"Análise fria", por Marco Antonio Villa

Publicado em 14/10/2014 14:57
+ Editorial do Estadão e blogs de veja.com

O Brasil é um país fantástico.Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.
Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças.Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando, não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim, durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia. Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.
Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada: virou ministra de Minas e Energia. Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.
Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão. Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuista do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa um projeto, uma ideia, foi alçada a sucessora de Lula.
Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar, durona, implacável e desinteressada de política. Como deveria ser uma presidente a primeira no imaginário popular.
Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela e só para ela a campanha eleitoral começou em 2008. Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado. Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela e violando abertamente a legislação eleitoral.
Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção. Também, pudera: não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.
Com o esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo, a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%), apesar de todos os artifícios utilizados, em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%. Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%. Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente, na América do Sul, do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%. O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos, e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle. E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.
As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram. Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos e a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.
Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.
Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total". (Marco Antonio Villa)

Opinião

‘Como roubaram a Petrobras’, editorial do Estadão

Publicado no Estadão

Começam a brotar os detalhes daquele que se afigura como um dos maiores escândalos de corrupção da história brasileira – o assalto à Petrobrás, que teria movimentado ao menos R$ 10 bilhões. Os mais recentes depoimentos dos principais personagens desse escabroso esquema, montado para drenar os recursos da maior empresa estatal do País, revelam a quem foi repassado o produto do roubo – e, mais uma vez, como tem sido habitual ao longo dos governos lulopetistas, aparecem fartas digitais do PT.

Fica cada vez mais claro que figuras de proa desse partido – muitas das quais já foram presas por corrupção – permitiram na última década o arrombamento dos cofres do Estado por parte de delinquentes, servindo-se desse dinheiro para financiar seu projeto de poder.

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REYNALDO-BH: Não precisamos de mais leis, precisamos é de mais decência!

(Foto: Joel Silva/Folhapress)

Chega de leis: combater a corrupção, algo que Dilma considera virtude, é apenas obrigação de um presidente da República (Foto: Joel Silva/Folhapress)

Post do leitor e amigo do blog Reynaldo-BH

Post do LeitorO PT está há doze anos no poder. E neste tempo todo, NUNCA propôs uma ação contra FHC e os governos anteriores.

Se tinha razão para propor, e não fez, traiu o povo. Era obrigação ir à Justiça. Ou não conseguiram nada?

Alguém duvida da resposta?

A ferocidade de hienas do PT, que transforma opositores em inimigos, nunca deixaria de agir assim. E, republicanamente, seria correto. Mas, sem ter o que provar, prefere a mentira, falsificações e ameaças. Típicas de protoditadores que se julgam poderosos.

Durante ANOS o PT deu abrigo a reconhecidos corruptos.

Quem – um dia, mesmo distante – poderia imaginar que o PT se renderia a Maluf? Quando os petistas históricos admitiriam que o partido fosse aliado fiel (e defensor) de Collor e Sarney? Não são acusações. São fatos!

Quem poderia imaginar, no nascimento do PT, que os principais líderes do partido seriam um dia condenados e presos por corrupção?

A saída empregada pelos milicianos? Entoar hinos enaltecendo BANDIDOS como sendo heróis do povo brasileiro. Por favor, sempre me incluam fora desta…

Agora, em plena campanha presidencial indicando que seu projeto de poder está prestes a acabar, Dilma propõe novas regras (leis) de combate à corrupção. Que seria muito menor se em cada dez escândalos de roubos, o PT não estivesse nos dez!

Teve 12 anos para não tergiversar com os malfeitos, para usar dilmês castiço. E somente agora resolve propor o que já existe.

Não há necessidade de novas leis. Chega de leis.

Que haja punição.

Decência.

Menos corrupção.

Maior participação JUSTA E LIMPA das forças produtivas que não se vendem às aberrações lulopetistas.

Empresas existem para gerar renda, emprego e crescimento. São, sim, CULPADAS quando usam de atalhos para conseguir lucros. Seja pagando 10 bilhões (inacreditável!) para uma corja de bandidos na Petrobras ou financiando viagens internacionais de um ex-presidente que não se dá ao respeito, em jatinhos intercontinentais.

Agora é tarde, Dilma. A gerenta passou de espectadora dos espetáculos dantescos ao centro do palco.

Não se conhece caso, no mundo, de raposas ditando leis que protejam o galinheiro. Não faz sentido.

Em nome do Estado de Direito – e dos operadores do Direito – pedimos menos leis. Basta as que temos. O que é preciso é menos bandidos. E que nunca mais sejam chamados de heróis, em uma intensa ofensa aos brasileiros decentes. Que Paulinhos da vida, tão carinhosamente recebidos pelo PT e por Lula, sejam condenados.

Dilma nisso pode contribuir. Mesmo a contragosto. No próximo dia 26, o Brasil não promulgará mais uma lei de faz-de-conta. Preferimos a execução – democrática – como pena maior dos crimes cometidos. A melhor ação – em substituição a qualquer lei que venha a ser proposta como promessa (???) de campanha – é a deposição pelas urnas de quem usou, abusou e roubou deste país.

Prometer combate a corrupção não é virtude. É obrigação! A ironia é que quem promete, patrocina ou consente com a corrupção.

Não precisamos de mais leis. Precisamos é de mais decência!

Titanic companheiro

“Aqueles que estão comigo representam o meu projeto de país: De avanço! Os que estão do outro lado representam o retrocesso!”

Dilma Rousseff, confirmando pelo Twitter que avança em alta velocidade na rota do naufrágio.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo + Veja

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