“Cala a boca, Emir Sader!” Ou: O MTST saúda a “ocupação” da GloboNews. Quem disse que a “mídia burguesa” não colabora, hehe?

Publicado em 15/05/2014 17:41 e atualizado em 19/05/2014 07:47
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

“Cala a boca, Emir Sader!” Ou: O MTST saúda a “ocupação” da GloboNews. Quem disse que a “mídia burguesa” não colabora, hehe?

Ai, ai… O mundo realmente está ficando muito interessante. Vejam está imagem.

cala a boca, Emir!

O intelectual chapa-branca Emir Sader — habitante de um país mental chamado “Emirados Sáderes”, onde se fala, note-se, uma língua que lembra o português — chamou, no Twitter, os ditos sem-teto de “vira-latas” (ver abaixo). Ele não gostou do protesto que o grupo organizou no Itaquerão e saudou os membros da Gaviões da Fiel que decidiram proteger o estádio.

Emir Sader vira-lata

A página do MTST no Facebbok resolveu homenageá-lo, entre outras manifestações, com a imagem que vocês veem ali no alto.

Mas não só. Publicou um texto a respeito — que bate também, claro!, na VEJA. Leiam. Volto em seguida:

MTST - Emir 

Voltei
Como? O que é isso, camaradas revolucionários?! Tudo bem não gostar da gente! Mas pra que recorrer a baixarias, né? Emir Sader como intelectual “ala VEJA”??? Esse é o homem que escreve “pousar para fotografia”, que critica a“expoliação da classe operária, que afirma que o Brasil já teve um presidente chamado “Getulho Vargas”, que é capaz de citar um intelectual que ninguém mais conhece, um certo “Chomski”, e que já inventou o verbo “fusiliar”

Caros camaradas sem teto — e, portanto, também sem eira nem beira (já que o teto não existe, né?): Emir Sader não entraria na redação da VEJA nem disfarçado de erro ortográfico!!! Aquela porta giratória na entrada do prédio da Abril iria travar. A segurança seria imediatamente acionada: “Alerta vermelho: indivíduo perigoso tenta invadir a empresa com armas de destruição em massa da gramática”.

Um teto da GloboNews
A gente nota, dado o texto anterior, que o MTST não gosta “dos grandes empresários da mídia”. Entendo. Quando, no entanto, a GloboNews resolve dar voz a Guilherme Boulos, o coxinha fantasiado de sem-teto, aí tudo bem! Aí o movimento divulga o evento e esquece que também essa emissora pertence, digamos, a “grandes empresários da mídia”. Leiam. Retomo depois.

MTST GloboNews 

Retomo
Como se vê, não se tratou, segundo o MTST, de uma “entrevista”, mas de “ocupação de espaço”. Querem saber? Nesse particular, o movimento tem razão. Não deixa de ser a ocupação de um pedaço da “mídia golpista”, né?

Por Reinaldo Azevedo

Haddad agora vai demitir viciado em crack que não trabalhar. É mesmo, é? Não me digam!!!

Cercadinhos de Haddad: estruturas já foram retiradas da Cracolândia pelos próprios viciados

Cercadinhos de Haddad: estruturas já foram retiradas da Cracolândia pelos próprios viciados

E não é que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, decidiu que os viciados em crack contratados pela Prefeitura que não comparecerem ao trabalho serão desligados do programa “Braços Abertos”!? Se bem se lembram, trata-se daquela literalmente estupefaciente iniciativa que garante a um grupo de viciados emprego, salário, casa e comida. E sem exigir deles nada em troca! Não são obrigados a se submeter a tratamento. E, creiam, não se cobrava nem mesmo a frequência ao trabalho. Como a remuneração é feita por dia — R$ 15 por quatro horas —, pagam-se as jornadas “trabalhadas” e fim de papo.

Ora, aconteceu o óbvio: boa parte dos beneficiários não dá as caras e só se aproveita de uma parte do programa: a que garante casa e comida. A renda que conseguem, para financiar o vício, deriva de alguns bicos que fazem e de pequenos delitos. Trabalhar pra quê?

Leitores, prestem atenção: governantes existem não apenas para corrigir problemas, mas também e sobretudo para se antecipar a eles. Ou por que precisaríamos manter a pesada máquina estatal? E eis, então, que se revela um dos principais defeitos da gestão de Haddad: ele está sempre atrasado em relação ao óbvio. Ou por outra: o óbvio chega antes, e ele vem depois.

