana registra boa florada do café, mas qualidade da próxima safra preocupa os produtores
Baixos estoques pressionam os futuros do café, que trabalhavam com ganhos no início da tarde desta 5ª feira (04)
Conab: Com maior safra de conilon, produção de café é estimada em 56,5 milhões de sacas em 2025
Ministro Fávaro recebe setor cafeeiro para alinhar estratégias de promoção internacional e financiamento da atividade