Produtores da Canaoeste reforçam gestão agronômica e aceleram adoção de tecnologia em safra desafiadora
Mesmo em um ciclo marcado por adversidades climáticas, os produtores associados à Canaoeste mantiveram o planejamento agronômico, ajustaram estratégias de manejo e ampliaram o uso de tecnologia no campo. A leitura da associação é que a safra 2025/26, embora mais difícil do ponto de vista produtivo, impulsionou decisões técnicas mais criteriosas e fortaleceu bases importantes para os próximos ciclos.
De acordo com a gestora agrícola da Canaoeste, Alessandra Durigan, a seca acentuada, a irregularidade das chuvas, as altas temperaturas e os incêndios registrados em 2024 afetaram tanto a quantidade de cana entregue quanto a qualidade da matéria prima. “A quantidade de cana entregue pelos produtores associados e a qualidade da matéria prima apresentaram números inferiores aos da safra passada. O canavial estava muito sofrido devido à seca acentuada e aos incêndios ocorridos em 2024, que penalizaram principalmente a produtividade”, afirma.
O impacto foi desigual entre as regiões atendidas pela entidade. Severínia, Barretos e Morro Agudo concentraram os maiores desafios, enquanto Sertãozinho, Pontal e Cravinhos apresentaram perdas mais moderadas, ainda que abaixo do potencial histórico. “Houve variação entre as regiões da área de abrangência da Canaoeste. Mesmo nas regiões menos afetadas, os canaviais estão falhados”, observa.
Clima e sanidade direcionam o manejo ao longo do ciclo
As condições climáticas ao longo de todo o desenvolvimento da lavoura exigiram ajustes constantes nas decisões de campo. “Os baixos volumes e a irregularidade das chuvas, as altas temperaturas e os incêndios influenciaram negativamente os resultados da safra 2025/26”, diz Alessandra.
No aspecto fitossanitário, o principal ponto de atenção foi o Sphenophorus levis, o bicudo-da-cana-de-açúcar, seguido pela Diatraea saccharalis, conhecida como broca-da-cana-de-açúcar. Doenças como síndrome da murcha e ferrugem marrom apareceram de forma localizada. “Não houve aumento significativo na incidência de pragas de um ano para o outro, mas a ocorrência segue elevada, principalmente de broca e Sphenophorus. O controle deste último está mais difícil e muitas vezes uma única aplicação de defensivo não é suficiente”, afirma.
Diante desse cenário, o monitoramento em campo tornou-se ainda mais estratégico. “O acompanhamento é essencial para identificar populações que causam danos e orientar corretamente as recomendações de controle”, diz a gestora. A Canaoeste mantém equipes capacitadas para levantamentos de pragas, doenças e falhas, apoiando a tomada de decisão dos produtores.
O manejo integrado de pragas ganhou maior protagonismo, combinando controle químico, cultural, mecânico e biológico. “É importante priorizar os produtos biológicos, os bioinseticidas, por serem uma estratégia mais segura, que reduz impactos ambientais e atende às exigências por sistemas produtivos mais eficientes e sustentáveis. O controle biológico pode ser integrado às demais medidas”, destaca Alessandra.
Biofábrica e serviços tecnificados consolidam estratégia de apoio
Entre as principais entregas agronômicas da associação está a Biofábrica da Canaoeste, que vem estimulando a adoção de bioinsumos na canavicultura regional. Os produtos são exclusivos para os associados e oferecidos a preços mais competitivos em relação ao mercado de insumos biológicos. “A biofábrica é um grande incentivo à adoção de bioinsumos. A oportunidade de adquirir produtos de alta qualidade por valores mais atrativos é muito relevante para o produtor”, afirma a gestora.
Também avançaram os serviços tecnificados oferecidos pela associação. Mapeamento de plantas daninhas, levantamentos de falhas com uso de drones, sistematização de áreas e análises de solo, pragas e doenças estiveram entre os serviços mais demandados ao longo da safra. A busca é maior entre produtores médios e grandes, que têm ampliado investimentos em agricultura de precisão.
Mesmo sob restrições impostas pelo clima, o cuidado com o canavial evoluiu. “O produtor está mais atento aos tratos culturais das soqueiras, com correção, adubação e controle de daninhas, pragas e doenças, além de investir em tecnologias modernas, como agricultura de precisão e uso de drones para mapeamentos”, relata Alessandra.
Na frente de capacitação, os cursos voltados ao manejo de pragas, especialmente manejo biológico, tiveram alta adesão em 2025, assim como temas ligados à segurança e ao uso de tecnologia na lavoura. Internamente, a equipe agronômica passou por treinamentos contínuos e a contratação de uma terceira equipe de campo ampliou a capacidade de atendimento, um dos serviços mais procurados pelos associados.
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