Dados da economia dos EUA impulsionam bolsas nesta sexta-feira, véspera de Natal

Publicado em 23/12/2011 21:37
Cenário Econômico Semanal - 19 a 23/Dezembro/2011 , por Enfoque  Informações Financeiras 
 
 

O desempenho das bolas de valores do Brasil e dos Estados Unidos pode ser divido em duas partes no decorrer da semana. Na primeira, os investidores mantinham a cautela com a Europa e a falta de uma alternativa definitiva para que o continente saia da crise. Com o passar dos dias, no outro lado do oceano Atlântico, a economia americana segue dando sinais de seguem em crescimento, apesar dos números modestos.

O ano praticamente no fim também contribuiu para diminuir o volume de negócios nas bolsas de todo o mundo, com os investidores esperando a chegada de 2012 para buscar um novo posicionamento.

Na Europa, algumas notícias merecem destaque, como a aprovação pelos países da União Europeia do aumento dos empréstimos para o FMI e também a decisão do Banco Central Europeu oferecer uma linha de crédito de cerca de 500 bilhões de euros para que bancos comprem títulos de países em dificuldade.

 
   
 Cenário Externo 
 

Nos EUA, a semana começou com a divulgação da confiança do setor imobiliário, que apresentou em dezembro um avanço em relação a novembro, ao registrar 21 pontos no período, informou nesta segunda-feira a Associação Nacional dos Construtores de Imóveis Os dados do mês anterior foram revisados para baixo e ficaram em 19 pontos. O indicador atingiu o nível mais alto desde abril de 2010.

Na terça-feira, foi divulgado que as novas construções de casas mostraram uma evolução em novembro após retração de outubro. De acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Comércio, o indicador de casas iniciadas avançou 9,3% para um total de 685 mil unidades. O mercado estimava 636 mil. O resultado é o maior desde abril de 2010. Os dados de outubro foram revistos para baixo e ficaram em 627 mil.

Já na quarta-feira, a Associação Nacional de Corretores de Imóveis informou que as vendas de casas existentes no país atingiram uma taxa com ajuste anual de 4,42 milhões em novembro, ante 4,97 milhões de outubro. Para o indicador, o mercado estimava resultado de 5,080 milhões de unidade. O preço médio das casas caiu 3,5% desde o ano passado para US$ 164,200. Os estoques declinaram 5,8% para 2,58 milhões de unidades.

A quinta-feira foi, como tem sido de costume, o dia mais movimentado na agenda. Destaque para os novos pedidos de auxílio-desemprego, que recuaram em 4 mil na semana passada, para total de 364 mil, informou o Departamento de Trabalho do país. O resultado anterior foi revisado para 368 mil, de uma leitura inicial de 366. O resultado representa o menor nível de solicitações desde abril de 2008, e veio muito abaixo do esperado, de 380 mil.

Além disso, foi divulgado que a economia americana encerrou o terceiro trimestre de 2011 com crescimento de 1,8%. Os números finais do período foram divulgados pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. O mercado estimava alta de 2,0%, mesmo resultado da prévia anterior. A revisão dos números foram consequência devido ao fraco desempenho dos gastos do consumidor.

O escritório regional do Federal Reserve de Chicago divulgou o resultado do seu índice nacional de atividade. O resultado de novembro, -0,37 pontos representa uma piora no cenário em relação do dado do mês anterior, que ficou -0,13 pontos. O indicador é realizado a partir de uma média ponderada de 85 outros indicadores mensais existentes. A nota máxima é 1 e a menor -1.

Já o índice de confiança do consumidor, indicador apurado em parceria da Universidade de Michigan com a agência Reuters, apresentou em dezembro alta para 69,9 pontos, após ter registrado 67,7 na leitura anterior.

A economia americana segue apresentando crescimento no inverno no hemisfério norte e esse ritmo deve chegar até a primavera. A conclusão é da Conference Board, que divulgou o seus Indicadores Antecedentes.

O indicador apresentou na leitura de novembro alta de 0,5%, resultado influenciado pelos juros e também pelas permissões para construção no país. No entanto, a economia pode ser afetada pela crise da Europa. “Os dados da economia doméstica não condizem com a realidade global, que a cada dia perde mais força”, disse o economista chefe da Conference Board, Ken Goldstein.

