Produção agrícola no MT cresce com queda no desmatamento e aumento de produtividade
Não há nenhuma contradição entre diminuir o desmatamento e aumentar a produtividade agrícola. É o que mostra um estudo publicado na última edição da revista científicaProceedingsof the National Academy of Sciences (PNAS).
Os pesquisadores analisaram as tendências de uso da terra na floresta amazônica do Estado de Mato Grosso. Entre 2006 e 2010, o desmatamento na região caiu para 30% da média histórica de 1996 a 2005. Ao mesmo tempo, a produtividade agrícola atingiu o ápice do período estudado.
De 2001 a 2005, o aumento da produtividade da soja pode ser explicado exclusivamente pelo aumento da área plantada, principalmente pastos convertidos em lavouras (74%) e florestas desmatadas (26%). Na segunda metade da década, a produtividade da soja cresceu 78%. Quase um terço desse porcentual pode ser explicado pelo aumento de produtividade das lavouras já existentes.
Além disso, a maior parte da expansão das fronteiras agrícolas da soja (91%) ocorreu em regiões já desmatadas. As razões apontadas para a mudança são políticas eficazes para estimular o uso sustentável da terra.
Estudo diz que por 5 anos soja não aumentou desmate no MT
Uso de áreas já degradadas é solução para evitar novas derrubadas. Pesquisa com brasileiros foi publicada em revista científica dos EUA.
Estudo com participação brasileira divulgado nesta terça-feira (10) pela revista da Academia Americana de Ciências afirma que a expansão agropecuária no estado de Mato Grosso, com foco no plantio da soja, não influenciou diretamente o desmatamento da floresta amazônica entre 2006 e 2010.
Segundo o artigo, a implantação do pacto da Moratória da Soja, o reforço na fiscalização ambiental e utilização do sensoriamento remoto em tempo real (Deter) para conter o avanço do desmate, além de investimentos para a mecanização da agricultura foram decisivos para combater a derrubada ilegal de árvores no bioma.
Neste período, “a média histórica do desmate diminuiu, enquanto que a produção agrícola atingiu índices nunca vistos”, segundo o artigo, elaborado por pesquisadores da Universidade Columbia, da Agência Espacial Americana (Nasa), ambas dos Estados Unidos, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os dois últimos do Brasil.
Outra influência apontada como responsável pela redução do desmate foi a desvalorização da soja entre 2006 e 2007, devido a um desaquecimento da demanda mundial. Com isso, não houve necessidade de expansão para novas áreas.
“Tentamos entender como houve redução do desmate e, ao mesmo tempo, crescimento das áreas de plantio e pecuária. O que percebemos é que houve um melhor planejamento no uso de terras já disponíveis (áreas que já haviam sido desmatadas e que foram preparadas para a agricultura e pastagem”, disse Yosio Shimabukuro, pesquisador-titular da Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe, de São José dos Campos (SP).
Fronteira agrícola
Mato Grosso, que está situado dentro da fronteira agrícola do Centro Oeste, é líder na produção de soja (31% de toda a safra brasileira) e de carne (em 2009, 13% de todo o rebanho bovino estava lá).
Segundo dados do Prodes, utilizado pelo governo federal para criação de políticas de proteção na Amazônia Legal, 76.571 km² da cobertura vegetal do bioma foram derrubados entre 1996 e 2005 (média anual de 7.657,1 km²). Já entre 2006 e 2010, o total de cobertura vegetal derrubado foi de 12.189 km² (média anual de 2437 km²).
“Houve investimentos para melhorar a qualidade da terra. Investimentos em tecnologias de plantio aumentaram a produtividade sem afetar áreas de floresta. Isso mostra que existe terra suficiente para plantio sem a necessidade de desmatar”, explicou Shimabukuro.
Ainda segundo o pesquisador, é necessário planejar melhor as técnicas de agricultura, mas, principalmente, a pecuária, considerado pelo estudo como o principal responsável pela derrubada de áreas de floresta na região.
“Tem que melhorar as formas de pastagem e investir na qualidade do que é plantado para o gado. Com isso, as áreas voltadas para esta finalidade suportariam mais cabeças (de gado)”, comenta o pesquisador.
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