Fundos liquidam posições e derrubam commodities agrícolas
As incertezas sobre o futuro da economia global seguem assombrando as commodities em geral e as agrícolas amargam dias de severas perdas. Segundo o analista de mercado Vincíus Ito, da Newedge Corretora, trata-se de um mercado que conta com um potencial para cair ainda mais, uma vez que há fundos que continuam atuando.
O cenário financeiro, que já vinha bastante delicado, refletiu hoje o impacto do anúncio do rebaixamento da classificação de crédito dos Estados Unidos pela agência Standard & Poors na última sexta-feira (5). Os traders seguem aumentando sua aversão ao risco e migrando para ativos mais seguros, como o ouro, por exemplo, que hoje estabeleceu um novo recorde, ou até mesmo o dólar, que nesta segunda-feira fechou o dia acima de R$ 1,60, com a maior alta desde 2010.
Ito explica ainda que independente do mau humor do mercado financeiro, essa é, da fato, uma época de baixas para a soja e o milho em Chicago por conta da definição da safra norte-americana. Porém, o analista explica que essa crise financeira fez com que as quedas fossem muito bruscas e mais rápidas do que deveriam ser.
Diante desse cenário, a orientação do analista é de que os produtores vendam parte de sua produção em momentos de retomada dos preços, mesmo que pequenas. Isso serve, principalmente, para quem ainda não vendeu nada. É preciso prestar atenção a uma possível alta dos preços e agir com cautela.
Fundamentos - Paralelamente a esse nervosismo do mercado financeiro, as condições climáticas nos Estados Unidos estão melhorando para as lavouras e ajudam a pressionar os preços para baixo. A previsão para os próximos dias é de que as chuvas continuem e que o calor seja menos intenso.
Diante disso, o que os agentes de mercado esperam é que essa redução no índice, a qual pode significar uma séria perda na produtividade da safra 2011/12, possa servir como suporte para os preços e provocar um movimento inverso dos preços.