Rossi diz que crise financeira afetará pouco commodities agrícolas
– Nos próximos meses poderemos ter a redução no preço de algumas commodities, mas aquelas que são alimentos serão as menos afetadas, porque são as últimas que a população reduz o consumo – disse Rossi.
Além da crise internacional, a inflação na China, que atingiu o maior patamar dos últimos três anos, com o anúncio feito nesta terça, de alta de 6,5% no índice de preços ao consumidor, representa mais um perigo ao agronegócio brasileiro. A inflação dos alimentos foi ainda mais acentuada, chegando a 14,8% em julho. As duas tendências costumam levar a uma sensível redução do consumo, o que prejudica países exportadores como o Brasil.
Rossi, no entanto, assim como muitos economistas, disse que medidas adotadas pelo governo chinês devem amenizar o problema em pouco tempo. Mesmo assim, disse que ficou “impressionado” com o resultado da inflação chinesa dos alimentos e que sua equipe está acompanhando atentamente as perspectivas internacionais.
Wagner Rossi disse que não espera uma elevação nos preços das commodities e sim uma diminuição, já que a inflação dos alimentos na China foi muito alta. ”Com isso, a China deve começar a tomar medidas que irão forçar o preço internacional para baixo, porém, isso não deve afetar o Brasil. A demanda por alimentos continuará grande, mas os preços médios devem ter uma variação para menos. Mesmo assim a agricultura será o grande esteio do Brasil para enfrentar as possíveis dificuldades mundiais”, afirmou Rossi.
O levantamento da Conab mostrou também que as perdas com a geada, em especial no Paraná, superaram 1 milhão de toneladas, mas a recuperação em outras áreas permitiu que o impacto na produção total fosse de apenas 500 mil toneladas em relação à safra anterior. “Detectamos efeitos das geadas do mês passado, em especial nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo e nas culturas do milho e trigo, mas no geral houve uma compensação porque em outras áreas houve um aumento de produção”, concluiu.