Quando o petista lançou o tal “Braços Abertos”, escrevi aqui um aqui um longo texto apontando suas sete grandes imposturas:
1: O programa de emprego para viciados atingia quase 400 viciados, e se estima em 2 mil o número de frequentadores da Cracolândia;
2: o programa “Braços Abertos” atendia (?) apenas os viciados que resolveram criar uma favela no meio da rua;
3: decidiu-se premiar com trabalho, salário, casa e comida quem ocupou o espaço público na marra para manter o seu vício; os benefícios são superiores aos pagos pelo Bolsa Família;
4: os viciados receberiam benefícios, mas não seriam obrigados a se tratar nem a trabalhar;
5: os viciados têm renda, oriunda ou do trabalho informal ou de práticas criminosas; o dinheiro da Prefeitura seria um suplemento que estimularia o consumo de drogas;
6: se a Prefeitura fornece casa e comida a drogados que criam favelas no passeio público, por que não fazer o mesmo com quem não é viciado?;
7: o Prefeito escolheu o caminho mais fácil e mais barato: financiar o vício em vez de combatê-lo.

Digam-me: era ou não evidente que a iniciativa daria com os burros n’água? Como é que um programa que remunera viciados, sem exigir deles nada em troca, que os sitia numa área em que a polícia não entra, garantindo-lhes casa e comida, pode ambicionar ser de “combate ao crack”? Ao contrário: trata-se de um programa que estimula o consumo.

A última trapalhada do Prefeito na região se deu com as tais grades. A Prefeitura decidiu instalá-las para tentar delimitar o espaço ocupado pelos viciados e pelos traficantes, abrindo caminho, tanto quanto possível, para o cidadão comum poder transitar por lá, já que existem moradores naquela área da região central. Não adiantou! Os ongueiros viciados em viciados protestaram; os líderes — Santo Deus! — dos frequentadores da Cracolândia não gostaram, e as tais grades foram retiradas pelos próprios consumidores de crack, que se transformaram no verdadeiro poder público por ali.

Na campanha eleitoral, Haddad prometeu que daria à Cracolândia uma resposta inovadora. Não se pode acusá-lo de ter traído esse propósito, não é mesmo?

O PT, sozinho, arrecada em dinheiro o dobro de PSDB, PMDB e PSB somados. E por que, então, o partido quer proibir a doação de empresas privadas?

Montanha de dinheiro

O PT quer acabar com as doações de empresas privadas a campanhas. Infelizmente, já há uma maioria no STF formada em favor dessa tese. Muito bem! Não é que o partido esteja se dando mal com o sistema em vigência, não! Muito pelo contrário! Segundo informam David Friedlander e Ricardo Mendonça, na Folha de hoje, empresas que tradicionalmente doam dinheiro para partidos políticos e que mantêm negócios com o setor público repassaram ao PT, no ano passado, QUASE O DOBRO DO QUE, ATENÇÃO!, DOARAM AO PSDB, AO PMDB E AO PSB! R$ 79 MILHÕES CONTRA R$ 46,5 milhões. Há quatro anos, o “Partido dos Companheiros” já tinha uma vantagem sobre os demais de R$ 9,4 milhões; agora, de R$ 33,2 milhões

Por que o PT quer tanto acabar com um modelo que o beneficia? Porque não gosta de privilégios? Ora…Quem aí acredita que, uma vez proibidas as doações privadas, elas não continuarão a ser feitas, mas por baixo dos panos? A Folha só conseguiu chegar aos números porque, afinal existe o registro. Quando não houver mais…

Leiam trecho da reportagem. Volto em seguida:
“Nos últimos dias, a Folha conversou com um consultor, um tesoureiro de partido, um empresário e dois executivos de construtoras. Eles só aceitaram falar anonimamente. Segundo eles, é difícil não dar preferência ao PT, que ocupa a Presidência. Como Dilma estava muito à frente nas pesquisas, a força da sigla para captar era ampliada. Caso a disputa presidencial fique mais acirrada, como sugerem as últimas pesquisas, a divisão de verbas tende a se equilibrar. “Quem trabalha com governo não tem preferência”, diz um alto executivo de uma grande construtora. “Precisa ser amigo de quem estiver no poder.” Um consultor com muitos anos de experiência em arrecadação define assim: “Para as empresas, a doação funciona como um investimento para ter acesso aos candidatos que elas ajudam a eleger”.

