SIA fecha 2025 com resiliência no agro e projeta retomada estruturada para 2026
A SIA, Serviço de Inteligência no Agronegócio encerrou 2025 em meio a um dos períodos mais desafiadores recentes do agronegócio, marcado por clima adverso, queda nos preços das commodities e forte restrição de crédito. O ano exigiu reorganização e foco em eficiência, resultando em aprendizado e revisão de estratégias.
O diretor executivo da SIA, Bruno Quadros, destaca que a combinação entre perdas climáticas acumuladas e retração de preços afetou culturas como soja e arroz, ao mesmo tempo em que a pecuária começou a retomar valor. “Essa convergência de fatores formou uma tempestade perfeita, pressionando produtores e empresas. A falta de crédito atingiu toda a cadeia, afetou o produtor, mas também as revendas, concessionárias e outros segmentos”, avaliou.
Apesar das adversidades, Quadros argumenta que 2025 marcou uma virada de consciência. Ele reforça que o setor passou a olhar para dentro, identificando falhas e direcionando esforços para maior diversificação produtiva. “O ano foi da pecuária, especialmente pela percepção de que ela precisa ser mais profissional e integrada às culturas de verão”, disse, complementando que o movimento deve se intensificar em 2026 e 2027, com novas estratégias e modelos produtivos.
A retração nos investimentos nas lavouras também reforça a necessidade de planejamento mais criterioso nos próximos ciclos. A SIA avalia que os próximos anos serão de reorganização. “São períodos de reestruturação, de cicatrizar feridas e preparar o terreno para uma retomada sólida”, pontua o diretor executivo da empresa. Quadros lembra que o agro é cíclico, mas exige preparação para enfrentar os períodos ruins com mais estabilidade.
Outro ponto relevante foi a movimentação no setor de distribuição de insumos, que abre oportunidades para empresas e cooperativas ampliarem a competitividade. “O setor passa por uma reestruturação muito forte após vários insucessos dos modelos de consolidação e expansão de grandes players, explica Quadros. Ele diz que é preciso repensar o setor, que as margens estão muito pressionadas, há uma necessidade enorme de acesso ao crédito e de outras fontes de captação de recursos além do tradicional.
E em ano de COP30, Bruno Quadros pontuou que a relevância crescente da sustentabilidade, exige que o agro mostre sua força como protagonista das soluções climáticas, “não como vilão”.
Com um olhar focado na pecuária, o diretor de Negócios da SIA, Davi Teixeira, lembrou que, em termos de mercado, 2025 foi a retomada de preço após três anos de retração, 2022, 2023 e 2024, para a pecuária gaúcha e nacional. “O 2025 mostrou a retomada dos valores, dos preços pagos ao produtor pelo quilo da carne, e isso é muito importante, sobretudo em um momento em que a agricultura de grãos passa por dificuldades, com o arroz nessa mesma conjuntura de preços finais e a soja com a questão da produtividade e também de preço”, explicou Teixeira, complementando que a pecuária retoma a sua condição de ser uma alternativa muito relevante para a retomada desses negócios, uma vez que a agricultura e a pecuária andam muito juntas nas propriedades rurais.
Com uma visão prudente e otimista, a SIA projeta 2026 como um ano de retomada gradual, baseada em tecnologia, irrigação, manejo qualificado e diversificação, na agricultura. “Estamos começando a retomar ciclos”, resume Quadros, ressaltando que inovação e preparo serão fundamentais para fortalecer o produtor e devolver pujança ao setor nos próximos anos.
Já Davi Teixeira, projeta para a pecuária, a retomada do crescimento. Ele destacou que a SIA participa da estruturação de um programa estadual para o desenvolvimento da pecuária de corte do Rio Grande do Sul e na retomada do protagonismo econômico. “E isso deve frutificar muito em 2026, pois o programa que vem para trazer vários projetos que fomentam, incentivam e articulam os elos da cadeia da carne para o Rio Grande do Sul, retome o seu espaço no cenário da pecuária, tanto aqui dentro do Estado quanto nacionalmente”, justifica o diretor.
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