Emprego: Criação de vagas em setembro é a pior para o mês desde 2001

Publicado em 16/10/2014 05:43
O mercado de trabalho começa a sentir o baque; Taxa de desemprego sobe para 5% em agosto

O Brasil abriu 123.785 vagas formais de trabalho em setembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho, nesta quarta-feira. É o pior resultado para o mês desde 2001, quando foram criados 80.028 postos de trabalho. Analistas consultados pela agência Reuters esperavam a abertura de 140 mil empregos. O resultado corresponde à diferença entre 1.770.429 admissões e 1.646.644 desligamentos. 

Em agosto, foram criados 101.425 postos com carteira assinada, enquanto em julho foram abertos 11.796 postos com carteira assinada. O resultado de setembro é superior ao verificado nos quatro meses anteriores.

Setores - Na comparação anual, todos os setores de atividade monitorados pelo ministério mostraram diminuição na contratação líquida de trabalhadores. A construção civil empregou 8.437 operários em setembro, ante 29.779 em igual período do ano passado, sem ajustes, enquanto o setor serviços admitiu 62.378 pessoas no mês passado, frente a 70.597 em setembro de 2013.

Apesar de também mostrar queda nas contratações na comparação anual, a indústria de transformação interrompeu em setembro uma sequência de cinco meses registrando demissões líquidas. No mês passado, abriu 24.837 vagas formais, ante 63.276 admissões sobre um ano antes.

Ainda segundo o Caged, o setor da agricultura continuou registrando demissões líquidas em setembro, de 8.876 trabalhadores, contra 10.169 dispensas em igual mês do ano passado.

Estados - Pernambuco foi o estado que registrou o maior saldo de criação de vagas em setembro: 21.971 (+0,30%), seguido de Alagoas, com 13.748 (+4,08%), Rio de Janeiro, com 12.686 (+0,33%), Paraná, com 11.547 (+0,42%) e São Paulo, com 11.343 (+0,09%).

Por região, o Nordeste lidera a lista, com 63.029 postos (0,95%). Em seguida aprecem o Sudeste, com 27.262 (+0,12%), Sul, com 21.535 (+0,29%), Norte, com 6.008 (+0,31%) e o Centro-Oeste, com 5.951 postos (+0,18%). 

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Ano - No acumulado do ano até setembro, a geração de emprego com carteira assinada somou 730.124, resultado 30% menor do que a abertura de 1,038 milhão de vagas em igual período de 2013, em dados não ajustados.

"Alguns setores que não vão bem. Não podemos viver no mundo diferente do restante do mundo", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias, mantendo a previsão de abertura líquida de 1 milhão de vagas neste ano.

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A criação de empregos com carteira assinada registrou em setembro o pior resultado para o mês em todo o governo petista. O saldo líquido de empregos formais gerados em setembro foi de 123,7 mil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Para meses de setembro, o resultado foi o mais baixo desde 2001, quando foram criados 80 mil postos de trabalho. Depois disso, a geração de emprego formal sempre superou a marca de 150 mil nos meses de setembro.
De janeiro a setembro deste ano, a criação de empregos acumula um saldo de 904,9 mil vagas. Até o fim de 2014, o governo espera chegar a 1 milhão de vagas. Mesmo considerando que em dezembro o volume de demissões é alto e o resultado do mês derruba o saldo final do ano, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que essa meta de criação de emprego será atingida "tranquilamente". "A previsão de geração de 1 milhão de empregos (em 2014) erra menos que Ibope e Datafolha", arriscou o ministro, em referência aos erros registrados em pesquisas eleitorais. 
No mesmo tom, o ministro, secretário-geral nacional do PDT, fez a ligação entre o debate dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) na terça-feira: "Ela deveria falar mais ainda (sobre emprego). É o grande sucesso deste governo". A expectativa é que a candidata petista não use o dado mensal para falar de emprego, mas que continue a evidenciar a geração de emprego em todo o seu governo, que está em 5,7 milhões e deve chegar à marca de 6 milhões até o fim de 2014.
O ministro evitou comparar o resultado de setembro com o mesmo mês de outros anos e disse que não há "melhor ou pior". Confrontado com os dados, Dias apresentou uma previsão: "Setembro será pior no ano que vem, se vocês compararem com o de 2014", disse. Ao citar inflação e crescimento, Manoel Dias afirmou: "Não há nenhum número hoje no Brasil que você pode dizer que está ruim".
Em setembro, a geração de empregos foi 41,3% menor do que em igual mês de 2013, quando ficou em 211 mil vagas pela série sem ajuste. Nos dados ajustados, houve queda de 51,9% na comparação com o mesmo mês de 2013, quando o volume de vagas criadas foi de 257,6 mil.
A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo governo. Após esse período há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
Resistência. O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, avalia que os dados do Caged mostram um mercado de trabalho resistente dentro do cenário macroeconômico atual. "O número é mais um sinal de que o mercado de trabalho tem uma resistência bastante grande, tendo em vista a piora de outros indicadores", afirmou. "Também é possível que ele já tenha passado pelo pior momento. É mais um mês em que a atividade vai mal, a expectativa vai mal, mas o mercado de trabalho vai bem, dando sinais de persistência", opinou.
Setores. Depois de cinco meses consecutivos em que o número de demissões superou as contratações, a indústria de transformação apresentou um saldo positivo em setembro, de 24,8 mil novas vagas de trabalho. 
O setor de serviços mais uma vez se destacou na geração de empregos. Em setembro, houve criação de 62,3 mil vagas nas área. No comércio, foram abertas 36,4 mil vagas e na construção civil, 8,4 mil novos empregos. Por outro lado, o setor que mais fechou vagas foi a agricultura, com um saldo negativo de 8,8 mil vagas. 
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Veja + Estadão

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