Produção de grãos cai 2,4% em relação à última safra, afirma Conab

Publicado em 08/12/2011 08:21 e atualizado em 08/12/2011 12:10
A produção nacional de grãos para a safra 2011/12 deve chegar a 159,079 milhões de toneladas, com  uma redução de 2,4% em relação as 162,958 milhões de toneladas  colhidas na última safra. A previsão está do terceiro levantamento realizado pela Conab e anunciado nesta quinta-feira, 8 de dezembro, em Brasília.
         
A confirmação da estimativa depende de fatores de produção que interferem na produtividade durante todo o ciclo. Os dados serão consolidados à medida que estes fatores perderem a interferência.

As culturas mais representativas - milho e soja - somam juntas 83% da safra nacional, pela produção de 131,605 milhões de toneladas. O milho tem perspectiva de crescimento de 4,9%, considerando apenas a participação da Primeira Safra, uma vez que a Segunda Safra só será definida a partir de janeiro.

A área plantada deve ficar em torno de 50,447 milhões de hectares, 528,2 mil hectares a mais que na safra anterior, o que representa um crescimento de 1,1%. O aumento está relacionado ao milho Primeira Safra e à soja, com crescimento de 10,8% e 0,7%, respectivamente.

No caso do milho, o maior aumento ocorreu no Paraná (145,2 mil hectares), seguido por Rio Grande do Sul (161,7 mil ha) e Goiás (148 mil ha). As justificativas para esse comportamento são os bons preços do produto no mercado, a rotação de culturas e a reconquista da área cultivada anteriormente.

Já para a soja, o maior crescimento de área efetiva deve ficar com o Mato Grosso, com um aumento de 371,1 mil hectares, seguido do Rio Grande do Sul, com 80,1 mil hectares. No Paraná, foi registrada queda de área da oleaginosa em 472,4 mil hectares. A cultura foi substituída, basicamente, pelo milho. Outra região que teve destaque na área foi a do Matopiba  - Maranhão (48,2 mil ha), Tocantins (18,2 mil ha), Piauí (55,2 mil ha) e Bahia (66,8 mil ha).

Por outro lado, houve redução de área para o arroz, que deve perder 251,8 mil hectares em relação ao cultivo anterior, quando chegou a 2,820 milhões de hectares. A queda mais acentuada ocorre no Rio Grande do Sul, que deixa de cultivar 93,7 mil hectares. A produtividade no estado é significativa, chegando a 7 mil kg/ha.

O feijão Primeira Safra também apresentou redução. Em relação ao cultivo anterior de 1,42 milhão de hectares, houve uma queda de  147,3 mil hectares. O Paraná, maior produtor nacional, deixou de cultivar 93,5 mil hectares em relação à safra anterior, quando semeou 344,1 mil hectares.

Em relação à região Nordeste, o terceiro levantamento considerou apenas o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e do Piauí. Já para a região Norte foram considerados somente Tocantins e  Rondônia. As  demais regiões tiveram mantidas as áreas da safra anterior, uma vez que o plantio só começa em janeiro.

A pesquisa foi realizada por cerca de 60 técnicos, entre os dias 21 e 25 de novembro, após visita a órgãos públicos e privados ligados à produção agrícola em todos os estados produtores.

>> Safra de cana reduz 8,4% e chega a 571,4 milhões de toneladas

A produção nacional de cana-de-açúcar a ser moída pela indústria sucroalcooleira na safra 2011/2012 deve chegar a 571,471 milhões de toneladas. O número é 8,4% menor que o da safra anterior, de 623,905 milhões de toneladas. Esse é o resultado do terceiro levantamento da safra, divulgado nesta quinta-feira, 8 de dezembro, pela Conab e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A queda da produção se deve à baixa na produtividade, causada por diversos fatores, principalmente climáticos, como a estiagem de abril/outubro de 2010, a escassez de chuva em maio deste ano, a ocorrência de geada nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Paraná, além do florescimento excessivo. Colaboraram também para a queda a falta de renovação dos canaviais e o uso de insumo em escala menor.

Do total de cana a ser esmagada, 50,7% (287,564 milhões t) são destinados à produção de 22,857 bilhões de litros de etanol. Desse volume, 13,788 bilhões de litros são do tipo hidratado e 9,069 bilhões, do anidro. Os 49,3% (283,906 milhões t) restantes vão para a produção de 36,882 milhões t de açúcar, volume inferior em 3,37% à safra passada, quando foram produzidas 38,168 milhões de toneladas.

A pesquisa aponta área de cultivo de 8,368 milhões de hectares destinada ao setor, o equivalente a 3,9% a mais que a da safra anterior. O Estado de São Paulo ocupa a maior parte, com 4,37 milhões de hectares ou 52,2% do total nacional. Em seguida vêm Minas Gerais (0,742 milhões), Goiás (0,678 milhões), Paraná (0,611 milhões), Mato Grosso do Sul (0,481 milhões), Alagoas (0,463 milhões) e Pernambuco (0,326 milhões).

A pesquisa de campo foi realizada por 44 técnicos, entre os dias 7 e 18 de novembro, que ouviram representantes de 442 unidades produtoras, das quais 389 estavam em pleno funcionamento nesta safra. Outros contatos foram feitos com representantes de entidades de classe, associações e cooperativas em todos os estados produtores.

>> Produção de laranja cresce em São Paulo

Os dados da terceira estimativa de safra de laranja para o estado de São Paulo, levantados pela Conab, serão divulgados nesta quinta-feira, 8 de dezembro, às 10h, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Também será anunciado o resultado de projeto piloto aplicado à região do Triângulo Mineiro. Os estudos foram realizados entre os dias 21 e 25 de novembro.

Entre os destaques está a previsão de crescimento da produção comercializada da fruta em São Paulo, que este ano deve ser de 375,7 caixas com 40 kg por hectare, contra 322,2 em 2010. Já a área em produção caiu de 512.900 hectares (ha) para 505.000 ha este ano. Embora tenha havido redução de área cultivada, houve aumento da produção. Fatores como as condições favoráveis do clima e o uso de melhores tecnologias nos laranjais justificam esse crescimento.

Com relação ao Triângulo Mineiro, o levantamento nas mesorregiões de Frutal, Ituiutaba, Uberaba e Uberlândia identificou 21,1 mil hectares de área total com plantio, o que representa 98% da área em produção. A produtividade média nesta safra é de 711 caixas de 40 kg por hectares, ou seja, 14,7 milhões de caixas produzidas em 20,7 mil hectares.

O estudo é resultado da parceria entre a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo (SAA), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e a Conab. A metodologia de levantamento das informações baseou-se em amostragem. As informações colhidas têm como período de referência a safra 2011/12 e a coleta de dados ocorreu em novembro de 2011, mediante aplicação de questionário estruturado junto ao responsável pela unidade de produção agrícola.

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