Chuva atrasa colheita de soja no Paraná
A lavoura do produtor Onivaldo Dante, em Cambé, já deveria estar pronta para a colheita, mas ele terá que esperar. Com o grande volume de chuva e a intensidade mais baixa de luminosidade nesta safra, as plantas de soja vegetaram mais e o ciclo da cultura foi estendido.
— Pela época do plantio, já deveria ser o dia de se iniciar a colheita da lavoura. Mas, com o excesso de chuva que está, mesmo se parar a chuva agora e se der sol, ainda estou com atraso de 15 dias na colheita. Devo começar somente na primeira semana de março — conta o produtor.
Na área experimental do Lavouras do Brasil localizada em Londrina, a situação é um pouco diferente. A soja já está pronta para ser colhida, mas isso deverá acontecer somente depois que a chuva parar. Para o consultor do projeto, Áureo Lantmann, com a umidade alta a produtividade das lavouras pode ficar comprometida.
— O grão vai encher de água, vai romper a vagem e vai começar a germinar dentro da vagem. Ou, abrindo a vagem, ela vai ficar suscetível a um grande número de patógenos do ambiente e a vagem vai apodrecer, o grão vai apodrecer, e isso provavelmente vai dar uma perda muito significativa — explica o consultor.
Neste ano o Paraná semeou 13.800 milhões de hectares com soja. Mas, de acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, até o início desta semana somente 1% da safra foi colhida. No ano passado, esse percentual já havia sido colhido em janeiro. A preocupação é com o plantio do milho safrinha, que deveria começar ainda neste mês e também pode sofrer atraso.