Retomo
Muito bem! Proibidas as doações privadas, o interesse desses financiadores de campanha vai desaparecer? É curioso o caminho que essa questão tomou: é como se a transparência incomodasse: “Vejam como empresas com interesse no governo doam dinheiro para partidos!”. Sim, é verdade! E quando a lei proibir? O tal interesse desaparece por força da interdição?

Nos últimos tempos, nota-se um aumento das doações de empresas. Não há explicação para isso a não ser uma: muita gente que apelava ao caixa dois ficou com medo de ver seu nome envolvido em alguma operação da Polícia Federal. Não se faz esse tipo de coisa sem recorrer ao serviço dos “Albertos Youssefs” da vida. Vale dizer: escolheram o caminho legal; preferiram sair da clandestinidade.

Daqui a pouco, a lei vai empurrá-las de novo para o submundo. E se viverá, então, a sensação de que a política foi moralizada. É uma piada!

Por Reinaldo Azevedo

Oba, fui citado na abertura do encontro dos “blogueiros petistas” financiado com dinheiro público. Ou: Lula diz que brasileiro gosta é de andar a pé! Rubão diria “de a pé”

Ah, mas que coisa surpreendente!

Está em curso em São Paulo um troço chamado “encontro de blogueiros progressistas”. Entende-se por “blogueiros progressistas” os blogueiros petistas. A Prefeitura de São Paulo, como já informei aqui, deu R$ 50 mil para o evento.

Adivinhem quem passou por lá… Luiz Inácio Lula da Silva, o Apedeuta da democracia. Falou por uma hora e oito minutos. Quem mais apanhou na sua fala perturbada, para gente perturbada, foi, claro, “a mídia”.

“Mídia”, na boca deles, é o que comumente se entende por jornalismo, e jornalismo é, na boca deles,  propaganda, que é o que fazem os blogueiros petistas, boa parte deles financiada por propaganda do governo federal e por estatais.

Adivinhem quem foi saudado logo no discurso inicial… Sim, este humilíssimo blogueiro. Um dos chefões do evento, ao ver chegar o prefeito Fernando Haddad — o que só prova quão progressistas eles são —, não teve dúvida: “O Reinaldo Azevedo criticou o patrocínio da Prefeitura; se o Reinaldo Azevedo criticou, então o senhor está no caminho certo”. Não sei se as palavras foram assim educadinhas, mas o sentido foi esse. Foi aplaudido.

Viram só? Virei, para eles, referencial às avessas do que é certo. Que graça! Se eu jurar que a Lei da Gravidade existe, eles vão jurar que não! Se eu sustentar que dois mais dois são quatro, eles dirão que isso é coisa da mídia golpista.

Vira-lata
Huuumm… Será que Emir Sader estava lá, aquele que chamou os sem-teto de “vira-latas”. Ele tem um blog ou algo assim. E é, sem dúvida, “progressista”. Sua característica mais petista é “hortografia”. Dia desses, escreveu um texto sobre a “expoliação”. Um gênio da raça. Também é ele “marxista” da linha “grouchista”. Um gênio. Tentou ser ministro da Cultura. Lula pediu que ele estudasse gramática primeiro.

Brasileiro tem de andar “de a pé”
Meu pai, que já morreu, tinha um conselho para que as pessoas mantivessem a boa saúde: “Andar de a pé”. Sim, ele gostava desse encontro muito particular de preposições.

Lula decidiu aderir à escola do Rubão. Falando sobre as obras de mobilidade, ou a falta delas, o Babalorixá de Banânia afirmou que é “babaquice” chegar de metrô dentro do estádio e que o brasileiro não tem problema de andar a pé até os estádios.

É, Rubão diria “de a pé”. Mas não foi presidente da República nem chefão de partido. Trocava mola de caminhão.

Por Reinaldo Azevedo

 

Protestos contra a Copa são inexpressivos e violentos; o risco maior para Dilma não é a violência, mas a apatia

Os protestos contra a Copa do Mundo se misturaram, em algumas capitais, notadamente São Paulo e Rio, a manifestações de categorias profissionais em greve. País afora, com boa vontade, devem ter reunido umas 20 mil pessoas— 15 mil delas em São Paulo, entre professores da rede municipal em greve, sem-teto e a turma do protesto propriamente. Pois é… Só na pequena Macapá, 20 mil pessoas foram ao Marco Zero do Equador para receber a taça do mundial, que já percorreu, desde 2013, 150 mil quilômetros, em 90 países. Em junho, chega a São Paulo. Assim, a capital do Amapá pode ter reunido mais gente para ver a taça do que o Brasil inteiro para se opor a isso ou àquilo.

