Clonagem pode ser solução para crise do cacau

Publicado em 07/05/2012 08:22
Há mais de duas décadas que toda estrutura social e econômica da região Sul da Bahia convive com a doença da vassoura de bruxa, que foi responsável por uma queda de aproximadamente 70% na produção de cacau. E foi no intuito de melhorar a qualidade dos frutos resistentes a praga, que os pesquisadores da Ceplac ao longo dos anos vêm desenvolvendo técnicas modernas, a exemplo da clonagem, que foi inserida no Projeto Renorbio. 

Considerada uma das práticas mais bem-sucedidas, entre as suas funções está a de criar plantas mais resistentes ou tolerantes à vassoura de bruxa e com alta produtividade. Com uma infinidade de variedades clonais, o programa da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) de melhoramento genético das plantas desenvolvido pela Ceplac já está à disposição dos produtores. 

O programa foi desenvolvido com o objetivo de identificar os genes mais importantes de cada variedade clonal, e foi dividido em três etapas: A fase do Germoplasma que tem a função de estudar materiais de outros países com o intuito de observar as características dos frutos; A seleção recorrente que busca associar as melhores características dos frutos analisados na fase do Gemosplama; E por fim a Avaliação regional que ocorre no campo através de ensaios e em 134 fazendas previamente cadastradas no programa. 

As fazendas estão distribuídas em 17 municípios da região, onde os melhores clones são testados e monitorados mensalmente, a fim de, catalogar todas as informações, como quantidade de frutos por planta, peso dos frutos, peso das sementes por fruto e incidência da vassoura de bruxa. O programa tem como umas das primeiras ações, o trabalho de enxertia das variedades selecionadas pelos pesquisadores. 

De acordo com o pesquisador e também um dos coordenadores do projeto, Mariosvaldo Macedo, mais de quarenta clones de cacau já foram indicados pela Ceplac: “Nós estamos sugerindo um grupo de aproximadamente 49 clones que a Ceplac reselecionou e já estão sendo designado para que o produtor possa multiplicar esse material no campo”. 

Entre os clones recomendados pela Ceplac, o que difere cada um, são apenas as características externas, uma vez que no desempenho eles se assemelham bastante em alta resistência a doenças e produtividade. Mas, ainda de acordo com Macedo, para um bom aproveitamento das variedades clonais sugeridas pela Ceplac, é importante que o produtor de cacau adote um manejo adequado ao cacaueiro. 

“Se o produtor está manejando um produto de forma correta, ele está com uma produtividade melhor e maior. E ás vezes o produtor não está com o manejo adequado e acredita que o material não é bom. Nós fazemos um chamamento para toda a região e para o governo federal, possa incluir recursos na região, para que todos os produtores possam fazer a aplicação de um mesmo manejo e atingir um resultado melhor”, concluiu.
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Mercado do Cacau

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