NO ESTADÃO: Campos busca eleitor lulista e PSB fala em romper acordo com Aécio em Minas

Publicado em 11/05/2014 15:17
Para reforçar diferenças com pré-candidato tucano e arregimentar eleitores insatisfeitos com a gestão Dilma, aliados do ex-governador pernambucano passaram a questionar publicamente o palanque conjunto no 2º maior colégio eleitoral do País

No momento que as pesquisas de opinião apontam o crescimento de Aécio Neves (PSDB) e a estagnação de Eduardo Campos (PSB) na disputa pelo Palácio do Planalto, a cúpula da pré-campanha pessebista decidiu que chegou a hora de romper o "pacto de não agressão" entre os pré-candidatos.

Além de disparar críticas ao senador mineiro para buscar os eleitores "lulistas" insatisfeitos com a gestão da presidente Dilma Rousseff, aliados de Campos passaram a questionar publicamente a construção de palanques conjuntos em Pernambuco e Minas Gerais.

Nos discursos, a palavra de ordem é levantar bandeiras que constrangem Aécio entre o eleitorado que se considera de esquerda - como a defesa "intransigente" da CLT e a manutenção da maioridade penal. Em encontros com empresários, o senador mineiro defendeu a flexibilização da CLT em alguns setores e a redução da maioridade penal em casos de crimes hediondos.

Eduardo Campos está convencido de que o PSDB e o PT têm um objetivo em comum: colar nele a agenda política de Aécio para circunscrever a candidatura no campo da oposição e forçar uma polarização. Dessa forma, o voto útil desidrataria a terceira via e haveria um segundo turno plebiscitário. Para evitar que isso aconteça, membros da cúpula do PSB lembram que as trajetórias dos dois foram completamente diferentes. "Em 20 anos, eles só estiveram juntos nas Diretas", afirma Carlos Siqueira, secretário-geral do PSB. Em 2010, por exemplo, Campos e Aécio travaram uma dura disputa política pela instalação da fábrica da Fiat, que acabou ficando em Pernambuco.

Implosão. O PSB liberou seus quadros nacionais para instigarem o movimento de aliados que tentam implodir o acordo de formação de palanques conjunto entre PSB e PSDB em Minas Gerais e Pernambuco. "Finalmente estamos sendo tomados pelo óbvio e ululante: que o candidato precisa ter o maior número de candidatos nos Estados", afirma o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

"Em Minas, uma candidatura nossa (PSB) seria ainda mais útil do que em São Paulo. Lá é claro que o Pimenta (da Veiga, pré-candidato do PSDB ao governo) vai trabalhar só pelo Aécio e do outro lado tem o PT. Falta a terceira via para dividir espaço", reforça Márcio França, presidente do PSB paulista e um dos dirigentes do partido mais próximos de Campos.

Ele advoga tese de romper a negociação de aliança com os tucanos em Minas e lançar a candidatura do deputado Júlio Delgado. "Qualquer terceira via viável terá 15%, 20% dos votos e o Júlio Delgado é um ótimo nome porque é bem votado, tem uma base forte em Juiz de Fora e o respeito político pela boa votação para a presidência da Câmara", afirma. Com o cuidado de reforçar que as alianças estaduais não precisam, necessariamente, repetir o quadro nacional, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, ressalta que a aliança com Aécio não é um fato consumado.

"Quem foi que disse que não vai ter candidatura do PSB em Minas? Há uma discussão intensa lá e espero que seja proveitosa para encontrar o melhor caminho para o projeto nacional", afirma.

Fiel ao roteiro, ele ressalta: "Aécio é de centro, nós somos de centro-esquerda". Delgado não comenta a possibilidade de disputar o governo. Ressalta apenas que não há qualquer formalização de apoio ao PSDB. "Não existe nada fechado e estanque na política. Tudo está em negociação", diz.

Para os tucanos mineiros, porém, a hipótese de um rompimento da aliança é remota. "O PSB é um aliado do PSDB em Minas. O plano regional tem outra dinâmica", afirma o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro.

Linha de frente A cúpula da campanha de Campos decidiu pôr sua vice, a ex-ministra Marina Silva, na linha de frente do embate. Coube a ela a tarefa de deixar claro que só ele seria capaz de derrotar o PT num eventual segundo turno. Isso porque há a avaliação de que o eleitor de Aécio migraria quase por completo para Campos por ter uma característica antipetista.

"Ela tem posições firmes e isso pontualmente pode colocá-la em situação de confronto", diz o coordenador da Rede, Bazileu Margarido.

