Correção da acidez do solo para introdução de leguminosas, por José Acélio Fontoura Júnior
Os solos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina são predominantemente ácidos em seu estado natural, condicionando restrições ao desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas, devido à presença de alumínio e de manganês disponíveis na solução do solo.
O processo de acidificação do solo ocorre naturalmente de forma lenta e constante. Ignorar o excesso de acidez do solo pode induzir perdas de produtividade ou à ineficiência no uso de fertilizantes. Portanto, é necessária a correção da acidez do solo, o produto mais utilizado é o calcário agrícola.
O índice mais comum utilizado para medir a acidez do solo é o pH. Na medida que o valor de pH baixa de 5,5, elevam-se gradativamente os teores de alumínio e de manganês disponíveis para as plantas, que, em níveis acima do tolerável, são tóxicos e afetam negativamente o desenvolvimento das culturas.
O alumínio inibe o crescimento das raízes (chegando, em casos extremos, a causar a morte dos tecidos radiculares), afeta a assimilação e migração de cálcio e fósforo na planta, além de formar reações irreversíveis com o fósforo no solo, reduzindo a eficiência da adubação fosfatada. A tolerância ao alumínio varia de espécie para espécie vegetal, sendo que, em geral para forrageiras, recomenda-se pH acima de 5,5 para gramíneas, de 6,0 para leguminosas e de 6,5 para a alfafa.
A faixa entre 5,5 e 6,0 de pH em H2O do solo é onde ocorre o maior equilíbrio na disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Abaixo desses níveis, reduz-se a disponibilidade principalmente de fósforo, além de enxofre, de molibdênio e de cloro; em níveis de pH muito elevados, entretanto, ocorre a indisponibilização de alguns micronutrientes essenciais como o ferro, o manganês, o cobre, o zinco e o boro.
A reação dos corretivos de acidez no solo eleva o pH, reduzindo as espécies de alumínio e de manganês tóxicas às plantas, e também aumentando a disponibilidade de fósforo, além de adicionar cálcio e magnésio ao solo.
Ademais, outros importantes benefícios da calagem são o aumento da CTC do solo (capacidade de troca de cátions, valor que representa a capacidade do solo em armazenar e disponibilizar para as plantas potássio, cálcio, magnésio e sódio), melhora da eficiência dos fertilizantes, possibilita um ambiente mais adequado ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas e da microbiota do solo, principalmente de bactérias como o rizóbio, responsável pela fixação de nitrogênio nas leguminosas.
O calcário é o corretivo de acidez mais utilizado, principalmente pela eficiência e pelo baixo custo. Quando ele for utilizado visando corrigir a acidez do solo para introdução de leguminosas, é necessário que ele seja aplicado, no mínimo, seis meses antes da semeadura, a fim de que haja tempo para a reação de todo o calcário, obtendo-se uma eficiência satisfatória. Ressalta-se que, para leguminosas, esse período entre a aplicação do corretivo e a semeadura é fundamental para o sucesso da implantação dessas espécies.
Vale ressaltar que a adubação correta por uma análise de solo criteriosa, e continua com a calagem bem feita e aplicação do adubo adequado.
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