Com feriado nos EUA, Chicago e NY não operam nesta 2ª feira

Publicado em 26/05/2014 07:39 e atualizado em 26/05/2014 09:53

Nesta segunda-feira (26) comemora-se o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos. Assim, as Bolsas de Chicago e de Nova York não operam hoje. Os negócios serão retomados nesta teça-feira, 27 de maio. Assim, as cotações das duas bolsas referem-se, portanto, ao fechamento da última sexta-feira (23). 

Abaixo, confira como foi o fechamento da última semana tanto para a soja e o milho, em Chicago, quanto para o café em Nova York. 

Mercado da Soja

Preços da soja sobem no Brasil com semana forte em Chicago

O mercado da soja fechou a sessão regular desta sexta-feira (23) com ligeira queda na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa recuaram diante de uma semana de forte e expressivo avanço e depois de alcançarem, na última quinta-feira (22), os melhores patamares em 11 meses. A posição mais negociada nesse momento, o vencimento julho/14, terminou o dia com baixa de 3,25 pontos e cotado a US$ 15,15 por bushel. 

"Essa alta da semana confirma a existência de uma solidez na demanda pelo produto norte-americano, com bastante força nesses últimos dias. Vendas novas, a China voltou a comprar e as notícias de washouts pararam de acontecer. Essa é a questão central para a safra velha. Temos um mercado muito sólido e ele não tem espaço para baixar muito porque a demanda já reativa e puxa os preços, novamente para cima, reforçando a tendência de alta para os preços pelo menos até agosto", explicou Flávio França, consultor em agronegócio. 

A base de suporte para os preços da soja, portanto, segue sem alterações. O quadro fundamental ainda é bastante conhecido, porém, já conhecido pelo mercado e pelos investidores. Há uma latente força da demanda ainda presente entre os negócios frente à uma oferta bastante restrita nos Estados Unidos. Os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seus números de exportações semanais indicando uma situação de ajuste não só para a soja em grão, como também para farelo e óleo. 

Além disso, o volume de negócios em Chicago é menor nesta sexta-feira. Na segunda (26), é feriado nos Estados Unidos, as bolsas não operam e, com o final de semana prolongado pela frente, os investidores optam por se manter mais na defensiva, à espera das novidades que o mercado receberá no início da próxima semana. 

Paralelamente, confirmando essa continuidade da boa demanda mundial por soja, o USDA anunciou a venda de 120 mil toneladas para a China e mais 210 mil para destinos desconhecidos. Ambos os volumes serão entregues na safra 2014/15. 

Apesar disso, no médio e longo prazo, as atenções do mercado já começam a se voltar para o desenvolvimento da nova safra de grãos dos Estados Unidos. Até o último domingo, ainda de acordo com o departamento norte-americano, 33% da área de soja já estava plantada. O número ficou ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 38%. 

"Essa semana se mostrou favorável ao plantio da nova safra norte-americana. O plantio vai muito bem, as condições das lavouras são boas e, por isso, o spread entre os vencimentos julho/14 e novembro/14 voltou a aumentar, passando a ocupar a casa dos US$ 2,50 por bushel", explicou França. 

Comercialização e Mercado Interno

Atualmente, já há, aproximadamente, cerca de 70% da safra brasileira 2013/14 vendida. Para os demais 30%, a orientação do consultor é de que o mercado se mantenha bastante atento ao andamento dos negócios, justamente por conta dessa firme tendência de alta para as cotações praticadas em Chicago. 

"Os preços essa semana voltaram a subir bem essa semana e nós tivemos um grande volume de negócios. O produtor aproveitou essa nova puxada dos preços externos, entrou no mercado e houve muita venda. Os preços melhoraram entre R$ 1,50 e R$ 2,00 em relação à semana passada e nós tivemos uma boa participação dos produtores", completou França. 

Segundo um levantamento da consultoria Safras & Mercado, entre os dias 15 e 22 de maio, o preço da saca da soja em Passo Fundo/RS subiu de R$ 68,00 para R$ 69,00; em Cascavel/PR, de R$ 67,00 para R$ 68,00; em Rondonópolis/MT, de R$ 60,50 para R$ 62,00; em Dourados/MS, de R$ 61,50 para R$ 63,00 e em Rio Verde, de R$ 62,00 para R$ 64,00. 

Nos portos brasileiros, os preços também subiram consideravelmente e, em Paranaguá, a saca de soja chegou a bater nos R$ 74,00, registrando um dos melhores momentos da temporada. 

Mercado do Milho

Milho: Demanda firme garante mais um dia de alta em Chicago

Por Fernanda Custódio

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a semana com ligeiras altas. Durante todo o pregão, as principais posições da commodity conseguiram se sustentar do lado positivo da tabela e encerraram o dia com ganhos entre 1,25 e 2,00 pontos. O vencimento julho/14 subiu 0,3%, para US$ 4,78 por bushel. Desde o início do mês de maio, o contrato caiu 8,1%. 

De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, com os preços mais baixos, depois das quedas recentes, os compradores retornaram ao mercado. "Ainda assim, consideramos que a sessão de hoje foi mais calma, uma vez que na segunda-feira (26) é feriado nos EUA, devido ao Memorial Day e as bolsas não irão operar", explica.

E a demanda pelo produto norte-americano permanece firme. "As vendas para exportação do cereal dos EUA continuam firmes, assim como, a utilização do etanol", afirma a analista. Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas do cereal norte-americano referente à safra 2013/14 em 507,90 mil toneladas até o dia 15 de maio. Volume superior ao divulgado na última semana, de 343 mil toneladas.

