MERCADO DO CAFÉ: Vietnã bate recorde de exportação brasileira

Publicado em 11/02/2013 05:52 e atualizado em 11/02/2013 13:10
Por Rodrigo Corrêa da Costa, colaborador da Archer Consulting
Nos primeiros quarenta dias de 2013 os investidores voltaram a colocar dinheiro em ativos de risco, favorecendo os principais índices de ações e de commodities.

O cenário macroeconômico parece distante de estar robusto, mas já esteve pior – ou ao menos a sensação dos mercados já foi mais pessimista.

O FMI projeta o segundo ano de recessão para a economia européia, enquanto o mundo deve crescer 3.5%. Isolando os dados, a zona do euro terá queda de 0.2% do PIB, enquanto os Estados Unidos devem crescer 2%, China 8.2% e Brasil 3.5%.

De primeiro de janeiro até o fechamento de sexta-feira dia 8 de fevereiro os três principais índices de commodities que sigo, S&PGSCI, DJUBS e o CRB, subiram 4.65%, 1.54% e 2.06% respectivamente. No mesmo período as bolsas de ações americanas acumulam mais de 5% de alta e entre as europeias só o Reino Unido e Suiça estão em alta – os demais estão de lado.

Das commodities o algodão e o café robusta lideram entre as ganhadoras até agora, seguidos pela gasolina e o níquel. O grande perdedor é o açúcar, depois o trigo e o gás natural.

O café em Nova Iorque tem queda acumulada de 1.91%, enquanto em Londres alta de 10.34% - ou seja um caiu US$ 3.64 por saca e o outro subiu US$ 11.94 por saca. A arbitragem entre os dois mercados está no nível mais estreito desde 2009, US$ 49 centavos por libra.

Quanto mais pode estreitar? Por mais que o preço do robusta não pare de subir ainda sim o café é mais barato do que o arábica, e em teoria só quando for mais caro é que vai “forçar” uma nova troca de blends. Vamos falar que cafés com poucas xícaras riadas negociem a 27 centavos abaixo – logo tem uma gordura de 22 centavos na arbitragem para ser queimada. Creio ser improvável esta vir abaixo de 40 centavos, mas vamos ver.

O contrato “C” tem respeitado o intervalo que sugeri em meu último comentário de Dezembro, 140 a 160 centavos. No período o mesmo tentou mais uma vez romper a parte alta do range, mas encontrou resistência com vendas de origens e dos fundos. No ponto de suporte a indústria tem aparecido para cobrir, sinal que continua a me fazer acreditar que por ora vamos ficar nesta chatice.

Notícias de ferrugem e fungos nos cafezais da América Central em nada têm ajudado os preços. O mercado está dando mais peso ao aumento dos estoques certificados da ICE e na expectativa de uma próxima safra brasileira grande. 

O comportamento dos diferenciais para os cafés mainstream (comuns) mostra que os produtores estão perdendo a paciência, ainda que o governo brasileiro tenha prorrogado o pagamento da primeira parcela da dívida para estocagem. O problema é que o relógio não para, e como o atual fluxo de café saindo do Brasil faz o mercado imaginar que tem uma estocagem grande, o que vai acontecer é apenas um adiamento do inevitável.

No que tange as exportações vale o registro que no mês de janeiro o Vietnã bateu o recorde brasileiro de exportações (em um único mês). Foram 3.65 milhões de sacas, maior do que as 3.49 milhões exportadas pelo Brasil em outubro de 2010. E notem: os estoques do produto no destino não têm subido, muito pelo contrário!!

A firmeza recente do real brasileiro, assim como do euro, junto com a posição grande vendida dos fundos e a puxada de Londres devem dar suporte aos preços respeitando os 140 centavos. 
Os fundos, por sinal, no ano passado tiveram mais um ano de perdas nos mercados de commodities, e seus ativos diminuíram em 20% com a corrida dos investidores – seria este um indicador de que eles estão errados em ficar tão negativos no café?!

Do agitado carnaval de Dubai,
Rodrigo Costa. 
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Fonte:
Archer Consulting

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