Na FOLHA: Aécio diz que PSDB nunca esteve tão perto de vencer

Publicado em 18/07/2014 08:54

Na noite da última quarta (16), o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, reuniu a bancada de deputados e senadores de seu partido num jantar em que cobrou empenho pessoal dos aliados em sua campanha.

Em tom motivacional, chegou a dizer que "na história recente do PSDB nunca estivemos tão perto de ganhar" o Palácio do Planalto.

A reunião foi a última cartada do mineiro para mobilizar a tropa do Congresso antes de iniciar sua maratona de viagens. Entre os 46 deputados do PSDB, três serão candidatos a governador e três figuram como vice em chapas de seus estados. Há ainda dois que concorrerão a suplente de senador.

O encontro com os cerca de 40 congressistas ocorreu na casa de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.

Aécio fez questão de entregar pessoalmente aos parlamentares os primeiros materiais oficiais de divulgação de sua campanha, como adesivos de carros e broches.

Segundo cinco fontes ouvidas pela Folha, o senador fez uma longa reflexão sobre o panorama político.

Disse que chega à corrida presidencial com uma vantagem que os últimos dois candidatos do PSDB –Geraldo Alckmin e José Serra– não tiveram: o clima de descontentamento com o atual governo petista. E afirmou que, pela primeira vez, há união entre os líderes da sigla.

Ainda assim, a cúpula da campanha destacou que o empenho das bases da sigla no primeiro turno é fundamental porque a presidente Dilma Rousseff (PT) tem quase três vezes o tempo de propaganda de Aécio. 

Economia esfria mais e preocupa Dilma

Equipe econômica já tinha cenário de queda na atividade, mas acreditava que efeitos mais negativos ainda tardariam

Mercado de trabalho volta a piorar, mas governo acredita que efeitos não serão fortes antes de setembro

VALDO CRUZ EDUARDO CUCOLODE BRASÍLIA

A safra de dados econômicos negativos divulgados nesta quinta-feira (17) gerou preocupação no governo Dilma. A equipe econômica já trabalhava com uma queda no crescimento da economia, mas avaliava que os efeitos mais negativos seriam sentidos depois de setembro.

Mas os sinais foram os de que a redução no ritmo da economia pode estar mais acentuada do que o esperado nos meses que antecedem as eleições deste ano.

Agora, a ordem é monitorar os próximos meses.

Nesta quinta, foram divulgados três dados preocupantes, reforçando previsões de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 crescerá apenas um pouco acima de 1%, ante os 2,5% do ano passado.

Primeiro, o indicador de atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) registrou em maio o pior desempenho dos cinco primeiros meses do ano, uma retração de 0,18% na comparação com abril. A queda foi puxada pelo fraco desempenho da indústria e do comércio.

Em segundo, o Ministério do Trabalho informou que a criação de empregos formais foi a menor para um mês de junho desde 1998 --foram geradas 25.363 vagas. No primeiro semestre, foram 588.671 novos postos com carteira assinada, menor saldo para esse período do ano desde 2008 (397.936 vagas).

Por fim, o setor de serviços, segundo dados do IBGE, registrou em maio a segunda menor taxa de crescimento na série do instituto.

Sem descontar a inflação, o faturamento cresceu 6,6% na comparação com maio de 2013, maior apenas do que os 6,2% de abril. Considerando a inflação em 12 meses, o avanço foi quase nulo.

A expectativa é que a Copa tenha impulsionado o setor em junho e julho. O problema é que a indústria tende a piorar no período exatamente por causa do torneio.

Analistas avaliam que a economia possa esfriar ainda mais em junho. A consultoria LCA espera queda de 1,5% em relação a maio no indicador do BC. A consultoria Rosenberg também afirma ser provável recuo próximo de 1%.

Na avaliação de assessores presidenciais, o ponto mais fraco da candidata Dilma Rousseff é o desempenho da economia, daí o temor com uma maior deterioração.

