RS: Estado reduz área e safra de grãos deve recuar 4,8% com La Niña

Publicado em 31/08/2010 08:08
A expectativa de ocorrência do fenômeno La Niña e a perda de espaço de culturas como o milho e o feijão podem levar a um recuo na safra de grãos no Rio Grande do Sul no período 2010/2011, segundo previsões iniciais anunciadas ontem na Expointer pela Emater/RS. A colheita das principais culturas - soja, milho, arroz e feijão - deve somar 21,9 milhões de toneladas, 4,8% a menos do que foi colhido na safra recorde deste ano. As análises levam em conta o desempenho de cada cultura nos últimos dez anos, considerando os avanços tecnológicos dos produtores no período.

Com 356 municípios pesquisados, 83% do universo a ser cultivado nesta safra, os primeiros números indicam que o milho terá queda na área de plantio, saindo de 1.151.397 hectares em 2009/2010 para 1.145.677 hectares em 2010/2011. O feijão deve passar de uma área semeada de 77.202 hectares para 74.012 hectares. A queda na área cultivada do milho é projetada em função do comportamento da soja, que deve ocupar parte da área do cereal na próxima temporada.

O diretor-técnico da Emater-RS, Alencar Rugeri, disse que os preços mais baixos do milho tiveram pouca influência na intenção dos produtores de substituir o cereal pela soja. “A rotação de culturas é tradicionalmente realizada pela maioria dos produtores do Estado, por isso, o plantio de milho não terá uma redução de área significativa”, afirmou.

Apesar dos números negativos, a safra de verão do Estado deverá manter a área de cultivo, com 6.412.682 hectares, 1% maior do que a do ano passado. As culturas que prometem colaborar para o pequeno aumento são o arroz e a soja, com aumento de 4,2% no arroz, passando de 1.099.082 hectares em 2009/2010 para 1.145.677 hectares em 2010/2011, o que revela estabilidade na área de cultivo.

Em relação à soja, a área de plantio estimada é de 4.083.908, frente aos 4.021.878 hectares cultivados no ano passado, um acréscimo de 1,5%. Apesar do aumento de área semeada, a cultura deverá ser uma das mais prejudicadas caso a ocorrência do La Niña se confirme, aponta a agrometeorologista da Fepagro Bernadete Radin. “A tendência é de quebra, porque há uma correlação histórica entre o fenômeno e as condições climáticas secas no início e na metade da temporada agrícola na Argentina e no Sul do Brasil”, considera.

A especialista lembra que quando o fenômeno ocorre, o volume de chuvas no Estado cai, prejudicando culturas como o milho, a soja e o feijão. Em compensação, cultivos como o arroz podem ser beneficiados, já que a cultura é desenvolvida em áreas inundadas. “O La Niña faz a radiação ficar mais forte, acelerando a fotossíntese, o que para a cultura é ótimo”, explica.

De acordo com Rugeri, a Emater está recomendando aos produtores que façam o plantio escalonado para reduzir os efeitos do clima nas lavouras. Segundo ele, os agricultores estão usando mais tecnologia no plantio, o que pode ajudar a reduzir eventuais perdas, mesmo em anos de estiagem. “O uso do plantio direto, irrigação e sementes com variedades diferentes está melhorando os índices de produtividade dos grãos do Estado”, disse. Rugeri estima que, neste ano, 95% das sementes de soja utilizadas pelos agricultores serão transgênicas.

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Fonte:
Jornal do Comércio

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