Oeste baiano detém as maiores produtividades do Brasil em soja, milho e algodão
Pelo 3º Levantamento, o algodão foi, sem dúvida, o grande destaque da safra 2010/11. A área plantada com a cultura aumentou 51% em relação ano-safra anterior, ficando em 371 mil hectares. Isso fez com que a produção saltasse de 372 mil toneladas de pluma em 2009/10 para 600 mil toneladas de pluma nesta safra, uma variação positiva de 62%. De acordo com o presidente da Aiba, Walter Horita, o salto na área e na produção resultou das altas históricas de preço que a commodity vem registrando desde o último trimestre de 2010, que fez com que o produtor revisse o balanceamento de suas matrizes produtivas. “Quem observa o mercado previa que havia espaço para uma alta de preços. Naquele momento, o algodão valia em torno de 80 a 90 centavos de dólar por libra-peso. Já era bom. Mas, especulava-se que poderia se chegar a um dólar. Dito e feito. Os preços superaram o recorde histórico de 1993, quando chegaram a US$1,17 por libra-peso. Em janeiro, ultrapassaram os US$2, e ficaram assim por um bom tempo”, conta Horita.
Segundo o presidente da Aiba, uma explicação para esta alta inusitada estava nos fundamentos – oferta apertada e demanda forte –, resultado de quebra de safra no Paquistão e safra menor que a que se esperava na China. Outra justificativa estava na especulação, com a entrada de fundos de investimento operando agressivamente na Bolsa de Nova Iorque, que, ao contrário do que muitos acreditavam, continuaram comprando acima de US$2. Quanto à produtividade, o algodão do cerrado baiano deve, no mínimo, repetir a média da safra 2008/09, de 270 arrobas de pluma por hectare, que o mantém no topo do ranking brasileiro, seguido de Goiás e Mato Grosso com 264 e 260 arrobas por hectare, respectivamente.
Soja
De acordo com o levantamento, a produtividade da soja do cerrado foi de 56 sacas por hectare, contra 51 sacas por hectare no ciclo anterior, o que representa 10% de incremento. Com isto, o estado fica à frente do Paraná e de Brasília, que empatam no segundo lugar com 55 sacas/ha, e do Mato Grosso, com 53 sacas. A área ocupada com a soja foi de um milhão de hectares, resultado 3% maior que no ano anterior. Já a produção, de 3,6 milhões de toneladas, bateu o próprio recorde, de 3,2 milhões de toneladas na safra passada.
Milho
O milho do Oeste da Bahia teve produtividade de 163 sacas por hectare, contra 145 sacas no ciclo anterior. Este incremento de 12% na produtividade compensou a diminuição de 10% na área plantada, que saiu de 170 mil hectares, em 2009/10, para 153 mil hectares na safra em curso. A boa produtividade foi responsável por um discreto aumento de 1% na produção, que saiu de 1,4 milhão de toneladas em 2009/10, para 1,5 milhão de toneladas em 2010/11, sendo, também, um recorde regional.
De acordo com o vice-presidente da Aiba, Sergio Pitt, a redução na área do cereal refletiu problemas recorrentes na comercialização que a cultura vinha enfrentando há anos. “Quando os preços subiram, no segundo semestre, o planejamento da safra já estava fechado, e o milho perdeu espaço para o algodão”, disse. Pitt afirma que a produtividade atual do milho no oeste é uma das maiores do mundo, ultrapassando inclusive a média americana que é de 160 sacas por hectare.
Para Walter Horita a produtividade é o mais importante indicativo de um trabalho bem feito realizado dentro das porteiras do oeste da Bahia. “O que explica esses números é o desenvolvimento de uma agricultura de precisão, com fortes investimentos em tecnologia e processos, e o aperfeiçoamento das técnicas ano a ano”, revela Horita.
Além da Aiba, o 3º Levantamento da Sara teve a participação da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Abacafé, Agrolem, Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, CREA, Conab, IBGE, Adab e EBDA.