Segurança Alimentar: Aumento da produção será insuficiente se produtores não receberem a assistência que precisam
![]()
Direto da COP30, Agrizone
A terça-feira, 18 de novembro, na COP30, na AgriZone, é dedicada ao tema da segurança alimentar no pavilhão da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), que recebe não só líderes brasileiros para tratar do tema, mas também representantes internacionais. E já no primeiro painel - "Produção, distribuição e acesso a alimentos: dados sobre a situação atual e a heterogeneidade global" foi destaque as diversas reações que a produção agropecuária têm trazido aos desafios que vivencia atualmente, em especial quando o mundo ainda carrega o número de 700 milhões de pessoas que passam fome, segundo os números mais atualizados da FAO, o braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para Agricultura e Alimentação.
"Não vamos erradicar a fome se pensarmos em soluções únicas", afirmou a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Mariana Aragão. A partir de janeiro, Mariana assume a chefia da instituição. "A segurança alimentar têm que estar em primeiro lugar".
![]()
Ao lado da represente da Embrapa, o secretário-geral da WFO (World Farmers Organisation), Andrea Porro, destacou que esta heterogeneidade ainda é um problema que impacta não só a segurança alimentar, mas também a evolução da agricultura no mundo todo. "Os produtores e as propriedades de tamanhos diferentes reagem de formas diferentes", diz. "São diferentes níveis de capacitação, de treinamento, ferramentas de extensão e, por isso, de possibilidade de serem sustentáveis". E estas deveriam ser, ainda segundo ele, "prioridade de solução".
Porro destacou que entre alguns dos principais desafios que hoje estão os custos elevados, os baixos financiamentos, o crédito escasso e a dificuldade de acesso à tecnologia, capacitação, educação e recursos. E é esta dificuldade e diferença de acesso que acaba promovendo esse desenvolvimento do setor que também é heterogêneo. Além disso, ainda destacou a importância urgente na revisão dos mecanismos de definição de metas, que será o mais efetivo na garantia do cumprimento de tais metas.
"Precisamos de simplificação e melhor definição dos alvos para que os objetivos possam ser alcançados pelos produtores rurais e para que eles possam ser estimulados no que fazem de melhor", afirma.
Desta forma, Mariana afirma que este ambiente vem alimentando grandes distorções entre os mercados, o que acaba quase neutralizando suas vantagens competitivas. Como exemplo, citou os subsídios que são bastante presentes e algumas nações, o que os coloca em lugares diferentes de concorrência, competitividade e, consequentemente, de atendimento à demanda crescente e cada vez mais exigente.
Mediando o painel, o presidente da Farsul (Federação e Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) e vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, afirmou: "tenho muito orgulho de ser agricultor brasileiro. Nossa caminhada, nossa evolução, foi muito rápida, e não foi perfeita. Mas seguimos melhorando e muito".
![]()
"Esta é a epopeia de um povo que ainda não está escrita nos livros, ou nas redes sociais. Nossa agricultura melhorou o meio ambiente, mesmo com graves problemas ainda a serem resolvidos. Podemos ser a maior agricultura do mundo entre 2035 e 2040, provendo mais de 600 milhões de toneladas".
O Brasil, que já foi franco importador de alimentos, hoje figura como terceiro maior produtor global, maior exportador líquido global de alimentos e o que exporta auxilia na alimentação, ainda de acordo com a FAO, de mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo.
0 comentário
SIA fecha 2025 com resiliência no agro e projeta retomada estruturada para 2026
FecoAgro/RS aponta 2025 como um dos anos mais difíceis para a agricultura gaúcha
Queda de 18% no preço da ureia altera estratégia de compra de fertilizantes no Brasil
Entregas de fertilizantes crescem 9,3%, com 35,86 milhões de toneladas entregues
Mesmo diante de ano desafiador, mercado de máquinas agrícolas mantém resiliência
Importação de óleo de palma pela Índia cresce em novembro em meio a preços mais baixos