Para presidente da Orplana, Código florestal está próximo do consenso
"Tanto o País, quanto as florestas e a agricultura são preciosos para nós, e com base nisso nasceu esse grupo que está fazendo gestões junto aos deputados, e está fazendo com o senado. Para mostrar que o setor rural está fazendo o seu papel", afirmou Ismael Perina Junior, presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana), no último debate sobre a questão realizado na última sexta-feira, dia 7, na Universidade presbiteriana Mackenzie. Para ele, o novo Código Florestal, enfim, está chegando a um consenso.
Perina Junior disse que a principal necessidade apontada pela classe ruralista é acerca dos custos para reflorestamento. "A questão do cerceamento do uso das terras tem de gerar compensações, se eu comprei e não posso usar, o governo tem de compensar. Os outros temas já foram muito discutidos, e chegamos a um consenso", diz.
O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), relator de duas comissões do Senado afirmou, durante o Seminário Reforma do Código Florestal, em São Paulo, que incluirá no projeto de lei incentivos econômicos para aqueles que preservam florestas.
Uma das sugestões, a de criar o "papel verde nacional", partiu da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "Se um estudo de impacto ambiental determinou que o projeto de uma indústria vai gerar um determinado dano ambiental, essa indústria então compraria papéis verdes de um cidadão que tem uma floresta. Ou seja, transforma-se a floresta num bem econômico ou, mais simplesmente, faz a árvore em pé valer mais que a árvore cortada", garantiu.
Para o professor Eduardo Condoreli , engenheiro agrônomo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), caso o código seja aceito como está, a agricultura brasileira responsável por quase R$ 60 bilhões na balança comercial brasileira em 2010, perderia mais de R$ 30 bilhões com as reduções previstas.