Por outro lado, as previsões climáticas apontam para chuvas em áreas de produção de milho nos EUA, a partir de domingo. Apesar das previsões, a analista destaca que a situação, se confirmada, não deverá comprometer o término da semeadura do grão no país.

Ainda de acordo com o último boletim de acompanhamento de safras do USDA, o plantio estava completo em 73% da área projetada para  safra 2013/14 até o dia 19 de maio. O percentual está próximo da média dos últimos cinco anos, de 76%.

"Temos que ressaltar que os produtores norte-americanos tem capacidade de plantar grande extensão de área em curto espaço de tempo. E ainda é cedo para confirmar uma produção recorde nos EUA. Em anos de El Niño, a tendência é de boa produção, mas temos que esperar a safra se consolidar", acredita Ana Luiza. 

Mercado interno

Diante da proximidade da colheita da safrinha e o aumento da oferta da colheita da safra de verão, os preços do milho recuaram no mercado interno. Consequentemente, as vendas também estão mais lentas, já que os produtores aguardam cotações melhores.“De um lado os produtores estão capitalizados e esperam por melhores preços, já do outro lado da cadeia, os compradores adquirem o produto de maneira mais lenta, pois acreditam em uma grande produção de milho”, diz a analista.

Na região de Goioerê (PR), as cotações baixaram de R$ 24,00 para R$ 20,00. De acordo com levantamento realizado pela agência Safras & Mercado, nesta quinta-feira, o produto foi negociado entre R$27,00 e R$ 28,00 no Porto de Paranaguá, já em Santos o valor ficou entre R$ 28,00 e R$ 28,50. 

Na região da Mogiana (SP), as cotações ficaram entre R$ 25,00 e R$ 25,50, em Erechim (RS), o valor foi de R$ 25,50 e R$ 26,00. E em Uberlândia (MG), o preço registrado ficou entre R4 24,00 e R$ 24,50. 

Já as exportações brasileiras deverão somar 20 milhões de toneladas nesta safra e a expectativa para o consumo interno é de 54 milhões de toneladas. “Frente a esse cenário teremos um balanço entre oferta e demanda ainda favorável e os preços deverão ficar acima dos registrados no ano passado, porém mais acomodados”, destaca Ana Luiza.

Ainda assim, as exportações mais firmes, a partir do segundo semestre, o mercado deverá estimular a queda de braço entre a demanda externa e interna e deve ocasionar boas oportunidades de comercialização aos produtores brasileiros. Já em relação ao acordo firmado entre Brasil e China, a analista ressalta que as importações do país deverão ganhar força a partir dos próximos anos. 

Mercado do Café

Café arábica fecha com poucos ganhos em NY, com informações baixistas

Por Fernanda Bellei

Apesar do fechamento positivo da sessão de hoje (23), a semana foi negativa para o mercado do café arábica na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Informações baixistas, como as previsões divulgadas pelo USDA que apontam aumento de safra em alguns países da América Latina, e o anúncio de venda de quase 400 mil sacas dos estoques públicos de café, podem ter influenciado o desempenho ruim da commodity. 

O vencimento julho ganhou 55 pontos e fechou em 181,90 centavos de dólar por libra-peso. O contrato para entrega em setembro encerrou em 184,25 cents; o vencimento dezembro subiu 50 pontos e encerrou em 187,50 cents / libra-peso. 

De acordo com informações do Escritório Carvalhaes, os contratos com vencimento em julho acumularam perda de 315 pontos na semana.

Produtores criticam venda de estoques 
A resolução do governo federal de colocar até 397 mil sacas de café dos estoques públicos à venda, publicada ontem (21) no Diário Oficial da União, já está mobilizando alguns representantes do setor que vêem a ação como negativa para os preços. 

O presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, Fernando Barbosa, defende que este é um momento crítico para o governo vender os estoques. “O governo não pode dispor dos estoques justo na hora da colheita do arábica”. 

Barbosa afirma que o volume a ser vendido – quase 400 mil sacas – pode parecer pequeno em relação à produção do país, mas ele representa a produção de alguns municípios. “Nova Resende, cidade de mais de 2.000 cooperados, deve colher 400 mil sacas este ano... Só a forma de posicionar as vendas já deixa o mercado nervoso”. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que a safra colombiana deverá alcançar 11,9 milhões de sacas em 2014/15, representando elevação de 10,2% sobre o período anterior. As informações podem ter exercido pressão baixista no mercado.  

Mercado climático
A Somar Meteorologia prevê a aproximação de uma frente fria em algumas regiões produtoras de Minas Gerais nesta semana, com possibilidade de chuvas. 

Com a chegada do frio, aumenta as chances de geadas e incidência de doenças como a phoma, que pode reduzir ainda mais a safra brasileira de café. “Estamos indo para fase de lua nova e, geralmente, no início desta fase esfria muito, se acaso tiver chuvas, possivelmente esfriara mais ainda”.

Fernando Barbosa diz ainda que as previsões continuam pessimistas para o tamanho da safra, já que o café das primeiras colheitas está bastante comprometido. “Os cafés noviços estão tendo uma quebra bem além do esperado... Alguns produtores estão colhendo até 60% de café bóia”.

Vendas desaceleradas
As negociações de café ficaram lentas esta semana. De acordo com o corretor Fabiano Teixeira Odebrechet, existe uma resistência por parte dos cafeicultores em vender o café por preços baixos. “Estamos encontrando café no mercado, mas têm saído poucos negócios”. Fabiano diz ainda que o início da colheita no país também pressiona os preços.  

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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