Nesse estrito sentido, é claro que o tal “dia internacional de protesto contra a Copa” foi um fiasco. Houve manifestações violentas no Rio e em São Paulo, onde agências bancárias foram depredadas, e uma revendedora de automóveis, inclusive os veículos, foi depredada. O repúdio à violência — ou o medo mesmo — impede a adesão de cidadãos comuns. Gente decente não acha que se deve sair quebrando tudo por aí.

O movimento contra a Copa, portanto, deu com os burros n’água. Ocorre que, desde junho, não é preciso juntar milhares de pessoas para parar uma avenida: bastam algumas dezenas. Como a Polícia Militar só age em último caso, as cidades vão ficando reféns de minorais extremistas. Em São Paulo, por exemplo, 20 black blocs foram detidos, acusados de portar coquetéis molotov e martelos. Logo serão soltos — se é que já não foram. Não há lei que possa mantê-los presos, por incrível que pareça. Ou melhor: até há, mas não será aplicada.

O Planalto comemorou as manifestações magras; tomou-as como um sinal de refluxo do movimento contra a Copa, mas está ainda ressabiado porque não está certo de que ele não possa renascer com força. Então é melhor ser discreto. A bem da verdade, nas jornadas de junho, poucos foram os protestos realmente grandes. O que incomoda desde sempre e faz o Poder Público bater cabeça é a violência. As autoridades brasileiras ainda não encontraram a resposta adequada para ela.

Clima de baixo-astral
Os maquiavéis de segunda linha do governo, saibam, nunca viram com maus olhos a violência dos extremistas. Ao contrário: em certa medida, devem considerá-la útil porque isso tira das ruas os militantes que não são profissionais. O problema do governo, no entanto, é outro. Estamos a 28 dias do início da Copa do Mundo, e não há entusiasmo nas ruas. Ao contrário: muita gente que não põe pano preto na cara nem porta coquetéis molotov está com o saco cheio dessa história e acha mesmo que, em vez de se dar a tal desperdício, o Brasil deveria é cuidar melhor de saúde e educação — o tal “padrão Fifa”.

Assim, a dificuldade maior da Soberana (na verdade, o seu temor) nem é a minoria extremista. Nessas horas, o risco é sempre a maioria silenciosa, ou, ao menos, a expressiva massa de silenciosos que pode concordar com os postulados que animam os incendiários, sem, no entanto, aderir às suas práticas. Na imaginação lulo-petista, a esta altura, os brasileiros estariam exultantes, orgulhosos, matando de inveja o Brasil de Garrastazu Médici. E, no entanto, isso não está acontecendo nem vai acontecer. É claro que todo mundo vai torcer para que no Brasil seja campeão. Mas isso nada tem a ver com o governo. E só por isso Dilma não vai discursar no jogo inaugural.

Texto publicado originalmente às 4h

Por Reinaldo Azevedo

 

Guilherme Boulos, o radical chique que é tratado como santo pela idiotia deslumbrada

Guilherme Boulos, o coxinha que decidiu brincar de revolução

Guilherme Boulos, o coxinha que decidiu brincar de revolução

Que coisa! Numa cidade de 12 milhões de habitantes, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST, espalha uns quatro mil em várias manifestações. Nesta quinta, até agora, a manifestação maior ocorreu nas imediações do Itaquerão. O chefão da turma é um sujeito chamado Guilherme Boulos. Atenção para o currículo do rapaz: é professor, formado em filosofia, com especialização em psicanálise. Vem de uma família de classe média alta. Na verdade, rica mesmo. Mas ele decidiu abraçar a causa dos sem-teto. Até aí, problema dele.

Isso, a muitos, parece irresistível. Remete a uma espécie de renúncia religiosa. É o João Pedro Stédile das cidades, para lembrar o chefão do MST, o Movimento dos Sem-Terra. Trata-se de um economista que está a muitas léguas da formação intelectual do povo que ele mobiliza.

Desde Lênin e Trotsky, dois dos líderes da revolução russa, que vinham de famílias ricas — o pai do primeiro era um burocrata do czar; o do segundo, um rico latifundiário —, esses extremistas oriundos da elite econômica assumem certa aura de santidade, de intocabilidade, como se tudo lhes fosse permitido. Afinal, pensam alguns, se eles renunciaram aos bens materiais, então não estão pensando em si mesmos e só no bem do próximo.