Cúpula do PT age para conter 'novos rebeldes'

Com apoio de Lula, Rui Falcão busca enquadrar parlamentares aliados de André Vargas, que desafiou partido ao resistir a pressões para renunciar

  • POR Ricardo Galhardo - O Estado de S.Paulo

Com o estrago eleitoral e na imagem do partido causado pela revelação da relação entre o deputado André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, o PT, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estuda medidas para enquadrar parlamentares que apoiavam Vargas.

 

O primeiro alvo foi o deputado Candido Vaccarezza (SP), que enfrentou a direção petista e a presidente Dilma Rousseff ao apoiar projeto de reforma política apresentado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Há um mês, a executiva nacional do PT fechou questão contra o projeto do PMDB e em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma. Se insistir no apoio ao PMDB, Vaccarezza estará sujeito a punições internas.

O segundo alvo foi o próprio Vargas, que tentou enfrentar a cúpula petista ao ser pressionado a renunciar ao mandato por causa de citações de seu nome em relatórios da PF. Com apoio do grupo de "novos rebeldes", Vargas voltou atrás da decisão de renunciar. A direção petista então ameaçou afastá-lo por até 60 dias, enquanto a Comissão de Ética investigasse o caso. Sem saída, Vargas se desfiliou para evitar a punição. "Depois que ele se desfilou do PT, não tenho visto menções ao nome dele na imprensa, o que mostra que, fora do partido, as ações dele baixaram de valor", disse o presidente do partido, Rui Falcão.

Internamente, a avaliação é que aliados de Vargas o estimularam a enfrentar a direção partidária para evitar que a postura dura tomada contra o ex-vice-presidente da Câmara se transformasse em regra no partido.

Polos paralelos. Recentemente, Falcão disse que Lula tem estimulado movimentos da direção partidária para reduzir a força dos parlamentares. Nos últimos anos, as bancadas se transformaram em polos paralelos de poder, ocupando o vazio deixado por líderes históricos abatidos no processo do mensalão.

"O Lula vem falando que é preciso fortalecer as instâncias partidárias para que não haja o peso exclusivo dos mandatos parlamentares. Elas (bancadas) têm um peso muito grande e muitas vezes acabam esvaziando as instâncias", disse Falcão.

A bancada do PT na Câmara se dividiu em ao menos quatro grupos, que passaram a ter denominações irônicas como CNB do A e CNB do B, em referência à maior corrente interna do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). O maior destes grupos era encabeçado por Vargas.

O núcleo duro dos "novos rebeldes" é formado por cerca de dez parlamentares, a maioria de São Paulo, mas nos melhores momentos chegou a ter mais de 50 dos 84 deputados do PT na Câmara. Além de se aliar a adversários no Congresso, esse grupo é acusado de plantar notícias negativas contra o governo Dilma e liderar o movimento "Volta, Lula".

Candidatos tentam dar mais nitidez às diferenças

POR JOÃO BOSCO RABELLO (COLUNISTA DE POLITICA DO ESTADÃO):


Os últimos dias indicaram um novo desenho da pré-campanha presidencial com os candidatos estabelecendo as diferenças com as quais pretendem se distinguir junto ao eleitor. Ainda que não em conteúdo, na forma já é possível perceber uma linha a definir melhor as visões de cada um.


Antes que a presidente Dilma Rousseff rompesse, por conveniência eleitoral, o longo jejum de conversas com a imprensa, o ex-governador Eduardo Campos começou a marcar território em relação ao senador Aécio Neves, preocupado com o crescimento do rival.


Campos tenta referenciar o eleitorado desiludido com o PT como um candidato à esquerda de Aécio, em discurso que, aos poucos, consolida o fim de um ciclo de amabilidades, embora na dose necessária para não romper o pacto de conveniência que deve mantê-los aliados da causa comum de derrotar o PT.


O movimento já mostra que a possibilidade de um segundo turno entre ambos, que excluiria a presidente Dilma na primeira fase da disputa, não é mais descartável. Possível, mas não provável, essa perspectiva explica a tentativa de Campos de se afirmar como o herdeiro do eleitorado que apostou um dia no PT.


Serve também para a eventual disputa entre o ex-governador de Pernambuco e a presidente Dilma no segundo turno, em que se apresentaria como a voz dissidente de um governo que se declara à esquerda, mas que teria se desviado do ideário que o sustentou no poder por mais de uma década.


É correto, pois, o roteiro de Campos. Por ele, o PSB deixou a base de apoio do governo do PT por discordar do comportamento fisiológico que subtraiu ao partido o patrimônio político construído sob o compromisso com a ética e fez do social instrumento assistencialista para um projeto hegemônico de poder.


