Seagri/BA quer estruturar o semiárido para convivência com a seca

Publicado em 29/03/2012 15:03
Menos de dois meses após receber em audiência um empresário mexicano que demonstrou interesse em investir na Bahia, no setor do sisal, introduzindo a Agave Azul e implantando uma indústria processadora no estado, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, aceitou o convite para visitar os campos de produção e indústrias no México e organizou uma missão com o objetivo de conhecer as possibilidades de introduzir esta planta nas regiões produtoras de sisal, criando mais uma opção de convívio sustentável com o semiárido.

Cada membro do grupo baiano, composto, além do secretário, por representantes da Câmara Setorial do Sisal, de associações e cooperativas de produtores, dos exportadores de sisal, além de um assessor da Secretaria de Ciência e Tecnologia, custeou suas despesas.

De acordo com Salles, a missão baiana ao México poderá ser concluída nesta quinta-feira, (29), com grandes possibilidades de instalação futura de uma indústria mexicana no semiárido baiano.

Depois de visitar viveiros de mudas e plantios comerciais nas regiões produtoras e nos arredores de Guadalajara, estado de Jalisco, e as diversas possibilidades de industrialização de subprodutos do agave, como o mel, a inulina, a tequila e o etanol, Eduardo Salles considerou que a economia de cerca de 20 municípios baianos produtores de sisal pode ser revigorada com a introdução de novas variedades de sisal e a implantação de empreendimentos agroindustriais, integrando os pequenos produtores.

A Agave Azul (agave tequilana), planta da mesma família do sisal (agave sisalana), é muito utilizada no México para a produção de tequila e adoçante. Possui alto valor econômico e é base da economia de vários estados mexicanos. São diversas variedades de Agave existentes no México, cada uma com suas características, limitações e exigências. O mel produzido com a Agave Azul, sem sacarose e rica em frutose, é muito procurado pela indústria alimentícia. A inulina, um pó branco desidratado, que previne o câncer de colo e facilita a digestão, é matéria prima também para a indústria farmacêutica.

De acordo com o secretário da Agricultura, “esta é mais uma das alternativas sustentáveis para a agricultura do semiárido. Além da fibra, se pudermos avançar e ter a produção de etanol, açúcar e outros derivados da Agave, conseguiremos mais uma opção para uma cultura tão importante para a Bahia".

Sustentabilidade

Preocupado com o futuro do semiárido, Eduardo Salles diz que “essa seca que hoje castiga inúmeros municípios baianos pode se repetir nos próximos anos. O governo Wagner age, investindo em soluções definitivas como a construção de adutoras, e estamos atuando também procurando opções sustentáveis visando estruturar o semiárido para conviver com a seca, mantendo o homem no campo com empregos, renda e qualidade de vida”.

Em regiões como a do Rio São Francisco, que tem água para irrigação o foco da Seagri são as frutas e a cana, seguida de agroindustrialização, a exemplo do que está acontecendo com a implantação de uma unidade da Casa Valduga em Juazeiro, para produzir sucos, geleias e espumantes, e uma fábrica da Ducoco, para processar coco.

Quanto à cana-de-açúcar, a pretensão é a exemplo da Agrovale, também na região de Juazeiro, implantar outras usinas de álcool e açúcar, gerando milhares de empregos na região.

O secretário explica que, nas áreas onde não há disponibilidade de água para irrigação e onde a atividade agropecuária resume-se à ovinocaprinocultura e à cultura do sisal, “temos que buscar soluções de convivência através destas atividades, potencializando-as”.

E isso está sendo feito com a ovinocaprinocultura, através de programas como o Pró-Berro, o Programa Sertão Produtivo e Palma Adensada, e a integração do pequeno agricultores com o grande produtor e frigorificos, a exemplo do investimento integrador do grupo paulista-baiano, na região de Xique-Xique, lançado na semana passada na Feicorte, maior evento indoor da cadeia pecuária de corte do mundo, que pela primeira vez aconteceu na Bahia, no Hotel Pestana, em Salvador.

Com relação ao sisal, Salles explica que “estamos analisando as possibilidades de introduzir a Agave Azul, para produção de inulina, mel e avançar na produção de etanol, em zonas do semiárido com altitude acima de 700 metros, a exemplo de regiões como a Chapada Diamantina, algumas áreas da região de Campo Formoso e Irecê que já possuem tradição de produção de sisal”.

O secretário da Agricultura informou que a ideia inicial é implantar cinco campos experimentais, em parceria da Seagri/EBDA com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, Embrapa e UFRB, em cinco regiões distintas, inclusive na região de Conceição do Coité, com diversas variedades de Agave para verificar a que melhor se adapta.

Além de visitar campos de produção da Agave Azul, o secretário e comitiva conheceram indústrias produtoras de mel, inulina e tequila, e se reuniram com empresários, discutindo a instalação de indústrias na Bahia.

Cultivo de hortaliças em estufas

Dando sequência à missão no México, Salles, juntamente com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário, Raimundo Sampaio, estiveram reunidos no município de Culiacan, estado de Sinaloa, com os proprietários da North American Allied LLC. Shadehouses & Greenhouses, visitando áreas com estufas para produção de hortaliças na região. Há um mês, os empresários mexicanos estiveram na região de Morro do Chapéu e perceberam que as condições de clima são ideais para a produção de hortaliças em estufas. Eles pretendem, já na próxima semana, em sociedade com um grupo brasileiro, implantar

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Fonte:
Seagri-BA

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