Análise Semanal do Mercado do Milho

Publicado em 10/06/2012 19:51
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹ Emerson Juliano Lucca²

Análise Semanal do Mercado do Milho

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²

As cotações do milho em Chicago terminaram a semana em US$ 5,94/bushel, após US$ 5,86 na véspera, registrando igualmente uma recuperação em relação aos US$ 5,55/bushel de uma semana antes.

Os motivos são os mesmos indicados para a soja, havendo um pouco mais de preocupação quanto aos efeitos de um clima um pouco mais seco nos EUA, já que o cereal está em estágio mais avançado de desenvolvimento, do que a soja, além de ser um produto mais sensível à falta de chuvas. O relatório de oferta e demanda, do dia 12/06, portanto, é esperado com expectativa pelo mercado.

No curto prazo, auxiliou as altas em Chicago o fato de os produtores argentinos, mais uma vez, paralisarem suas atividades e realizarem manifestações contra o governo local, em especial contra os altos impostos, fato que levou o mercado a precificar o risco dos embarques argentinos de milho, soja e trigo serem transferidos para os EUA e mesmo o Brasil.

Ao mesmo tempo, um dado que esfriou um pouco o entusiasmo altista foi o anúncio de exportações semanais, nos EUA, de apenas 188.700 toneladas, contra uma expectativa do mercado que girava entre 500.000 e 900.000 toneladas. Nessas condições, o futuro relatório do dia 12/06 poderá rever para cima os estoques finais da safra velha nos EUA, se tornando um fator baixista para as cotações.

Jogou em favor desse raciocínio igualmente a melhoria nas condições das lavouras estadunidenses de milho. As mesmas, até o dia 03/06, apresentavam um quadro de 72% entre boas a excelentes, 23% regulares e apenas 5% entre ruins e muito ruins.Afora isso, há previsão de chuvas normais para as próximas duas semanas no Meio-Oeste dos EUA.

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana cotada, respectivamente, em US$ 230,00 e US$ 137,50, ambas para junho, com novo recuo sobre as semanas anteriores.

No mercado brasileiro, os preços permanecem debilitados, com o balcão gaúcho pagando, na média, R$ 24,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 25,65 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 14,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,50/saco em Videira e Concórdia (SC). Para a safrinha, os preços no Mato Grosso ficaram em R$ 13,50/saco e até menos, para julho/agosto, na região de Lucas do Rio Verde à Sorriso.

Mesmo assim, na BM&F/Bovespa o mês de novembro ficou ainda com ágio sobre setembro, fato que não deve durar muito a partir do fato de que a safrinha iniciou a ser colhida e deverá confirmar os volumes já indicados. Nesse sentido, a Conab indica que a safra total de milho no Brasil possa chegar, nesse ano, a 67 milhões de toneladas, superando pela primeira vez na história a safra de soja. O mercado, inclusive, espera uma colheita total final de 68 a 69 milhões de toneladas. Nesse contexto, a possibilidade de quebras na safrinha do Paraná, devido as fortes geadas dessa semana e final de semana, não preocupa o mercado nacional. Pelo menos por enquanto, pois existem análises que informam que as mesmas, pelo estágio das lavouras, podem ser até mesmo favoráveis na maioria das regiões paranaenses.

Nesse contexto, mesmo com exportações anuais de 10 milhões de toneladas, os estoques finais de milho no Brasil serão imensos, derrubando por completo os preços no final desse ano e início do próximo. Especialmente se a futura safra de verão vier normal.

Vale ainda destacar que os embarques nacionais de milho, mesmo com o novo câmbio, estão lentos. Em maios, o total chegou a apenas 165.700 toneladas, somando um total de 818.800 toneladas no atual ano comercial iniciado em fevereiro/12. Todavia, para junho a programação de embarque nos portos brasileiros já alcança 800.000 toneladas.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana com junho indicando valores de R$ 41,71/saco para o produto oriundo dos EUA e R$ 34,92/saco para o produto da Argentina.Para julho, o produto argentino ficou em R$ 33,93/saco. Já na exportação, no transferido via Paranaguá (PR), o mesmo de junho ficou em R$ 26,50/saco; julho R$ 25,61; agosto R$ 25,82; setembro R$ 25,33; outubro R$ 25,18; novembro R$ 24,97; dezembro R$ 25,61; e janeiro/13 R$ 24,93/saco.

¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
² Economista, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ. 

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Fonte:
Sind.Prod.Cascavel (PR)

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