É igualmente acertada a iniciativa de distinguir-se do candidato do PSDB, pois se a unanimidade, por tese geral aceita, é burra, na política é desastrosa. O debate de ideias é a essência da política e deve orientar seu exercício rotineiro.
É preciso que Campos se diferencie de Aécio no plano das ideias e da concepção de governo, mesmo para dar efetivo sentido prático ao esforço de ambos para retirar do PT o que tem sido uma arma eficiente nas disputas dos últimos anos, que é centrar a campanha na comparação com os governos do PSDB.


Ainda que se tenham passado 11 anos de gestão petista, o partido insiste nessa estratégia que, inexplicavelmente, ainda surte algum efeito. Com a candidatura do PSB, abriu-se a oportunidade de encerrar esse ciclo e mostrar que o exercício político no País pode ser oxigenado.


Aécio, por seu turno, cumpre um roteiro eficiente que priorizou na primeira etapa a costura interna no PSDB e, em seguida, as articulações regionais, que agora combina com a visibilidade pessoal do candidato, operação em que está à frente de seu concorrente.


O discurso reativo de Campos ao crescimento do senador tucano nas pesquisas, maior que o seu, é natural e desenvolvido em tom que concilia a conveniência de afirmar seu perfil político com a de manter a disputa em clima civilizado, preservando o espaço para uma aliança futura – seja num segundo turno ou no governo de um dos dois.


Esse jogo resgata a política na sua essência, sublinhando o projeto hegemônico do PT, que faz das campanhas praças de guerra, impulsionado pelo espírito eliminativo que orienta as ações de um partido com o ranço próprio dos governos autoritários, onde a cooptação substitui o debate e impõe a linha de pensamento exclusivo.


A presidente Dilma saiu da toca para reafirmar a convicção na linha de seu governo, que se caracteriza pela centralização executiva e pelo intervencionismo econômico. Uma receita que a levou a se indispor de forma aparentemente irreversível com o mercado e os investidores e à queda nas pesquisas que tem entre suas causas uma gestão varejista.
Tudo somado, a campanha ganha o esboço de um desenho que deverá prevalecer, com maior intensidade, e que não exclui o comportamento de uma militância agressiva que materializa nas ruas a versão da guerra digital patrocinada com recursos públicos por um governo que a alimenta marginalmente.


Dessa espécie de agentes da palavra de ordem do ex-presidente Lula – “ir prá cima” – é exemplo mais recente o “blogueiro” Rodrigo Grassi, ex-funcionário legislativo da deputada petista Érica Kokai (DF), que tirou do sério o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) ao acusá-lo de corrupção no cartel dos trens paulistas.


Grassi já ofendera, sem o mesmo êxito obtido com Ferreira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, à saída de um restaurante, o que lhe custou o emprego na Câmara, onde sua presença, uma vez demitido, precisa ser explicada, sobretudo pelo ângulo de pretenso jornalista no exercício de sua atividade profissional.


Na Casa, como se sabe, os veículos de imprensa atuam sob o regime de credenciamento, que impõe rigor no cadastramento de órgãos e profissionais.

Social-democracia à brasileira

POR Gaudêncio Torquato - O Estado de S.Paulo

De repente, a bola chegou quadrada aos pés de Eduardo Campos: rever ou não rever o manifesto do PSB, datado de 1947, cujo item 7 prega que o objetivo do partido no terreno econômico "é a transformação da estrutura da sociedade, incluída na gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que procurará realizar na medida em que as condições do País a exigirem". O pré-candidato à Presidência da República se vê no meio de uma enroscada. De um lado, empresários do campo privado temerosos de que a pelota seja chutada para os braços de Karl Marx; de outro, correligionários duros, que não admitem tesoura para cortar documento histórico. A par do simbolismo implícito no texto que ainda prega a "manutenção da propriedade privada nos limites da possibilidade de sua utilização pessoal, sem prejuízo do interesse coletivo", o documento suscita a indagação: de que social-democracia o Brasil necessita e que peculiaridades devem ser examinadas nas propostas dos candidatos à Presidência da República? Essa é a questão em jogo, ainda mais quando o tema da concentração de renda e igualdade social ganha o foro mundial, a partir do livro do francês Thomas Piketty, Capital no século XXI. Ao traçar o histórico da concentração de renda nos últimos três séculos, ele mostra que os ricos ficam cada vez mais ricos e a desigualdade fica cada vez pior.

