Seca no Sul: Produtor rural de Dilermando Aguiar/RS faz seu desabafo no Notícias Agrícolas

Publicado em 26/03/2012 12:16 e atualizado em 04/03/2020 11:17
Uma forte seca castigou a região Sul do Brasil, comprometendo o bom desempenho das lavouras principalmente do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Veja, abaixo, o desabafo do produtor rural Júlio Trevisan, de Dilermando Aguiar/RS, sobre a situação das lavouras e também sobre a falta de recursos para a recomposição de seus prejuízos. Acompanhe.: 

"Olá, João Batista, espero que tenha feito uma boa viagem de retorno, conforme falamos na abertura da safra de soja, em Tupaciretã (RS), quando da sua vinda pra cá, no sábado. 


Estou enviando fotos da minha lavoura safra atual, a 2012/2013;  Veja que depois de uma longa estiagem (mais de 40 dias sem chuva na fase de v3 a r1,ou seja vegetativa 3 a reprodutivo 1), que é uma fase bastante crítica para a lavoura... 


Situação bem diferente, é claro, da estiagem de 4 anos atrás, a Safra 2008/2009, que você registrou em seu programa na época. 

A prorrogação das dívidas daquela quebra de safra ainda não ocorreu, isso a nível de banco e governo (com relação  ao Proagro e refinanciamento da dívida). O que houve foi sim colocarem meu nome e de meu avalista no Serasa e SPC... 

Quando da vinda da senadora Ana Amelia, e do ex-senador e atual presidente do agronegócio do Banco do Brasil, Osmar Dias, em Não Me Toque, na Expodireto/Cotrijal 2012, tentei contar sobre a minha situação como médio produtor de soja aqui na região central do RS, no município de Dilermando de Aguiar.

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Esse nosso município é administrado infelizmente pelo PT, (o mesmo partido de Paulo Pimenta que, de jornalista formado na UFSM, mas antes técnico agrícola, onde se encontra para auxiliar os seus conterrâneos na cidade que tanto ele bagunçava nos ônibus quando ia para a universidade como dirigente do DCE NA ÉPOCA,  ele retirava ou até mesmo fazia o professor parar a aula para o Dr. Pimenta poder falar suas demagogias)... 

Partido que recebe apoio de pessoas como Luciana Genro, filha do atual governador, natural do Alegrete, professor do curso de direito da UFSM,  além do dep. Estadual Valdecir Oliveira, ex prefeito da minha cidade de Santa Maria, que tem que prestar conta ao Tribunal Contas sobre sua administração... 

Nesse relato arrolo também o Dep. Luiz Heinz, Eng.o Agrônomo que cursou na faculdade a matéria de extensão rural,  mas que,  eles (Heinze e o deputado estadual Pozzobon), ao estarem  na abertura da colheita da safra de soja (se é que dá para dizer que aquilo representava a nossa  safra de  soja), não foram capazes de se fazerem presentes ao debate junto com nós, os produtores ...

No entanto, o debate trasmitido pelo Canal Rural em Tupãciretã, seria o momento propicio para encontrarmos junto uma solução para os problemas no agronegócio (problemas esses que são gravissimos ao nosso Estado), e não atuar apenas em palanque eleitoral, com o mesmo discurso  de sempre, com planos impossiveis de ser realizados, como o caso da irrigação, onde o produtor já endividado, não terá novo acesso a crédito...

Veja João Batista, no caso da irrigação, para comprar tal equipamento, qual banqueiro vai dar novo financiamento ao produtor já endividado, para um negócio onde ele não tem retorno, não ganha muito em tal aplicação?? será que virá do Tarsinho Genro, que só está preocupado com a agricultura familiar do nosso Estado (porque essa lhe rende votos), mas o médio produtor onde se enquadra em seu Governo?

Minha desconfiança reside na esquiva dele sobre o assunto, para não se comprometer. Porque, quando vc pergunto sobre a renda do produtor ao entrevistá-lo( e disso eu sou testemunha por estar bem próximo de ambos, e ouvi a resposta evaziva); ele é que vai me financiar com o Estado como se encontra? 

