China diz que problemas comerciais com Brasil são limitados
"Os problemas no comércio e nas relações econômicas China-Brasil são limitados e parte de uma fase", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, a jornalistas.
Ele acrescentou que as questões podem ser resolvidas por meio de "consultas bilaterais em uma base igual e amigável".
China diz ser vítima da meta do G20 para limitar déficits
A meta proposta pelos Estados Unidos para limitar os déficits em conta corrente dos países é meramente uma ferramenta política para conter o desenvolvimento econômico da China, disse o vice-ministro das Finanças chinês, Li Yong, nesta terça-feira.
Em artigo publicado no site do Ministério, Li também disse que a crise de dívida europeia pode piorar ao se espalhar para além do sul da Europa.
Para tentar reequilibrar a economia mundial, políticos dos EUA propuseram, em uma reunião do G20, limitar o déficit em conta corrente dos países a 4 por cento de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Prosperidade não pode ser à custa de outras nações, afirma Dilma na China
Presidente está em visita oficial ao país asiático
No segundo dia de visita à China, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira em Pequim que a prosperidade de uma nação não pode ser alcançada à custa de outras e afirmou estar inaugurando um novo capítulo nas relações entre brasileiros e chineses. A afirmação ocorreu durante o Seminário Empresarial Brasil-China: Para Além da Complementaridade, destinado a empresários brasileiros, executivos e autoridades chinesas.
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— No mundo interdependente de nossos dias, país algum pode aspirar ao isolamento nem assegurar sua prosperidade à expensa de outros. Nação ou grupo de nações pode agir como se seus interesses individuais estivessem acima do interesse coletivo — afirmou a presidente.
— A estabilidade e o crescimento da economia mundial dependem de uma relação equilibrada entre as partes. Minha visita à China inaugura um novo capítulo na nossa relação — acrescentou.
Durante o seminário, Dilma destacou também o caráter estratégico da parceria com a China.
— Nossas relações são sólidas e alcançamos, de certa forma, maturidade. No entanto, o Brasil, e tenho certeza também a China, vai inaugurar uma nova etapa nessas relações, um salto de qualidade num modelo de cooperação que tivemos até agora.
A presidente afirmou que o futuro dos dois países é promissor e elogiou o valor dado pela China à ciência e tecnologia durante o 12º Plano Quinquenal. Ela também destacou a situação favorável do país.
— O Brasil passa pelo melhor momento de sua história, uma economia pujante, um povo criativo e confiante e uma sociedade democrática. Fizemos, estamos fazendo e faremos todo possível para transformar o Brasil em uma sociedade desenvolvida e justa — disse.
Dilma citou ainda uma série de acordos que foram firmados com a China, como a criação de um centro conjunto de nanotecnologia e outro para o desenvolvimento de tecnologia para o uso de fibras de bambu em indústrias como a construção civil.
Na cerimônia de abertura do Diálogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorreu no Complexo Diaoyutai, em Pequim, a presidente defendeu que o Brasil e a China ampliem as parcerias.
— Mais que parceiros comerciais, queremos ser parceiros em pesquisa, tecnologia, inovação e desenvolvimento de produtos com tecnologia verdadeiramente binacionais — afirmou.
De acordo com Dilma, a capacidade de exportação do Brasil vai além da venda de alimentos.
— É certo que o Brasil é um dos grandes países produtores de alimento no mundo. É certo que não somos apenas produtores de recursos naturais — disse ela.
O lado chinês aproveitou o momento para destacar o avanço dos últimos anos, citando dados como as 815 mil patentes concedidas no país desde o ano passado — um aumento de 360% em relação a 2005. Citou ainda os 156 parques de alta tecnologia existentes no país.
A presidente e a comitiva brasileira, que reúne aproximadamente 300 empresários, chegaram ontem a Pequim. Dilma ficará na China para uma visita de seis dias. Há encontros bilaterais e multilaterais — pois está marcada uma reunião do bloco Bric — Brasil, Rússia, Índia e China, além da África do Sul que será integrada ao grupo a partir do dia 14.