Acontece, leitores, que as pessoas podem ser boazinhas e equivocadas. São Francisco de Assis não foi um grande sujeito porque renunciou aos bens materiais, mas porque levou a bondade, a generosidade e a concórdia por onde quer que tenha passado. O fato de alguém decidir viver uma vida humilde não coloca ninguém acima do bem e do mal. Pode-se fazer essa escolha por uma ambição ainda maior do que a de bens materiais: a ambição de reformar o mundo nem que seja na marra, sem atentar para os prejuízos de terceiros.

Não consta que Robespierre, o maior assassino da Revolução Francesa, quisesse algo para si, pessoalmente. Ao contrário até: era inteiramente dedicado à sua causa. E, cegado por ela, respondeu pela morte de milhares, até que a sua cabeça foi cortada pelo sistema que ele mesmo inventou. Stálin não queria ser rico. Queria o poder.

Nesta quinta, Boulos deu um ultimato aos poderes públicos. Segundo disse, eles têm 28 dias para regularizar todas as invasões de sem-teto da cidade, ou ele promete transformar São Paulo num inferno, com a sua minoria de extremistas. Sim, “todas as invasões”, ele disse, inclusive a chamada “Copa do Povo”, nas imediações do Itaquerão. “Os governos federal, estadual e a prefeitura que se entendam para resolver a situação e desapropriar o terreno”, afirmou Boulos, dando de ombros para a democracia. Ele é o dono da verdade, o dono da causa, o dono da bola.

Natália Szermeta, parceira do doutor no movimento, resolveu fazer literatura ruim: “O MTST colocou em campo a seleção dos brasileiros oprimidos, dos que não se contentam com migalhas. A seleção dos opressores pode até entrar em cena, mas não vão dormir uma noite sem que a gente incomode o sono deles”.

A democracia é o regime da maioria e que tem, como um de seus pilares, a tolerância com as minorias. Em nenhum lugar está escrito que essas minorias tiranizam e dão ultimatos às maiorias. A razão é simples: onde quer que isso aconteça, o que se tem é tirania. O senhor Guilherme Boulos é um contumaz violador da lei e só não está na cadeia, se querem saber, porque é um extremista oriundo das elites, que virou herói também de setores da imprensa, apesar de suas práticas truculentas.

Ele é psicanalista? Está na hora de esse rapaz ir para o divã saber por que ele acredita tão pouco na negociação e só escolhe o caminho do confronto. Freud certamente explica.

Por Reinaldo Azevedo

 

Copa do Mundo

'Segurança pública no Brasil não é ideal', diz Aldo

Ministro afirma que 'não há motivo de pânico' às vésperas da Copa

Laryssa Borges, de Brasília
Ministro do esporte, Aldo Rebelo, faz declaração sobre segurança durante a Copa do Mundo

Ministro do esporte, Aldo Rebelo, faz declaração sobre segurança durante a Copa do Mundo (Valter Campanato/ABr)

A menos de um mês para o início da Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse nesta quinta-feira que “a segurança pública no Brasil não é ideal”, mas afirmou que “não há motivo para qualquer tipo de pânico na recepção de 3 milhões de turistas brasileiros e 600.000 turistas estrangeiros”.

A manifestação do ministro, que participou de audiência pública no Senado, ocorre em meio a sucessivos alertas de governos estrangeiros sobre ondas de violência em cidades brasileiras. Uma cartilha do governo japonês, por exemplo, recomenda que não se tente “desafiar as ordens de um assaltante, pois pode resultar em graves consequências”. O Ministério de Relações Exteriores da Bélgica sugere aos seus cidadãos que tenham sempre dinheiro na carteira caso sejam assaltados no Brasil.

“A segurança pública no Brasil não é ideal a qualquer momento, não só na Copa do Mundo. Esse é um dos problemas do país e todas as esferas de governo tem realizado um esforço grande para enfrentar esse desafio”, disse Aldo. “Em relação à Copa do Mundo, como se trata de um grande evento internacional, medidas serão adotadas, como foram adotadas na Rio+20, na Rio 92, na visita do papa.”

Para Aldo, que evitou comentar a falta de aprovação no Congresso de uma lei específica contra o vandalismo, manifestações contra a realização da Copa ou por pautas específicas, como melhores moradias ou políticas salariais, serão tratadas normalmente, com contenção de focos de violência. “O governo não tem que temer ou deixar de temer [a violência nas manifestações]. Tem que cumprir seu papel e aplicar a lei, proteger as manifestações pacíficas e coibir as manifestações violentas”, explicou.

