Economista crê que dólar acima de R$ 2 recupera a indústria brasileira
“Nos últimos anos essa perda foi cavalar. Entre 2006 e 2008, a indústria perdeu quatro pontos percentuais do PIB”, disse o economista nesta sexta-feira, após participar de seminário promovido pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), na FGV. “Eu acho que isso volta.”
Para tanto, porém, o real não pode se desvalorizar demais, ou, lembrou o economista Armando Castelar Pinheiro, também do Ibre, outra variável perturbadora da economia começa a ser estimulada. “Se isso ocorrer, é mais preocupante em termos de inflação.”
Na opinião da diretora-executiva do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (Iepe), Mônica de Bolle, hoje são bem mais limitadas as chances de que a cotação do dólar dispare, como ocorreu em 2002, em meio a receios de uma eventual moratória no início do governo Lula. Segundo ela, atualmente a economia brasileira dispõe de instrumentos que já se mostraram eficazes após a crise de 2008. “Existe um colchão de liquidez doméstico”.
Para Castelar a atual escalada da cotação da moeda americana está mais calcada no momento do dólar que no real. Internamente, há fatores que influenciam, mas que são conjunturais e provavelmente não perdurarão. “Isso reflete o fato de que tem muita gente correndo atrás de hedge”.