Oferta de carne será reduzida no Mato Grosso

Publicado em 25/03/2011 09:39
No próximo ano, corre-se o risco de desabastecimento de carne bovina em Mato Grosso. Se as pastagens não forem recuperadas a tempo a oferta de animais não será suficiente para atender o mercado consumidor. O alerta é da Acrimat com base na pesquisa realizada pelo Imea que quantificou a situação do principal insumo da pecuária.

Para o superintendente da entidade, Luciano Vacari, o valor desembolsado para recuperar as pastagens não deve sair do bolso do consumidor. Ele explica que o custo pode levar ao endividamento do setor que já sofre há quase 3 anos com problemas financeiros, com o rombo de R$ 300 milhões causado pelo frigoríficos que fecharam as portas e não pagaram o gado.

Além disso, ele lembra que as linhas de financiamento existentes não contemplam a real situação dos produtores. "Normalmente o prazo para pagar a dívida é de até 60 meses, mas com a rentabilidade do setor o pecuarista levaria no mínimo 13 anos". Ele destaca que se não houver recuperação das pastagens a disponibilidade de gado para abate vai reduzir.

Pelo BNDES, por exemplo, o produtor pode fazer um financiamento em até 60 meses, com até 24 meses de carência, para correção do solo. Os encargos financeiros para essa modalidade atingem 5,75% ao ano. O beneficiário pode tomar até R$ 400 mil de crédito, conforme a cartilha de Crédito Rural para o produtor feita pela Acrimat.

De acordo com a pesquisa do Imea, 61% dos produtores afirmaram que têm intenção de recuperar as pastagens, sendo que 32% dizem que não vão fazer nada e outros 7% apenas pretendem gradear o campo. Dados mais detalhados mostram que o custo do replantio da pastagem com destoca, que é uma técnica mais cara para recuperar o pasto, está estimado em R$ 1,538 mil por hectare.

"Conforme o tamanho da área degradada seriam gastos R$ 2,25 milhões", diz o superintendente do Imea, Otávio Celidônio. Já o ato de gradear a pastagem seriam necessários o desembolso de R$ 133,14 mil para a grade com aradora e R$ 19,05 com a niveladora, contabilizando, respectivamente, R$ 73,15 milhões e R$ 10,47 milhões. No total, o setor demandaria R$ 3,09 bilhões em recuperação das pastagens.

No ano passado, o setor contratou, via Sicredi, cerca de R$ 400 milhões, sendo 80% para investimento. No Banco do Brasil foram aproximadamente R$ 130 milhões por meio do plano safra e mais R$ 325 milhões pelo Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), dos quais 60% foram para investimento. Conforme representantes das instituições financeiras, a taxa de inadimplência na pecuária está em 1%.

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Fonte:
Gazeta Digital

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