Pânico – Aos senadores, o ministro do Esporte criticou a interpretação de que protestos às vezes são tratados “como se fosse o fim do fundo”. “Ninguém pode matar, agredir, depredar em nome das manifestações, mas manifestação pacífica é legítima e não tem por que haver preocupação com isso”, disse. Para ele, os protestos desta quinta, que reúnem sem-teto e metalúrgicos e bloqueiam partes de ruas em grandes cidades, não são necessariamente contra a Copa do Mundo, embora também haja manifestantes contrários ao evento da Fifa.

“As manifestações, pelo que vi hoje em São Paulo, trazem reivindicações da população. Não vejo como caracterizar essas manifestações como manifestações contra a Copa. Não sei por que transformar manifestações que são de reivindicações de algumas bandeiras em manifestações contra a Copa ou contra o governo”, disse o ministro.

Escolas de SP acabam com “O Dia das Mães” e institui o “Dia dos Cuidadores”. Viva o fim da família, prefeito Fernando Haddad!

Pois é, pois é… Recebi na Jovem Pan a informação de um pai indignado, morador de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Na semana passada, as instituições públicas de ensino em que seus filhos estudam deixaram de comemorar o tradicional “Dia das Mães” para celebrar o inovador “Dia de quem cuida mim”.

O jovem pai, de 27 anos, tem dois filhos matriculados na rede municipal de ensino. O mais velho, de 5 anos, é aluno da EMEI Cecília Meireles, e o mais novo, de 3 anos, do CEI Monteiro Lobato, de administração indireta.

Ele afirma que conversou com a coordenadora pedagógica da EMEI e sugeriu que fossem mantidas as datas do “Dia dos Pais” e do “Dia das Mães”, além de incorporar ao calendário esse tal “Dia de quem cuida de mim”. Ele acha que essa, sim, seria uma medida inclusiva e não preconceituosa. A resposta que recebeu dessa coordenadora pedagógica foi a seguinte: “A família tradicional não existe mais”.

Isso quer dizer que, segundo a moça, família com pai, mãe e filhos acabou. É coisa do passado.

O produtor Bob Furya foi apurar. Tudo confirmado. A assistente de direção da Escola Municipal de Ensino Infantil Cecília Meireles afirmou que a iniciativa de criar “o dia de quem cuida de mim” partiu de reuniões do Conselho Escolar, do qual participam pais e professores e de reuniões pedagógicas entre os docentes.

O pai garante que não participou de consulta nenhuma. Ele assegura, ainda, ser um pai presente. E parece ser mesmo verdade. Para a escola, o fato de se criar “o dia de quem cuida de mim” permite a crianças órfãs, criadas por parentes ou por casais homossexuais que não se sintam excluídas em datas como o “Dia das Mães” ou o “Dia dos Pais”. Para esse pai, no entanto, trata-se do desrespeito à “instituição da família”.

Em nota, afirma a Secretaria de Educação: “Hoje em dia, a família é composta por diferentes núcleos de convívio e, por isso, algumas escolas da Rede Municipal de Ensino decidiram transformar o tradicional Dia dos Pais e das Mães no Dia de quem cuida de mim.”

Não dá! Você que me lê. Pegue o registro de nascimento do seu filho. Ele tem pai? Ele tem mãe? Ou ele tem, agora, cuidadores?

Qual é a função da escola? É aproximar os pais, não afastá-los. O que é? A escola pública vai agora decretar a extinção do pai? A extinção da mãe? A democracia prevê o respeito às minorias. Querem integrar os pais homossexuais? Muito bem! Os avôs? Muito bem! Extinguir, no entanto, a figura do pai e da mãe, transformando-os em cuidadores é uma ideia moralmente criminosa.

Nessas horas, sei bem o que dizem: “Ah, lá estão os conservadores…”. Não se trata de conservadorismo ou de progressismo. Todo mundo sabe que boa parte das tragédias sociais e individuais tem origem em famílias desestruturadas.

Uma pergunta: declarar o fim da família tradicional é o novo objetivo da gestão de Fernando Haddad?

Por Reinaldo Azevedo

 

Boçalidades do grupo “As P… Aborteiras” derrubam dois na TV Educativa do RS. E os chefões? Vão continuar?

Pois é… A TV Educativa do Rio Grande do Sul, como sabem, levou ao ar uma atração e tanto: um grupo de moças do anarcofunk intitulado “As Putinhas Aborteiras”. Apresentaram duas músicas. Escrevi a respeito. Uma das, digamos, músicas tinha versos eloquentes como:
“Ei, papa, levante o seu vestido/
quem sabe aí embaixo não está o Amarildo?”