Ou será o banqueiro internacional???, aí o tal banqueiro é quem dirá onde o governo deve investir o dinheiro dele, por isso a pressão sobre esse miseravel código florestal, que é só pra brasileiro ver, (pois no estrangeiro plantam até na porta da casa) isso porque, na verdade, somos uma grande ameaça econômica para o resto do mundo, como disse o seu amigo Liones Severo, grande pessoa, em conversa informal que tive com ele onde falou,...

-- " basta o Brasil (varonil) produzir a sua principal commodity, no caso a soja, que ao exporta-lá,entra divisas (e bota divisas  nisso) ao país, que sempre teremos comprador pra ela..., 

Mas sábado à tarde acho que eles tinham muito que trabalhar ainda naquela tarde, e não puderam acompanhar os nossos relatos, as nossas angustias......, 

Em Nao Me Toque, quando do debate com a senadora Ana Amélia e transmitido pelo Canal Rural, eu consegui fazer essa pergunta, mas acabei sendo motivo de piada , ironia feita por parte do ex-Senador do Estado do PR, Osmar Dias (funcionário do BB onde ganha bem, onde, todo o mês, faça chuva ou faça sol, o dele tá garantido, não precisa pegar na pá pra  defender o seu)...,

Ele me ironizou quando pergunte porque o gerente da agência onde tinha o financiamento, negou-me um novo crédito, para que eu, no ano seguinte plantar novamente a minha lavoura e assim poder pagá-los? Ou seja, com o resultado o Banco do Brasil poderia ter caixa inclusive para pagar o salário do ex-senador/funcionário,...

Naquela audiência no final da tarde, último dia de feira, ninguém protestou..., embora estivessem ali justamente para tratar do endividamento agricola e do seguro agrícola...,(e lá se encontrava também o deputado federal e eng agrônomo Luís C. Heinze, que gosta de usar a mídia, como tantos outros no universo de 250 deputados, onde até mesmo o presidente da comissão  que trata sobre tal codigo florestal já amarelou, ou melhor não mais piorou para as cidades)..., para ele perguntei-lhe o porque de sua desistência dos que se dizem defensores do agronegócio (para se promoverem)? Fui seu eleitor e pode estar certo, deputado Heinze, que na próxima não o serei mais, estou apostando as minhas fichas na senadora Ana Amélia)...

Estava presente também o sr. Carlos Sperotto, o  presidente da Farsul, o Polidorio Pinto, e Caio Rocha e tantos outros, e que são testemunhas do que estou lhe escrevendo...

Fui, após o debate, conversar com o sr. Comerlatto, gerente de negócios do BB, que tem escritório em Porto Alegre, que se prontificou em rever tal situação..., só que até hoje, depois de ter se passado todo esse tempo de pós-feira, até agora nada..., 

Chega até ser engraçado, vc não acha???. 

João Batista, sou nascido debaixo da ditadura, (nasci em 1964, filho de italianos por decendencia e nacionalidade, e, graças a Deus, filho de dono de CERALISTA que sempre tratou diretamente com o agricultor  por todos esses anos em nossa região, e portanto, mais do que nunca conhecedor de causa de quem trabalha na terra.... 

E agora com 48 anos de idade, ouço a mesma história..., até quando?, será que minhas filhas a maior com 5 anos, e o filho maior com 15, crescerão também  ouvindo a mesma história???,

Onde está até hoje aquilo que nunca se resolveu, o tão falado seguro agrícola, e não um seguro para o banqueiro (explorador da comunidade, que nos governos atuais, que tanto ele tinha medo, está ganhando dinheiro como nunca), mas sim um seguro de renda ao produtor que devolva tudo aquilo que ele perdeu na seca..., cadê???

Meu professor de sociologia política na UFSM,  uma das melhor do Brasil, sempre  falava em sua aula: " ...Entre o homem Público e Político  existe uma distância muito grande..." 

Desejo a vc., grande jornalista que é, e amigo, todo o sucesso do mundo, porque pessoas como vc estão ficando cada vez mais raras.  

Um grande Abraço!
Julio César Trevisan". 

Veja algumas fotos das lavouras de Júlio Trevisan:

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Fonte:
Júlio Trevisan

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