MERCADO DE CAFÉ: UM MÊS DE CHUVA LAVOU A ALMA DOS BAIXISTAS

Publicado em 12/05/2014 08:34
por *Rodrigo Corrêa da Costa - que escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting


O café em Nova Iorque teve uma semana bem negativa, perdendo US$ 30.56 por saca, enquanto em Londres as perdas foram de apenas US$ 3.42 por saca.

A impressão que dá é que o mercado do robusta olha com um pouco de dúvida sobre o que acontece no “C”, que de fato não deixa de ser a percepção de muitos participantes.

Durante o Seminário de Café de Santos, a conversa que mais se ouvia era menos pessimista do que talvez a maioria dos visitantes internacionais imaginasse encontrar. O motivo principal do melhor humor dos brasileiros vinha sem dúvida dos preços praticados no mercado interno recente, bem superior ao que víamos no fim de 2013, e mais diferente ainda do que previa muita gente, lá atrás, de que a bolsa iria para US$ 80.00 centavos por libra.

Analistas e traders que tiveram a chance de dar uma volta pelo interior também notaram árvores mais sadias do que viram nas fotos que circularam até março mostrando os efeitos da seca. As chuvas de abril revigoraram boa parte do parque cafeeiro, que em nada ajuda a safra que está sendo colhida, mas que já serviu de alerta para aqueles que estavam se adiantando em prever uma catástrofe para 2015/2016.

Vale mencionar que continuo achando prematuro falar em números da safra 15/16 tanto para o bem (uma recuperação da produção), como para o mal (uma perda de produção maior do que a da safra 14/15).

Mas, psicologicamente, um visual bonito das lavouras, no mínimo serve de prudência para que os comprados no mercado futuro coloquem algum lucro no bolso, e foi o que alguns resolveram fazer.

A colheita no Brasil está a todo o vapor em muitas regiões, com alguns produtores se esforçando para terminar de colher antes do final de junho, para se protegerem de um inverno chuvoso que o fenômeno El Nino pode provocar.

A receita que tem ingredientes como armazéns bem cheios, diferenciais descontados para embarques no pronto (que deve mudar depois da queda), e colheita antecipada, ditaram o tom mais negativo nas conversas do Seminário.

O fechamento da semana pode trazer mais vendas na segunda-feira, dia 12 de maio, e resta saber se o comportamento que o mercado tem tido, de recuperar com vigor as baixas fortes, vai continuar funcionando.

Boa semana e muito bons negócios a todos.
Rodrigo Costa* 
 

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Fonte:
Archer Consulting

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1 comentário

  • Joao Paulo de Oliveira Andradas - MG

    Sera que e prematuro falar em números para a safra de 2015? Vou deixar aqui um relato sobre uma lavoura em que estive andando por ela hoje na minha propriedade, essa lavoura foi esqueletada no mês de agosto de 2013, fiz todos os tratos culturais rigorosamente em dia, 3 adubações, 2 pulverizações incluindo fertilizante foliar e fungicida, 1 aplicação de fungicida via solo. Tendo feito tudo isso hoje constatei um crescimento na media de 10 internoides, em anos com o clima normal com chuvas regulares esse crescimento fica entre 13 e 15 internoides, ou seja, nessa lavoura e perda de producao para a proxima safra na melhor das hipoteses vai ser de 30%. Nao estou sendo exagerado a lavoura esta aqui para quem quiser ver.

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