Ou
“Sou anarquista doida, pichadora e ‘vida loca’/
Não vem com moralismo, tu não vai calar minha boca/
Vem vandalizar, deixa de ser bundão/
Se rola prejuízo, é na conta do patrão”

Pois é… Publiquei o vídeo aqui e foi um escarcéu danado. Por bons motivos, é claro! A TVE tomou uma medida: demitiu dois funcionários de confiança que trabalhavam na emissora e que foram responsáveis por botar o vídeo no Youtube. Leio no “Zero Hora” que Pedro Osório, presidente da Fundação Cultural Piratini, justifica: “Eu acho que esse tipo de conteúdo não poderia ter subido pela inadequação da linguagem e exposição a crianças. Inclusive tiramos o vídeos do ar.”

Então vão para a rua os funcionários que lançaram o vídeo no Youtube, mas permanecem os que tomaram a decisão de levar o grupo à TVE? E o próprio Pedro Osório? Vai ficar por lá? Nem vai se demitir nem ser demitido?

A TVE do Rio Grande do Sul, aliás, tem mesmo uma gestão sui generis. Sabem quem Tarso Genro escolheu para ser gerente administrativo? O petista José Mariano da Silva Mello. “E daí?”, pergunta-se o leitor.

Daí que esse sujeito foi exonerado do Ministério do Meio Ambiente “por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem (…)”. Vejam documento da pasta.

Destituição Meio Ambiente

Abaixo, vocês veem o nome do sujeito no Portal da Transparência do governo federal. Como se percebe, o vídeo daquelas infelizes parece ser o menor dos problemas da TVE.

destituição Meio Ambiente II

Por Reinaldo Azevedo

 

CPI governista convoca dirigentes da Petrobras e já blinda Lula

Por Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto no próximo post.
Na primeira reunião de trabalho, a CPI da Petrobras no Senado aprovou nesta quarta-feira pedidos para que sejam ouvidas 35 autoridades, entre elas a atual presidente da estatal, Graça Foster, o ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli e o ex-diretor da Área Internacional da companhia, Nestor Cerveró. Formada por ampla maioria governista, a comissão barrou a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os primeiros depoimentos começarão na próxima semana, quando serão ouvidos Graça Foster, na terça-feira, e Gabrielli, na quinta.

O pedido para que Lula fosse ouvido foi feito pelo único representante da oposição na CPI, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO). “O mandatário de tudo era o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que deveria saber de tudo o que estava acontecendo, por isso acho que o depoimento do ex-presidente é muito importante”, disse o tucano.

A “tropa de choque” governista, porém, reagiu. Dois ex-ministros de Lula, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e José Pimentel (PT-CE), relator da CPI, integram o colegiado. “Convocar o ex-presidente Lula não tem nenhuma relação com o que estamos investigando”, disse Pimentel. “Em nenhum momento o nome do ex-presidente Lula foi citado como tendo relação direta ou indireta com esses fatos [sobre a Petrobras]. Não há qualquer conexão em chamá-lo”, completou Costa.

Os governistas também aproveitaram sua maioria para abrir um foco de investigação sobre a refinaria Abreu e Lima, no porto pernambucano de Suape, cuja investigação pode atingir o ex-governador Eduardo Campos (PSB), futuro adversário de Dilma Rousseff nas eleições. Em mais uma sinalização política de que os trabalhos da CPI devem respingar nas candidaturas dos adversários de Lula em outubro, o relator José Pimentel listou, em seu plano de trabalho, investigações sobre o naufrágio da plataforma P-36, da Petrobras, em 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Foram aprovados, por exemplo, requerimentos para que documentos sobre o acidente sejam enviados à CPI e para que seja ouvido diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na época, David Zylbersztajn.

Roteiro
Em uma tentativa de blindar investigações mais profundas, o relator da CPI, José Pimentel, apresentou previamente uma lista de perguntas que quer ver respondida pelos futuros depoentes. Com isso, é grande a possibilidade de construção de discursos casados para defender a Petrobras e minimizar evidências de má gestão e corrupção na empresa.

Dos treze titulares, apenas três cadeiras pertencem à oposição e, ainda assim, somente o tucano Cyro Miranda aceitou fazer parte da comissão por enquanto. Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) se recusaram a participar da CPI do Senado.

