Pesquisa alerta para redução na renda dos agricultores

Publicado em 17/06/2010 08:17 e atualizado em 17/06/2010 11:22
Prejuízo no trigo e milho e margem apertada na soja é o que aponta a primeira estimativa de custo e rentabilidade da safra 2010/2011, elaborada pela Fecoagro no Rio Grande do Sul. Normalmente, o estudo é divulgado em outubro, mas, com o risco do governo reduzir os preços mínimos, a federação resolveu se antecipar e comprovar que não há razão para a União baixar o valor referencial. Em outubro, será feita nova avaliação. O estudo, que abrange 70% da área de produção e 30 cooperativas, será entregue aos ministérios da Agricultura e da Fazenda. De acordo com o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, a estimativa apontou custos estabilizados em relação à safra passada, queda de preços ao produtor e renda no vermelho, fatores que não justificam qualquer redução de preços mínimos. Favorável à manutenção dos parâmetros, o Ministério da Agricultura informa que a negociação prossegue com a Fazenda.

Polidoro Pinto acrescenta que o mercado segue preocupante, influenciado por fatores como estoques altos e câmbio. "Apesar da colheita recorde, o preço das commodities, em geral, caiu. Então, eu diria que uma coisa anula outra. O cenário pode até melhorar dependendo das oscilações de preço, mas esta é a situação."

De acordo com o economista Tarcísio Minetto, a redução da taxa de juros anual ao médio produtor de 6,75% para 6,25%, recém-anunciada pelo governo federal, não está computada. Ele acredita, contudo, que o impacto não será significativo. E salienta que a falta de rentabilidade é mais aguda no trigo. Considerando receita bruta de R$ 862,40 por hectare frente ao custo total de R$ 1.320,55, o prejuízo chega a R$ 458,10 por hectare, defasagem de 34,69% considerando 40 sacas/ha.

No caso do milho, a situação é um pouco melhor. Levando em conta o custo total por hectare de R$ 1.614,08 e preço de R$ 15,74, o negativo seria de 17,12%, considerando-se 85 sacas/ha. A única cultura com renda positiva é a soja, cujo custo previsto é de R$ 1.305,35. Ao preço de mercado de R$ 33,94, o produtor precisará colher 38,46 sacas, margem enxuta de 3,98%, praticamente empatando com o custo para as esperadas 40 sacas/ha.

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Fonte:
Correio do Povo

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