Na FOLHA: Pesquisas pré-campanha indicam desejo de mudança nos Estados

Publicado em 07/07/2014 02:26
por PATRÍCIA BRITTO, DE SÃO PAULO

As pesquisas de intenção de votos para governador indicam, por ora, um desejo de mudança nos Estados. Dos 20 candidatos que lideram as disputas, 14 representam um grupo político diferente daquele que está no poder.

Esse cenário, registrado antes do início oficial da campanha, foi reforçado pelas rupturas causadas nos Estados depois que o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, decidiu disputar a Presidência.

Em 5 dos 14 Estados onde há essa tendência de mudança, os líderes nas pesquisas eram aliados de um governador eleito em 2010 pelo PSB, mas agora estão em lados diferentes na disputa.

São eles:

CE, onde Eunício (PMDB) rompeu com Cid Gomes (PROS, eleito pelo PSB)

PE, onde Armando Monteiro Neto (PTB) rompeu com Campos (PSB)

ES, onde Paulo Hartung (PMDB) rompeu com Renato Casagrande (PSB)

PB, onde Cássio Cunha Lima (PSDB) rompeu com Ricardo Coutinho (PSB)

MS, onde Wellington Dias (PT) rompeu com Wilson Martins (PSB)

Ao lado do presidenciável Aécio Neves (PSDB), os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao centro, e Wellington Dias (PT-PI); o peemedebista e o petista lideram as pesquisas aos governos de seus Estados Foto de Pedro Ladeira - 23.10.2013/Folhapress

Ao lado do presidenciável Aécio Neves (PSDB), os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao centro, e Wellington Dias (PT-PI); o peemedebista e o petista lideram as pesquisas aos governos de seus Estados
Foto de Pedro Ladeira – 23.10.2013/Folhapress

O blog levantou as pesquisas mais recentes sobre as disputas estaduais. Elas foram realizadas entre março e junho, antes do prazo final para registro das candidaturas (5 de julho). Por isso, há algumas diferenças entre os candidatos testados nas pesquisas e os que realmente serão candidatos em outubro.

Em cinco Estados, há empate técnico entre os nomes que lideram: Acre, Pará, Rio, Rondônia e Sergipe. Ainda não foram divulgadas pesquisas do Amapá e de Roraima.

Veja quais são os 20 candidatos a governador que lideram as pesquisas:

AL: Renan Filho (PMDB)
AM: Eduardo Braga (PMDB)
BA: Paulo Souto (DEM)
CE: Eunício Oliveira (PMDB)
DF: José Roberto Arruda (PR)
ES: Paulo Hartung (PMDB)
GO: Marconi Perillo (PSDB)
MA: Flávio Dino (PC do B)
MG: Fernando Pimentel (PT)
MS: Delcídio Amaral (PT)
MT: Pedro Taques (PDT)
PB: Cássio Cunha Lima (PSDB)
PE: Armando Monteiro Neto (PTB)
PI: Wellington Dias (PI)
PR: Beto Richa (PSDB)
RN: Henrique Eduardo Alves (PMDB)
RS: Ana Amélia Lemos (PP)
SC: Raimundo Colombo (PSD)
SP: Geraldo Alckmin (PSDB)
TO: Marcelo Miranda (PMDB)

Campanha à Presidência começa com críticas a Dilma e ao PT

Em SP, Aécio acusou gestão petista de tentar tirar proveito político da Copa. Em Brasília, Campos disse que o PT deveria reconhecer que sua gestão fracassou; Dilma apenas lançou site

 

A campanha eleitoral de 2014 começou oficialmente no domingo (6) com ataques dos principais adversários de Dilma Rousseff (PT) à sua candidatura à reeleição e ao PT.

Em segundo lugar no Datafolha, com 20%, o tucano Aécio Neves criticou o uso político da Copa do Mundo pelo governo petista, ainda que sem citá-lo diretamente.

Eduardo Campos, que larga em terceiro, com 9%, afirmou que o PT, partido ao qual era aliado até o ano passado, deveria ter a "humildade" de dizer que fracassou.

A campanha do PSDB foi deflagrada em São Paulo, onde Aécio visitou uma feira sobre a cultura japonesa.

Acompanhado do governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), do candidato tucano ao Senado José Serra e da cúpula do PSDB paulista, Aécio disse que pretende reverter a vantagem de Dilma, hoje com 38%, explorando o sentimento dos que "estão cansados do que está aí".

"Alguns acham que podem confundir Copa do Mundo com eleição. Não, o brasileiro está suficientemente maduro para perceber que são coisas diferentes. Falo isso porque vejo uma tentativa de uma certa apropriação desses eventos para o campo político", afirmou.

Pesquisa Datafolha mostrou que o orgulho com a realização do Mundial saltou de 45% para 60%. De carona nisso, as intenções de voto em Dilma avançaram de 34% para 38%. Em discursos recentes, a petista tem exaltado o orgulho em relação à Copa e criticado os "pessimistas" que, segundo ela, "anunciavam o caos".