Com apenas três das treze cadeiras na comissão do Senado, a oposição ainda tenta emplacar uma CPI mista, com deputados e senadores, também destinada a apurar irregularidades na estatal petroleira. A avaliação é que, como na Câmara a base da presidente Dilma Rousseff é mais instável, o governo teria mais dificuldade em tutelar a comissão. PSDB e DEM chegaram a se recusar a indicar membros para a CPI do Senado, o que levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a escolher pessoalmente ontem os representantes da oposição.

Ao longo de 180 dias, caberá à CPI apurar irregularidades envolvendo a Petrobras ocorridas entre 2005 e 2014, a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, além de suspeitas de lançamento de plataformas inacabadas, pagamento de propina a funcionários da petrolífera e indícios de superfaturamento em obras.

Além das oitivas de autoridades, a CPI aprovou nesta quarta pedidos de cópias de documentos sobre transações da Petrobras envolvendo a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e o compartilhamento de informações em poder do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), além de diligências para visitas a plataformas da Petrobras e a refinarias administradas pela estatal.

Por Reinaldo Azevedo

 

O PT desmoraliza a CPI com método. Ou: Só bola levantada na rede!

Os petistas se organizaram para desmoralizar as CPIs. Mas não se trata de uma desmoralização qualquer: eles pretendem fazê-lo com método. Afinal, todos por ali seguem a máxima de seu moralista-mor, Luiz Inácio Lula da Silva, que já repetiu o lendário político pernambucano Agamenon Magalhães, que morreu em 1952, segundo quem “em política, feio é perder”. O chefão petista poderia repetir ainda outra máxima de seu compatriota: “Ao diabo o poder que não pode”. Ora, se, em política, feio é perder, então tudo e qualquer coisa são permitidos para… ganhar, certo? A política se torna o terreno privilegiado do amoralismo.

A CPI da Petrobras do Senado foi instalada e já fez as suas primeiras convocações. À primeira vista, seria uma coisa pra valer. Aprovou-se a convocação de 35 nomes. Entre eles, estão Graça Foster, José Sérgio Gabrielli e Nestor Cerveró, o tal então diretor que fez o resumo executivo e omitiu as cláusulas Marlim e Put Option na operação de compra dos primeiros 50% da refinaria de Pasadena.

Ocorre que é tudo de mentirinha. Os governistas já escreveram o roteiro. Eles decidiram que vão fazer inveja a Marcelinho, o levantador do vôlei, nos seus momentos mais gloriosos: tome bola na rede, rendondíssima, para a turma cortar. Das 13 cadeiras, apenas 3 cabem à oposição. Como o PSDB e o DEM se negaram a fazer a indicação porque querem a CPI Mista, Renan escolheu os três oposicionistas. Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) recusaram o lugar. Cyro Miranda (PSDB-GO) decidiu participar, o que me parece um erro flagrante. Ele propôs, por exemplo, a convocação de Lula, que foi, claro!, rejeitada.

Essa maioria esmagadora serviu ainda para ampliar o escopo da CPI, abrindo uma investigação sobre o repasse de recursos federais para a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A acusação de fundo é que gente do governo Campos desviou recursos da obra. A coisa não para por aí: senadores teleguiados pelo Planalto se preparam para “investigar” o naufrágio da plataforma P-36, da Petrobras, ocorrido em 2001, durante o governo FHC. Entre os convocados, ninguém menos do que o então diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, ex-genro de FHC.

Notem bem: a coisa aconteceu há 13 anos. O PT está no poder há quase 12. E só agora decidiu levar a questão para a CPI. Para investigar? Não! Só para tentar encurralar a oposição. Afinal, se o roteiro com Gabrielli e Graça Foster será suave, tudo conforme o combinado, a agressividade será reservada a Zylbersztajn e a eventuais pessoas ligadas a Eduardo Campos. De resto, pergunte-se: o que uma agência reguladora tem a ver com o afundamento de uma plataforma. A resposta óbvia é “Nada!”.

A CPI do Senado é um mal disfarçado pelotão de fuzilamento mirando suas armas para a oposição. Não sei o que o senador Cyro Miranda faz lá. Sua presença, em certa medida, só coonesta a farsa.

Texto publicado originalmente às 22h07 desta quarta

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, no andar da carruagem a seleção brasileira vai ser HEXA! Sim, pois, segundo a regra, só quando um time se apresenta no gramado, o ausente perde o jogo.

    Com este clima, duvido que as Confederações dos países liberem suas seleções para vir jogar no Brasil.

    Uma frase que sintetiza o momento, escrito pelo divino Dante: “Lasciate agna aperanza voi che entrate!” – Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno!

    ....”E VAMOS EM FRENTE “ ! ! !....

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