 

O fato é que nossa social-democracia carece de aperfeiçoamentos. A título de lembrança, tal modelagem começa a tomar corpo a partir da ofensiva liberal conservadora que impacta o País nos anos 70, ganha corpo na onda de organização dos movimentos sociais impulsionados pela Constituição de 1988 e resulta na ampliação dos direitos coletivos, base do Estado do bem-estar. Não se trata, como alguns podem imaginar, de opor as bandeiras do socialismo clássico às do liberalismo ortodoxo. Trata-se de alinhar o sistema ao espírito do nosso tempo. Ganhando consistência progressiva entre 1919 e 1939, na Europa, sob a égide das identidades regionais e revisões constantes do escopo socialista, a social-democracia ganhou nuances aqui e ali, sem romper os pressupostos econômicos, políticos e sociais do liberalismo. Elege o Estado como regulador da economia, coisa necessária para corrigir desequilíbrios causadores de crises, aliás, na esteira das lições de John M. Keynes.

O modo de produção capitalista, por sua vez, atravessou um longo corredor de mudanças. As organizações foram instadas a ampliar a pletora de direitos dos trabalhadores. A configuração do mundo do trabalho adquiriu novos contornos com a multiplicação de micro e pequenos negócios, abrindo aos trabalhadores acesso ao território dos empreendimentos. Nesse ambiente, a social-democracia incorporou transformações nas esferas organizativas, políticas, econômicas e sociais. Ao perceber a impossibilidade de um só partido juntar mais de 50% dos votos de um país e chegar, sozinho, aos píncaros do poder, passou a agregar alianças. E a coabitar. Na França, pôde-se ver um presidente socialista (François Mitterrand) convivendo com um primeiro-ministro da direita conservadora (Jacques Chirac); ou um presidente direitista (Chirac) ao lado de um primeiro-ministro socialista (Lionel Jospin). A clássica luta de classes abriu vez para a conciliação entre grupos e classes; a esfera dos trabalhadores estendeu seus domínios, agora integrando as classes médias (com profissionais liberais), e não apenas os peões do chão de fábrica. Os partidos de massas substituíram os classistas.

Dito isso, cheguemos ao panorama brasileiro. Que caráter e programas devem ancorar nosso sistema social-democrata? O pressuposto inviolável, intransferível, imutável é o compromisso com o Estado do bem-estar. Em outros termos, o sistema deve desenvolver uma economia viável, ajustada aos parâmetros do território, capaz de beneficiar todas as parcelas da população e endossada por partidos que se juntem em aliança para implantar programas consensuados. Tal ideário não pode desequilibrar o orçamento público ou ancorar políticas populistas. Esse é o ponto de atenção. Urge enxugar a máquina administrativa usando critérios racionais e dar ao Estado o tamanho adequado para cumprir suas tarefas. Fernando Henrique tentou diminuir a extensão da máquina. Foi acusado de privatista. O ciclo Lula voltou a inchar a máquina com milhares de contratações. Mas não desconstruiu os pressupostos liberais. Na era Dilma, o Estado é considerado "mais intervencionista". Afinal, que instrumentos o Estado deve dispor para preservar seu papel de regulador da economia, promover o bem-estar e orientar a iniciativa privada no caminho do bem comum? Ampliar ou não as Parcerias Público-Privadas (PPPs) a concessão de serviços públicos e impor limites à privatização de bens públicos? O que cabe em nossa social-democracia? Com a palavra, os postulantes à Presidência da República.

É hora de atribuir a cada qual o que lhe pertence. É inegável que o braço assistencialista dos anos PT contribuiu para acelerar a dinâmica social. Da mesma forma, as estacas do Estado atual foram fincadas na era tucana do Plano Real. Outro ajuste seria nos vãos do nosso presidencialismo. A Tríade do Poder parece torta. O sistema presidencialista, com extrema concentração de força, precisa diminuir seu ímpeto legislativo. Tudo passa pela tinta da caneta do mandatário-mor, que mora na fortaleza que distribui verbas, cargos, empregos e favores. Todo esforço se fará necessário para atenuar aquilo que José Murilo de Carvalho chama de "estadania", contraponto à cidadania. A organicidade social, a constelação de entidades que se transformam em novos polos de poder, as manifestações de rua abrem um amanhã para a democracia participativa, cujo papel é o de fazer pressão sobre a democracia representativa. Nota de pé de página: não há por que temer o manifesto de 1947 do PSB. O mundo girou, e muito, desde os tensos anos da guerra fria.

*Jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação. Twitter: @gautorquato 

 

 

 

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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