Bovespa encerra pregão desta terça-feira com alta de 5,09%

Publicado em 09/08/2011 17:24 e atualizado em 09/08/2011 17:59

O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) encerrou o pregão desta terça-feira com forte alta de 5,09%, para 51.150 pontos.

O bom desempenho ajudou o mercado a se recuperar de parte do tombo verificado no dia anterior, quando o índice registrou declínio de 8,08%, para 46.668 pontos (o menor desde 2008). Nesta segunda-feira, o primeiro dia de operações após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s ter rebaixado a avaliação da dívida dos Estados Unidos para AA+, os investidores reagiram com pessimismo ante a percepção de que a economia global não se recuperará tão cedo dos efeitos da crise iniciada em 2008. Às voltas com sérios problemas fiscais, Estados Unidos e Europa podem passar uma década com baixo crescimento.

Na esteira de Nova York – Nesta terça-feira, a bolsa paulista já abriu em alta, de 1,40%, com investidores à espera de uma trégua e dispostos a comprar ações a preços muito atraentes. Em poucos minutos, a alta foi ampliada para cerca de 4%. O clima em Nova York ajudou a impulsionar os negócios. As bolsas americanas abriram seus pregões com maior otimismo, na expectativa de que o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) trouxesse, junto com a manutenção do juro perto de zero, medidas que injetassem dinheiro na economia. Desta maneira, tanto a bolsa brasileira quanto as dos Estados Unidos operaram boa parte do dia no terreno positivo.

Às 15:15 (horário de Brasília), o banco central americano divulgou a decisão de manter a taxa de juros entre zero e 0,25%, sinalizando que este patamar deve se sustentar até meados de 2013. Não houve, contudo, nenhum pacote de estímulo, a despeito de o comunicado do Fed ter vindo com um conteúdo muito pessimista. Tão logo o documento foi anunciado, as bolsas americanas começaram a oscilar perto do zero para, depois, firmarem-se no campo positivo. A Bovespa chegou a perder fôlego, mas sem apresentar queda.

Dólar sobe 1,11% e fecha a R$ 1,628

O pregão no câmbio foi de elevada volatilidade nesta terça-feira, com o viés de alta prevalecendo no mercado à vista. Tal aumento de preço era esperado desde ontem à noite, quando a cotação havia se descolado dos preços futuros, que mostravam forte alta no fim do pregão.

Dados preliminares apontam que o dólar comercial ganhou 1,11%, para R$ 1,626 na compra e R$ 1,628 na venda, maior cotação desde 25 de maio. Na segunda-feira, a moeda subiu 1,44%, a R$ 1,610.

No mercado futuro, no entanto, o dólar para setembro mostrava firme baixa de 2,01%, a R$ 1,6055 na venda, acompanhando o movimento externo de queda da moeda americana.

No câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, caía 1,08%, a 74,04 pontos. Enquanto o euro subia 1,10%, a US$ 1,433.


BC americano diz que juros ficarão perto de zero até 2013

Anúncio, além de apontar uma piora da avaliação do Fed sobre a economia local, não trouxe nenhum pacote adicional de estímulo

Beatriz Ferrari
Wall Street

Bolsas americanas abriram em alta nesta terça-feira e, após o anúncio, oscilavam perto de zero (Comstock)

O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central americano (o Federal Reserve, Fed) manteve a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada na faixa de zero a 0,25% ao ano – o menor nível desde dezembro de 2008. O Fed destacou ainda, em comunicado divulgado ao mercado, que manterá as taxas de juros nestes níveis historicamente baixos até meados de 2013, apontando que a economia americana está mais fraca do que o esperado anteriormente. A autoridade monetária ressaltou, por fim, que o país enfrenta hoje riscos maiores.

As bolsas abriram em alta nesta terça-feira, na expectativa de que o Fed anunciasse alguma política que acelerasse a recuperação da economia americana. No entanto, o comunicado não sinalizou nenhuma ação específica. Para piorar, o texto apontou diversas deficiências da economia do país. Após o anúncio, as bolsas americanas começaram a oscilar perto do zero.

Deterioração – Em sua reunião desta terça-feira, o Fed rebaixou sua avaliação sobre a economia dos EUA pela terceira vez neste ano, afirmando que o crescimento econômico até agora no ano foi "consideravelmente mais lento" do que o comitê de mercado aberto (Fomc) do banco central esperava. “Indicadores sugerem uma deterioração nas condições do mercado de trabalho nos últimos meses e a taxa de desemprego aumentou”, apontou a instituição. 

O comunicado destacou ainda uma perspectiva muito mais negativa da economia americana do que a análise apresentada no último encontro do Fomc, em junho. A partir de agora, o comitê espera uma recuperação em nível muito mais lento do que o previsto anteriormente e destaca que “os riscos de retração da economia aumentaram”.

Pacote não veio – O Fed não trouxe nenhum passo mais ousado para estimular o PIB americano, como, por exemplo, um programa de compra de títulos do Tesouro que era esperado por alguns participantes do mercado. Contudo, o órgão destacou que a  decisão de manter o juro perto de zero pelo menos "até meados de 2013" deve ajudar a manter o custo dos empréstimos baixos nos EUA.

As autoridades do Fed discutiram uma variedade de instrumentos para impulsionar a economia, diz o comunicado divulgado ao término do encontro. Desde 2008, o banco central vem dizendo aos mercados que não vai elevar as taxas de curto prazo por um "período prolongado", significando pelo menos vários meses. Estendendo essa declaração por pelo menos mais dois anos pode ajudar a impulsionar economia, na avaliação de alguns analistas.

Um passo mais amplo para expandir o tamanho da carteira do Fed com uma terceira rodada de compra de ativos – o chamado afrouxamento quantitativo três (QE3, na sigla em inglês) – teria sido mais difícil de justificar neste estágio. As autoridades do Fed estão divididas sobre os méritos do programa de compra de 600 bilhões de dólares em títulos do Tesouro americano encerrado em junho (o chamado QE2) e vários membros preocupam-se que uma nova rodada poderia empurrar a inflação para cima. Apesar dos sinais de que os preços ao consumidor estão esfriando, várias medidas de inflação continuam acima da meta informal de inflação anual perto de 2%.



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Fonte:
Valor Online/Veja

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