Finalmente, na sexta-feira, os pedidos de bens duráveis em novembro apresentaram alta de 3,8%, o maior ganho desde julho. Os dados são do Departamento de Comércio do país. O mercado estimava alta de 1,9%. No mês do levantamento, as encomendas de equipamentos de transporte e aeronaves tiveram alta nos pedidos de 14,7%, sendo que somente para aeronaves e peças a alta foi de 73,3%. Excluindo transporte, os pedidos de bens duráveis subiram 0,3% em novembro.

Os gastos do consumidor e a renda pessoal dos americanos avançaram apenas 0,1% em novembro. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Comércio do país. O mercado estimava alta de 0,3% e 0,2%, respectivamente. O núcleo PCE, que exclui alimentos e custos de energia, subiu 0,1%. Durante o ano passado, o núcleo da inflação PCE subiu 1,7%

As vendas de casas novas nos EUA subiram 315 mil em novembro, informou nesta sexta-feira o Departamento de Comércio do país. O resultado é o mais alto desde abril. O indicador de outubro foi revisado para cima, 310 mil, ante resultado anterior de 307 mil.

Com isso, as bolsas americanas acumularam na penúltima semana do ano alta, com o Dow Jones avançando 3,7% aos 12.295 pontos e o S&P 500 ganhando 3,6% aos 1.265,30 pontos.


CENÁRIO INTERNO


 
 

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou, no segundo decêndio de dezembro, variação de -0,07%. No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,40%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou variação de -0,38%, no segundo decêndio de dezembro. No mesmo período do mês anterior, registrou-se alta de 0,44%. A taxa de variação dos Bens Finais avançou de 0,39% para 0,62%.

A estimativa de analistas do mercado financeiro para a inflação este ano voltou a ultrapassar o teto da meta. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 6,5%, limite superior da meta, para 6,52%.

Já para 2012, os analistas reduziram a estimativa para o índice pela terceira semana seguida. A previsão passou de 5,42% para 5,39%, um pouco mais próxima do centro da meta de inflação, que é 4,5%. Essas projeções estão no boletim Focus, divulgado todas as segundas-feiras pelo Banco Central (BC), que consulta analistas sobre os principais indicadores da economia.

As alterações na taxa básica de juros, a Selic - que atualmente está em 11% ao ano - são o principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação. Para o final de 2012, os analistas mantiveram a expectativa em 9,5% ao ano.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), registrou variação de 0,49% na segunda semana de dezembro, assim como na primeira prévia do mês.

Entre os grupos pesquisados, alimentação apresentou queda de 0,55% na primeira quadrissemana para 0,19% na segunda prévia. Habitação passou de 0,26% para 0,59% e transportes, de 0,25% para 0,21%.

A taxa de desocupação foi estimada em 5,2%, a menor para o mês de novembro desde o início da série (março de 2002), e registrou queda de 0,6 ponto percentual em relação ao resultado apurado em outubro (5,8%). Em comparação a novembro de 2010 (5,7%), recuou 0,5 ponto percentual. A população desocupada (1,3 milhão de pessoas) caiu 9,6% no confronto com outubro. Quando comparado com novembro do ano passado, recuou 7,9%. A população ocupada (22,8 milhões) apresentou crescimento de 0,7% frente ao mês de outubro

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas - composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor - variou 0,5% entre novembro e dezembro de 2011, ao passar de 119,0 para 119,6 pontos.

O resultado é uma combinação de maior satisfação com o presente e de expectativas estáveis em relação aos meses seguintes. O Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,0%, ao passar de 139,3 para 140,7 pontos, maior nível desde julho passado (144,6 pontos). O Índice de Expectativas variou 0,3%, mantendo-se acima da média histórica pelo segundo mês consecutivo, ao passar de 108,3 para 108,6 pontos.

Dentro deste cenário, o Ibovespa acumulou ganhos de 2,8% aos 57.701 pontos.


DÓLAR


Os negócios de dólar no mercado interno seguiram uma tendência inversa ao normal quando as bolsas de valores registram ganhos. Isso mostra que os investidores seguem desconfiados com o futuro da economia global e ainda buscam a segurança oferecida pela moeda americana.

A moeda abriu a semana negociada a R$ 1,8560 tenho também na segunda a maior cotação do período, R$ 1,8700. Já a menor cotação foi na terça, R$ 1,8390. Em cinco dias, a moeda ganhou 0,2% e encerrou a R$ 1,8580.

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Enfoque

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