Indicador de risco da Espanha sobe e atinge nível recorde

Publicado em 02/08/2011 12:38
Dado aponta desconfiança do mercado em emprestar dinheiro ao país. Risco ultrapassou maior patamar desde a criação do euro.

O prêmio de risco espanhol, que mede a desconfiança dos investidores em comprar títulos espanhóis em vez dos alemães, atingiu nesta terça-feira (2) um novo nível máximo desde a criação do euro.

A Espanha ainda sofre consequências da crise financeira internacional. Assim como Grécia e Estados Unidos, o país saiu da turbulência econômica com endividamento excessivo e as contas desequilibradas.

Significa, na prática, que os investidores estão receosos em emprestar dinheiro ao governo espanhol

De acordo com o jornal espanhol "El País", o indicador de risco superou pela primeira vez desde a criação da moeda europeia o patamar dos 400 pontos básicos, e permaneceu nesse patamar por cerca de meia hora na manhã desta terça. No fim da manhã, por volta das 12h, o prêmio de risco já se situava em torno dos 380 pontos.

No mercado, a pontuação representa o sobrepreço que os investidores exigem ganhar a mais para comprar bônus espanhóis com vencimento em dez anos, em vez de papéis alemães. Significa, na prática, que os investidores estão receosos em emprestar dinheiro ao governo espanhol.

Este forte aumento esteve motivado pela virada dos investidores para os ativos mais seguros perante as dúvidas sobre o futuro da dívida dos Estados Unidos.

Títulos espanhóis renderam mais que alemães
Em uma semana no qual o Tesouro espanhol enfrenta um novo leilão, o rendimento dos títulos alemães com vencimento em 2021 caiu de 2,538% na semana passada até 2,453%, seu mínimo desde novembro de 2010.

Pelo contrário, o dos bônus espanhóis subiu para 6,20% na segunda-feira, contra 6,081% da sexta-feira.

A rentabilidade da dívida soberana italiana foi ainda mais penalizada ao escalar quase 14 centésimos, até 5,997 %, com o que seu prêmio de risco avançou até o recorde de 354,4 pontos básicos.

Incerteza dos EUA
Estes movimentos foram motivados desde segunda-feira pelas dúvidas que gerou o limite de endividamento dos EUA pactuado por republicanos e democratas, ao que uniu-se pela tarde a má evolução da produção manufatureira americana.

'O acordo tem muitos pontos obscuros e não elimina toda a possibilidade que se rebaixe a qualificação da dívida dos Estados Unidos', explicou o analista de CM Capital Markets Julián Benavente, que também sustentou que o mal dado manufatureiro do gigante americano contribuiu para abrir uma fenda entre os investidores.

Com essa opinião coincidiu também o gerente de Inversis Banco David Navarro, que assinalou em declarações à Agência Efe que, perante as tensões dos mercados, os investidores seguiram com sua estratégia de buscar ativos seguros e vender aqueles que podem resultar mais perigosos, como os bônus da Itália e Espanha.

Só assim se entende que o prêmio de risco da Espanha, que chegou a se situar abaixo dos 340 pontos básicos às 7h (do horário de Brasília), investisse sua evolução e escalasse pela tarde até seus máximos desde a criação do euro.

O risco-país chegou a alcançar o recorde de 375,4 pontos básicos há apenas minutos antes do fechamento da jornada no mercado de dívida.

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Fonte:
G1

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