Neste domingo (6), ao contrário de seus principais adversários, Dilma não foi para a rua, mas inaugurou sua página na internet dedicada à reeleição.

A petista gravou um vídeo para comemorar a estreia do portal no qual apresenta-se como a presidente que "ajudou a criar o primeiro Marco Civil da Internet". Um dos canais de comunicação do site é o Dilma "Rousselfie", espaço para internautas enviarem "selfies" tiradas com ela.

FAVELA

Já Eduardo Campos deu início à campanha em Sol Nascente, comunidade próxima à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, que disputa com a Rocinha, no Rio, o título de maior favela da América Latina. Ao lado da vice, Marina Silva, concedeu uma entrevista a jornalistas sobre um amontoado de lixo na via central do bairro.

"Não se pode admitir que, a 35 quilômetros do Palácio do Planalto, em um Estado governado pelo mesmo partido [que o governo federal], você ande em uma comunidade que sequer tem o lixo retirado das ruas. Não deveriam nem disputar a eleição, deveriam ter a humildade de dizer que fracassaram", disse Campos, referindo-se ao PT.

O pernambucano era aliado de Dilma e seu partido, o PSB, tinha cargos no governo do PT até setembro. Ele também apoiou os oito anos da gestão do ex-presidente Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia.

Apesar de este domingo (6) marcar o início oficial da campanha que definirá o 41º presidente da República --ou a reafirmação da 40ª, no caso de reeleição de Dilma--, nos bastidores os candidatos consideram agosto como o início real da disputa.

No dia 19 do mês que vem, começa o horário eleitoral gratuito, que reservará aos presidenciáveis dois blocos diários de 25 minutos, três vezes por semana, além de propagandas diárias nas emissoras de rádio e TV. Dilma ficará com 46% desse espaço, Aécio terá 18,7% e Campos, 8,5%.

As campanhas podem desde este domingo organizar comícios, carreatas, usar carros de som e fazer a distribuição de santinhos e panfletos. Também podem começar a, oficialmente, arrecadar dinheiro para a corrida eleitoral.

Juros de empréstimos para obras de estádios da Copa pagariam dois Itaquerões

Valor, de R$ 2,4 bi, está incluso nos R$ 6,7 bi a serem quitados por Estados, empresas e clubes

Fatura será cobrada por bancos públicos e fundo de desenvolvimento; parcela do Corinthians será de R$ 4,8 mi ao mês

DIMMI AMORADE BRASÍLIA

Assim que o apito final soar no Maracanã no próximo domingo (13), a maior parte da fatura da Copa começa a ser cobrada de Estados, empresas e clubes de futebol que se endividaram para construir ou reformar os estádios usados durante o Mundial.

O carnê é caro. Para garantir arenas com o padrão Fifa, os responsáveis pelas obras pegaram emprestados R$ 4,3 bilhões de bancos públicos e de um fundo de desenvolvimento regional.

O valor total do financiamento chegará a R$ 6,7 bilhões, considerando os juros que serão cobrados nos próximos 13 anos.

A estimativa de gastos com juros --R$ 2,4 bilhões-- foi feita a pedido da Folha por Jorge Augustowski, diretor-executivo de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), com base na cópia dos contratos disponíveis na página da Transparência do governo federal na internet.

Com esse dinheiro, seria possível construir duas arenas como o Itaquerão.

Dos 12 estádios usados durante o torneio, 11 tiveram suas obras bancadas, em parte, com o dinheiro emprestado pelos bancos. Apenas o Mané Garrincha, o mais caro (R$ 1,4 bilhão), foi erguido usando somente recursos do caixa do Distrito Federal.

No total, os 11 estádios custaram R$ 7,1 bilhões. Nessa conta está incluído o custo dos juros de quatro arenas.

O dinheiro dos primeiros empréstimos começou a ser liberado em 2011. Como os contratos previam carência de dois a três anos (prazo para o início do pagamento), as prestações só começaram a ser cobradas neste ano.

Para os que bateram na porta dos bancos mais tarde --como Corinthians, Internacional e Atlético Paranaense--, a conta só começará a ser cobrada em 2015.

E ela não será barata. A primeira parcela do Corinthians terá de ser quitada em junho do ano que vem. O valor é estimado em R$ 4,8 milhões. Se a taxa de juros não mudar, o clube pagará o valor até o fim do contrato, de 155 meses.

Apesar da conta salgada, o governo federal destaca que as obras geraram empregos e garantiram a realização de um evento que trouxe dividendos para a economia.

Segundo o Ministério do Esporte, a construção e a reforma das arenas geraram 50 mil empregos diretos. A projeção de renda que será adicionada à economia brasileira com a Copa é de R$ 30 bilhões.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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