Na inflação, há um certo alívio, com o recuo dos preços de alimentos nos últimos meses, que será sentido pelo eleitor e deve influenciar no seu humor. O problema está no ritmo da economia, que está sendo afetado pela baixa confiança de empresários e consumidores.

O governo ainda aposta que a piora no mercado de trabalho não será tão forte antes de setembro, reduzindo eventuais impactos negativos para a presidente.

A dúvida é sobre a conta negativa do pós-Copa. A indústria seguirá demitindo, mas ainda não é possível avaliar como serão as demissões de trabalhadores temporários contratados para o torneio.

O ritmo fraco da economia foi determinante para que na quarta (16) o BC mantivesse inalterada a taxa de juros, em 11% ao ano.

No mercado, já há especulações de que o BC poderia reduzir os juros nas próximos reuniões. Mas, neste momento, a equipe presidencial avalia que, se o ritmo da economia preocupa, o maior inimigo da candidata Dilma na eleição é a inflação.

Maioria confia que não ficará sem emprego, diz Datafolha

A menos de três meses da eleição presidencial, a maioria dos brasileiros está confiante de que não corre o risco de ser demitida ou de ficar sem emprego, revela nova pesquisa Datafolha.

O levantamento mostra também que não houve piora na expectativa dos entrevistados em relação ao aumento da inflação. Mas diminuiu o percentual dos que acham que a situação econômica do país tende a melhorar daqui para a frente.

A pesquisa, realizada nos dias 15 e 16 de julho, com margem de erro de dois pontos, pode ser considerada positiva para o governo em alguns aspectos, já que a percepção dos brasileiros em relação ao emprego segue favorável, apesar de alguns sinais negativos no horizonte.

O levantamento aponta que 70% dos entrevistados acreditam que não correm o risco de serem demitidos. No início de abril, essa taxa era de 61%.

O percentual dos que acham que correm algum risco de ser mandados embora também recuou, de 27% para 20%, entre abril e agora.

  Editoria de Arte/Folhapress  

Houve um crescimento também, de 51% para 58% entre os dois períodos, no total de entrevistados que afirmam não ter medo de ficar desempregados.

Segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados ontem, o Brasil registrou o menor saldo de criação de vagas com carteira assinada para um mês de junho desde 1998. Foram gerados 25.363 novos postos formais no mês passado.

De um modo geral, permaneceu estável a expectativa de aumento do desemprego. Compartilhada por 43% dos entrevistados no início de julho, ela oscilou para 42% no levantamento atual.

A grande maioria dos brasileiros (58%) continua achando que a inflação pode aumentar. Mas esse percentual é o mesmo do apurado no início de julho, e menor do que os 64% registrado no mês de junho.

Na semana passada, a inflação rompeu o teto da meta do Banco Central, de 6,5% ao ano pela 11ª vez desde a posse de Dilma Rousseff.

Na contramão, voltou a subir o pessimismo dos eleitores com a situação econômica do país: no início de junho, 36% tinham a expectativa de que a economia do país iria piorar, índice que caiu para 29% no início de julho e que agora subiu para 32%.

Os eleitores também foram consultados sobre a situação econômica pessoal, e 44% declararam esperar que ela vá melhorar nos próximos meses (no início de julho, 48%). Outros 40% acreditam que sua situação ficará como está e para 12% ela deve piorar.

Houve aumento também no pessimismo em relação ao poder de compra dos salários, após queda registrada entre junho e julho.

Atualmente, 35% dos brasileiros acreditam que o poder dos salários vá diminuir, índice que era de 31% no início de julho e de 38% na primeira semana de junho.

CONFIANÇA

O pessimismo com o poder de compra dos salários e com a economia de um modo geral acabou puxando para baixo a confiança do brasileiro, que voltou ao nível pré-Copa do Mundo, mostra o IDC (Índice Datafolha de Confiança).

O IDC, que leva em conta vários aspectos para medir o sentimento do brasileiro em relação ao país, registrou 109 pontos na pesquisa, ante 116 pontos que marcava no início do mês.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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