Excesso de umidade compromete lavouras de soja em MS
A pressa é tanta que Elvio Drews, dono de uma lavoura em Maracaju, região sul do estado, assumiu o volante da colheitadeira. “A aparência está muito bonita, só que com a chuvarada perdemos em torno de 30% até agora”.
No primeiro de sol depois de quase duas semanas de chuva, os produtores correm contra o tempo. Eles tentam colher e salvar o que podem da produção de soja. Cerca de 70% da lavoura ainda está no pé. Os produtores colhem soja úmida mesmo e com isso perdem também na hora da classificação.
Luciano Muzzi é presidente do Sindicato Rural de Maracaju. No município, foram plantados 207 mil hectares de soja, seria a melhor safra da história, com produtividade média acima de 55 sacas por hectare, mas a soja que está no pé não tem qualidade. “Ela não cessa o processo de fermentação, então quando seca e é armazenada, ela consome toda a massa de grão. Ela fermenta e perde qualidade”, afirmou.
Em São Gabriel do Oeste a situação é ainda mais crítica. Tem produtor, como Jânio Pinesso, que perdeu tudo. Foi tanta água que a soja germinou no pé. “Estou há 30 anos aqui e nunca vi uma situação assim. Foram dias e noites de chuva sem nada de sol. Quando ameaça uma melhora no tempo, em seguida cai um volume grande de chuva. O esforço de um ano de todos os agricultores foi perdido, não temos o que fazer”.