Fed deve reduzir juros mas pode sinalizar uma pausa futura
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Por Howard Schneider
WASHINGTON, 10 Dez (Reuters) - O Federal Reserve deve cortar a taxa de juros nesta quarta-feira enquanto as autoridades lidam com as lacunas nos dados econômicos causadas pela recente paralisação do governo e trabalham com visões opostas sobre os riscos enfrentados pela economia.
O corte previsto de 0,25 ponto percentual pode muito bem vir acompanhado de uma abordagem de não compromisso ou até mesmo "hawkish" em relação à trajetória dos juros no próximo ano, dada a divisão entre as autoridades céticas quanto à necessidade de mais reduções nos juros diante da inflação ainda elevada e aquelas que acham que a economia e o mercado de trabalho podem enfraquecer se o banco central dos EUA não reduzir os custos dos empréstimos.
As novas projeções econômicas trimestrais, a serem divulgadas juntamente com a decisão, mostrarão como as autoridades do Fed esperam que a economia evolua em 2026, juntamente com o que elas consideram ser a trajetória adequada dos juros. No entanto, essas previsões para o ano seguinte geralmente ficam desatualizadas rapidamente devido à entrada de dados e dizem pouco sobre o ritmo dos movimentos esperados.
Poucos dias depois da reunião do Fed, as agências de estatísticas dos EUA divulgarão uma grande quantidade de dados atrasados devido à paralisação de 43 dias, incluindo relatórios de emprego e inflação para novembro, que podem ajudar a resolver o debate central entre os banqueiros centrais - outro motivo para que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que estabelece os juros, seja circunspecto, mesmo ao reduzir sua taxa de juros para a faixa de 3,50% a 3,75%.
"Esperamos que o Fomc apresente um corte de 25 pontos-base nesta semana com uma orientação decididamente mais 'hawkish'", escreveram os analistas da TD Securities. "A decisão provavelmente será tão ou mais controversa do que a de outubro."
Os últimos dados que o Fed recebeu sobre inflação e empregos, suas duas principais áreas de preocupação, foram os de setembro, quando a taxa de desemprego subiu ligeiramente para 4,4%, e a medida de inflação preferida do banco central foi de 2,8%, em comparação com sua meta de 2%.
A decisão de 29 de outubro de reduzir a taxa juros para a faixa atual de 3,75% a 4,00% gerou dissidências a favor tanto de uma política monetária mais dura quanto mais frouxa, uma raridade que refletiu o risco de inflação persistente que alguns dos presidentes de bancos regionais do Fed citaram como sua principal preocupação e a possibilidade de um mercado de trabalho em declínio que alguns membros do banco central colocaram no centro de sua abordagem à política monetária.
A decisão, as projeções e um novo comunicado de política econômica serão divulgadas às 16h (horário de Brasília). O chair do Fed, Jerome Powell, dará coletiva à imprensa meia hora depois.
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